“Alguma coisa está errada nessa atuação”, diz Jayme Rincon sobre Caiado na majoritária marconista
06 junho 2014 às 13h27
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Tucano comentou sobre as articulações em âmbito nacional que trouxeram o nome do democrata a retornar às possibilidades da chapa governista. Segundo ele, o governador é o detentor da palavra final
Homem forte dentro da gestão marconista, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincon, é categórico ao analisar o “fator Caiado” dentro do processo pré-eleitoral goiano. Ao Jornal Opção Online, o tucano disse na manhã desta sexta-feira (6/6) estranhar a forma de atuação do democrata, que já esteve junto à base governista, e recentemente manteve conversações com pré-candidatos da oposição.
Ronaldo Caiado visa deixar a Câmara dos Deputados para garantir uma cadeira no Senado, o que implica em modificações na majoritária e atinge diretamente os pré-candidatos a vice (José Eliton – PP) e ao Senado (Vilmar Rocha – PSD), pois um deles teria de abrir mão para comportar o democrata. “Alguma coisa está errada nessa atuação. Como que alguém que tem interesse em fazer parte do nosso projeto se reúne todo dia com nossos adversários?”, comenta Rincon.
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Segundo ele, qualquer articulação de Ronaldo Caiado deveria começar por Goiás, o que, a seu ver, não tem ocorrido. “Não é porque é interessante para o nacional que o local não participaria”, analisa Jayme Rincon, sobre diálogos mantidos entre o governador Marconi Perillo e o pré-candidato à presidência pelo PSDB Aécio Neves, além de outras articulações que envolvem também o presidente do DEM nacional, senador José Agripino (RN).
Democratas e PSDB são aliados a nível nacional, sendo que o governador Marconi Perillo tem atuado de perto também sobre o processo relativo à campanha à presidência de seu partido –– tendo feito menção até sobre possíveis vices que sairiam de Goiás: o próprio Caiado ou o anapolino Henrique Meirelles (PSD).
Diante da forma como se dá a movimentação do democrata, Jayme Rincon considera a chance de o nacional impor nomes em Goiás como zero. “Pode vir o Aécio Neves, o Fernando Henrique Cardoso, qualquer pessoa, porque o Marconi tem a mesma estatura [nessas decisões]”.
O tucano ressalta que de fato Ronaldo Caiado é agregador de votos numa chapa, por ser “um grande parlamentar, um político de projeção nacional e com destaque em Goiás”, mas que mesmo com parte da base defendendo areaproximação, o democrata não esboçou qualquer sinal.
Outra questão destacada por Jayme Rincon diz respeito ao discurso adotado por Ronaldo Caiado, no sentido de que sua pré-candidatura, independente da chapa a que venha a pertencer, não será vinculada ao cabeça de chapa, ou seja, sua campanha será independente enquanto à busca por votos, por exemplo. “Caiado tem que chegar comprometido com o nosso projeto. Se ele tem toda essa força, que vá candidato solo pelo DEM”, encerra o presidente da Agetop.
Chapa marconista (pré) estabelecida
Presidente do PSDB de Goiás, Paulo de Jesus ressaltou à reportagem nesta sexta-feira que Marconi Perillo está inserido em todas essas conversações que envolvem as possibilidades de Ronaldo Caiado retornar à base governista e que quando o tucano fala em prazo até dia 30, é porque pela experiência política, sabe-se que cenários podem mudar. Paulo de Jesus pontua que o evento em Rio Verde, no último final de semana, em que José Eliton e Vilmar Rocha foram apresentados como os pré-candidatos à vice e ao Senado, representa a vontade da base e seus 14 partidos já confirmados.
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“É preciso prudência nessa questão de formação da chapa, porque tem que se ater ao projeto, mas também ao apoio, por isso que o governador fala que a chapa só será fechada no final do prazo”, frisa.
Paulo de Jesus diz que realmente pode haver mudanças que levem Caiado a compor na majoritária governista, mas que essa possibilidade é a mesma de ele não compor. “Não há portas fechadas. Não tenho problema em falar sobre o retorno do Caiado, mas realmente, essas conversas são mais por conta do nacional.”