Decisão de venda de sua operação em solo brasileiro é realizada em um momento positivo do setor de construção; só em março, a empresa vendeu mais de 5,5 milhões de toneladas

Unidade da LafargeHolcim no Brasil. | Foto: Reprodução

Maior empresa do setor de fabricação de cimento, LafargeHolcim, assinou contrato com o Banco Itaú BBA, para que este o assessore na venda de sua operação no mercado brasileiro. Atualmente, o grupo tem 90 mil funcionários em cenário mundial, sendo 1.400 Brasil, distribuídos em indústrias das regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. A empresa franco-suíça deve deixar o país em breve.

De acordo com a agência de notícias Bloomberg, a transição pode chegar a US$ 1,5 bilhão (R$8,5 bilhões) e faz parte de uma ação o grupo que visa vender ativos em prol da redução de suas dívidas.

Isso, porque o principal foco do grupo, no momento, está em cortar suas atividades fora do solo europeu. Além das indústrias instaladas no Brasil, que estão sendo negociadas, unidades presentes na Malásia, Indonésia e Filipinas já foram vendidas.

Construção Civil na pandemia

A decisão de venda tomada pela LafargeHolcim, entretanto, veio em um momento que o mercado da construção apresenta resultados positivos no Brasil, mesmo em meio à pandemia. De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), em comparação com o ano de 2020, o setor registrou crescimento de 19% durante os primeiros três meses de 2021.

A própria empresa confirma o cenário positivo ao relatar a venda de mais de 15,3milhões de toneladas durante esse período, sendo 5,5 milhões apenas em março – mês que teve alta de 34,6%.

O atual cenário se explica ao refletir as condições climáticas favoráveis, a manutenção das obras programadas e construções feitas pelos próprios donos ou moradores. No entanto, o cenário ainda é de incertezas, especialmente pelo fechamento constante de empresas pela queda de renda durante a crise causada pela Covid-19.

Anteriormente, junto a mais unidades em outros países, a LafargeHolcim já havia vendido ativos no Brasil, ao grupo irlandês CRH, com objetivo de cumprir com obrigações concorrenciais. O anúncio de venda das unidades se soma ao da Sony – que decidiu fechar sua unidade de Manaus –, da LG, que colocou sua planta em Taubaté, em São Paulo, à venda, e ao da Ford, que optou por encerrar todas as atividades fabris no Brasil em 2021.

Informações de A Folha de S. Paulo