Secretário municipal de Relações Internacionais e ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff (PT), Aldo Rebelo (PDT) está sendo cotado como o principal nome para compor a chapa do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). A escolha, no entanto, enfrenta dois entraves: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o partido no qual Rebelo está filiado, o PDT.

Isso porque a legenda apoia a pré-candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) na corrida eleitoral paulistana. De acordo com as pesquisas eleitorais divulgadas, Boulos lidera as intenções de voto, com 34%, seguido por Nunes, com 29%. Outros pré-candidatos apareceram com percentual baixo, como Tabata Amaral (PSB), Kim Kataguiri (União), Marina Helena (Novo) e Padre Kelmon (PRD).

Aldo é a preferência do atual prefeito e conta com respaldo de integrantes do MDB e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Há uma percepção geral de que o secretário ajudaria a manter a candidatura de Nunes ao centro, já que ele tem um histórico de atuação na esquerda e bom trânsito com a direita.

No entanto, antes de consolidar sua indicação, há uma série de obstáculos a serem superados. Um deles é persuadir Bolsonaro de que o ex-ministro é a melhor opção para a chapa, pois, neste cenário, o ex-presidente não teria mais um vice, como era o esperado e combinado com Nunes.

De acordo com pessoas próximas, Bolsonaro tem simpatia por Aldo, mas ainda não se convenceu de que ele é o nome ideal. Nos bastidores, há a afirmação de que o ex-presidente renunciou à ideia de lançar um candidato próprio — no caso, o deputado federal Ricardo Salles (PL) — para ter, no mínimo, uma composição na chapa.

Ele teria indicado o nome do coronel aposentado da PM Ricardo Mello Araújo para ser o vice de Nunes. A preocupação da base de Nunes é que o ex-comandante da Rota poderia, em vez de agregar, acabar retirando votos do atual prefeito de São Paulo. Como uma segunda opção de Bolsonaro, aparece o nome de Sonaira Fernandes como uma possível vice. Secretária de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio, Sonaira se filiou ao PL na última semana.

As chances de Aldo se filiar ao PL de Bolsonaro são vistas como remotas, pois os membros do diretório municipal de São Paulo rejeitam internamente a ideia de aceitar um “ex-comunista na legenda”. Uma possível opção de partido para filiação seria o Solidariedade.