Aliados avaliam que Rogério Cruz pode ser candidato com a máquina na mão, mas ponderam “se tiver juízo ele não disputa”

05 abril 2024 às 20h22

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Com colaboração de Raphael Bezerra
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) até o momento se mantém como candidato à reeleição em Goiânia. Com a máquina administrativa na mão aliados avaliam que ele tem condições de ir para a disputa, mas diante da rejeição, reverter no atual cenário improvável.
O Jornal Opção ouviu sete parlamentares aliados ao Paço e dois auxiliares de Cruz que falaram sob reserva. A restrição de dá por conta de apoios políticos e espaços dentro da Prefeitura que sustentam lideranças dos pré-candidatos ao legislativo municipal.
Um parlamentar da base na Câmara disse, sob reserva, que a situação de Cruz é complicada e que o cenário não mudou desde o ano passado, quando o Paço Municipal entrou em rota de colisão com o Legislativo. “Se ele (Rogério Cruz) tiver juízo ele não sai candidato”, afirmou o parlamentar.
Em 2023 a Câmara investigou irregularidades na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) em uma Comissão Especial de Inquérito (CEI). Em seis meses Rogério Cruz abriu espaço em secretarias para membros da CEI.
O relatório da investigação resultou em 13 recomendações à Comurg e também ao Paço, mas até o momento, oito meses depois, o documento não foi encaminhado pela Câmara aos órgãos de controle, Ministério Público de Goiás (MPGO) e Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Ao mesmo tempo, problemas na frota de caminhões da Comurg deixaram a cidade cerca de quatro dias sem a coleta regular de lixo durante as comemorações no aniversário de Goiânia.
Um auxiliar do prefeito informou ao Jornal Opção que agora o Cruz não tem viabilidade de ser um candidato competitivo, mesmo com máquina na mão. Outro parlamentar, dessa vez mais próximo ao prefeito disse que a disputa nesta eleição vai ser muito difícil para o prefeito, mas com máquina na mão ele tem sim condições de ser um nome que pulverize os votos entre os demais candidatos acirrando a disputa. “Ter a máquina na mão é outra história oferece muita musculatura, mas ele pode sim dividir e marcar forte presença no pleito”, afirmou o aliado.
Estrutura da máquina
Rogério Cruz é bem visto pelos servidores públicos da Prefeitura. O chefe do Executivo reestruturou várias carreiras que vinham reivindicando reajustes salariais, plano de carreira e pagamento da data base de gestões passadas. “O seu grande cabo eleitoral é o servidor e é nisso que ele pode apostar para ganhar corpo”, afirmou um interlocutor do prefeito.
O professor e cientista político, Luiz Signates, analisou que a candidatura é inviável por conta da imagem desgastada durante os últimos três anos de gestão, mas como todo o prefeito se candidata ele conta com a máquina da administração pública para a campanha. “Isso pode gerar uns 10% ou 15% de votos, mas eu não acredito que ele consiga ir para um segundo turno, por exemplo. O nível de desgaste é muito grande”, afirmou o professor.
Ele ainda afirma que em pesquisas quantitativas e qualitativas feitas pelo instituto que ele lidera Rogério Cruz não apresenta resultado positivo em nenhuma delas. “Você vê, na minha pesquisa eu divido Goiânia em doze regiões populacionais, cada uma dá, mais ou menos, uma cidade média. Alguma coisa em torno de 100 a 200 mil habitantes. Ele tá negativo em todas. Não tem lugar nenhum que o Rogério Cruz salva em termos de qualitativa ou quantitativamente a imagem dele”, afirmou.
O desgaste também é político, com a saída do Republicanos, até o fechamento desta reportagem o prefeito não havia decidido em qual partido vai se filiar para disputar a Prefeitura. O prazo para filiação de candidatos termina nesta sábado, 6, as 18h.
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