Ele estava foragido desde março e era procurado pela Interpol

marquinhos

O açougueiro Marcus Vinicius Pereira Xavier, acusado de participação no assassinato do radialista e cronista esportivo Valério Luiz em 5 de julho de 2012, se rendeu nesta quinta-feira (7/8) à polícia de Portugal. Ele estava foragido desde março, e imagens postadas na internet demonstraram que ele estava vivendo com a família na Europa.

No dia 24 daquele mês, o juiz Lourival Machado da Costa decretou a prisão do réu e a Justiça enviou o mandado à Interpol, já que o suspeito descumpriu condições do habeas corpus, recebido em junho de 2013. Fotos encontradas na página pessoal da esposa do açougueiro no Facebook mostram a família em uma região supostamente localizada em Portugal. O perfil foi deletado após divulgação das imagens.

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Após ter sua prisão revogada em 29 de junho de 2013, o acusado deveria comparecer em juízo todo mês e estava proibido de sair de Goiânia sem comunicação prévia. No entanto, a última vez que apareceu foi em 30 de setembro de 2013. Um oficial de justiça tentou intimá-lo a comparecer em 48 horas para justificar a ausência, mas sem sucesso, pois foi constatado que ele estava morando em lugar desconhecido.

Diante da situação, o advogado Valério Luiz Filho, o filho do cronista, afirmou ao Jornal Opção Online que descobriu a inclusão do réu por meio de monitoramento no site da Interpol. Desde então, vistoria as movimentações do acusado e compartilha a foto e o link nas redes sociais.

Agora, com a rendição de Marquinhos, a Polícia Federal irá informar o fato ao juiz responsável pelo caso, e a Justiça goiana deve solicitar ao Ministério da Justiça sua extradição. Graças a um acordo diplomático entre Brasil e Portugal, o pedido deve chegar ao país europeu em até 60 dias.

Valério Luiz Filho declarou ao Jornal Opção Online que recebe com alegria a notícia da prisão de Marquinhos e diz esperar que ele não saia da prisão tão cedo, já que ficou demonstrado que o acusado não teria a intenção de respeitar as ordens judiciais. Em sua opinião, o açougueiro só se entregou porque estava sendo procurado. “Nós recebemos ligações de pessoas dizendo terem visto ele aqui em Goiânia e informamos à polícia, que foi em busca dele, mas não encontrou. Certamente ele ficou sabendo disso, soube que estava sendo procurado — inclusive lá em Portugal — e preferiu se entregar”, afirmou.

O caso

Valério Luiz foi executado a tiros aos 49 anos quando saía da então “Rádio Jornal 820 AM”, no Setor Serrinha, em Goiânia. O cronista era filho do também comentarista esportivo Manoel de Oliveira, o Mané de Oliveira. As investigações apontaram que o jornalista foi morto pelas duras críticas dirigidas a diretoria do Atlético Clube Goianiense (ACG) no Jornal de Debates, na “Rádio Jornal”, e no programa Mais Esporte, da “PUC TV”. A morte do cronista esportivo completou dois anos em 5 de julho, data marcada por uma passeata em protesto à demora na conclusão do caso.

Ex-presidente do time, o cartorário Maurício Sampaio é o acusado de ser o mandante do crime e responde em liberdade. Em junho de 2013, o juiz Antônio Fernandes de Oliveira concedeu habeas corpus aos quatro acusados de envolvimento na morte do radialista: Marquinhos, o cabo da Polícia Militar Ademá Figueredo, o sargento Djalma da Silva e o motorista Urbano de Carvalho Malta.