Após provocação do escritório de Demóstenes, ministro do STF, Alexandre de Moraes, decidiu que provas produzidas após confissão do réu sejam consideradas ilegais

Advogado Demóstenes Torres | Foto: Fernando Leite

O escritório do advogado Demóstenes Torres estreou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma vitória arrasadora após conseguir decisão inédita do ministro Alexandre de Moraes no caso do ex-prefeito de Urutaí investigado por uma suposta tentativa de comprar uma vaga para sua esposa no concurso de delegados, em 2017.

A primeira turma do STF negou recurso do Ministério Público Federal (MPF) ao manter a decisão de Moraes sobre considerar ilícitas todas as provas produzidas no inquérito do ex-prefeito após a confissão do réu. O ex-prefeito tinha foro privilegiado e deveria ser investigado somente depois da autorização do Tribunal de Justiça de Goiás. O político confessou o crime em maio de 2017, mas a autoridade policial que investigava o caso pediu autorização do TJ somente em dezembro, ou seja, o político era investigado sem anuência do Judiciário.

O advogado Demóstenes Torres disse que “depois da mudança de conceito de foro especial, essa é a primeira vez que o Supremo reconhece que prevalecem as velhas regras, ou seja tem que mandar primeiro para o Tribunal competente, no caso o TJ-GO, que analisará se é o caso de ficar com o processo ou remetê-lo pra instância inferior”.

O caso é ainda mais importante porque o Judiciário goiano e o Superior Tribunal de Justiça decidiram, por unanimidade, contra a tese e o STF decidiu que atos nulos são inconvalidáveis.