Ex-secretário estadual da Indústria e Comércio acredita que rejeição a Iris Rezende vai fazer com que anapolinos direcionem votos de Antônio Gomide para Marconi Perillo, de forma a evitar que o peemedebista dispute um eventual segundo turno

baldy

O ex-secretário estadual da Indústria e Comércio Alexandre Baldy (PSDB) inaugura seu comitê político na noite desta sexta-feira (1º/8) em Anápolis. Concorrendo a uma cadeira na Câmara Federal, ele diz ter expectativa de que a população goiana — e especialmente a anapolina — reconheça as obras executadas pelo governo estadual, pelas quais atuou ativamente, para alavancar sua candidatura.

Em entrevista ao Jornal Opção Online, ele afirmou estar otimista com o andamento da campanha até agora. “Temos crescido bastante em muitas cidades, especialmente em Anápolis”, relata.

Enfatizando ser o candidato “da renovação e da juventude”, Baldy demonstra que sua vocação pela indústria e pelo comércio continuarão a se manifestar mesmo depois de eleito. Levantando a bandeira do desenvolvimento e da geração de empregos, ele garante que, na Câmara Federal, priorizaria a reforma tributária. “O país precisa urgentemente reduzir a carga para a população e simplificar o trâmite tributário”, defende.

Tal medida seria essencial, inclusive, para assegurar a qualidade dos serviços oferecidos pelo Estado. “Uma saúde pública de qualidade, por exemplo, depende de arrecadação. E o governo arrecadaria mais com mais indústrias e mais comércios. Por isso precisamos reduzir os entraves.”

Analisando o cenário da corrida pelo Executivo estadual em Anápolis, o ex-secretário acredita que a rejeição a Iris Rezende (PMDB) no reduto eleitoral do ex-prefeito Antônio Gomide (PT) pode provocar a transferência de votos do petista para o governador Marconi Perillo (PSDB). Tal fenômeno se explicaria pela busca do chamado voto útil. Ou seja, o eleitor anapolino, percebendo que a campanha seria polarizada entre o tucano e o peemedebista, deixaria de votar em Gomide para ajudar a eleger o tucano, de forma a não “desperdiçar” seu voto e assegurar que o ex-governador não venha a disputar um eventual segundo turno.

Tal rejeição a Iris em Anápolis, assegura Baldy, se deve à falta de cuidados do peemedebista com a cidade. “O fato é que Iris deixou Anápolis de lado quando foi governador”, pontuou. Ele acredita que a população reconhecerá os feitos de Marconi para o município e para o Estado e não vai arriscar a possibilidade de Iris ser eleito novamente.

De fato, a última pesquisa divulgada com foco em Anápolis, realizada pelo Grupom em março deste ano, revela grande vantagem de Gomide diante do atual governador: 67,7% contra 17,2%. No entanto, no cenário analisado não consta o nome de Iris Rezende, e sim o do então pré-candidato peemedebista Júnior Friboi, que aparecia com 2,5% das intenções de voto.

Em pesquisa Fortiori, divulgada pelo Jornal Opção, Gomide obtém seu melhor índice na região central do Estado, onde fica localizada Anápolis. No entanto, ele está atrás de Marconi, com 18% das intenções de voto contra 33%. Iris tem 26%; Vanderlan Cardoso (PSB) 9%; Weslei Garcia (Psol), menos de 1%; e Marta Jane (PCB) e Alexandre Magalhães (PSDC), 0%. São 6% de indecisos e 8% nulo e branco.

Baldy destaca que o governador tem grande potencial para crescer mais em Anápolis com o reconhecimento da população pelas obras realizadas. O ex-secretário lista o Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), a Santa Casa, o asfaltamento de diversos logradouros e a construção de delegacias e do Centro de Convenções como principais feitos do governo atual pela cidade. E todas essas obras, ressalta, tiveram sua participação ativa enquanto titular da SIC.

Ainda segundo o candidato, outro motivo para que os anapolinos transfiram votos do petista para o tucano seria a diferença de tratamento dispensada pelos candidatos em seus planos de governo. No documento elaborado pela equipe de Gomide, de fato, não há menção a Anápolis, enquanto o atual governador promete “concluir as obras do Aeroporto de Cargas e as obras da estrutura da Plata e iniciar a operação da Plataforma Logística Multimodal em Anápolis e iniciar a operação de ambos”, além de “apoiar ações que estimulem o uso modal ferroviário com a consolidação da Ferrovia Norte-Sul, trecho Porto de Itaqui (MA) a Anápolis (GO).”