A Seleção Brasileira não pode ser o time de empresários da CBF

19 outubro 2023 às 18h59

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A Seleção Brasileira vive uma má fase desde a eliminação para a Croácia na última Copa do Mundo, em 2022, no Catar. Como de praxe, analistas e especialistas buscam os motivos para isso e também alguma solução para a amarelinha, pentacampeã mundial, voltar a ser respeitada.
Convocações equivocadas? Safra ruim de jogadores? Conflito de interesse? Treinador? Várias são as teorias que profissionais do mundo da bola e até torcedores discutem para justificar a má fase.
Pode ser uma delas, pode ser duas, ou até mais. Contudo, há certos caminhos em que é preciso provar para apontar e não cometer nenhuma injustiça. Para isso, é bom refrescar a memória do torcedor de como tem sido os últimos anos, a começar pelo fato mais recente.
Depois da saída de Tite do comando técnico, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) colocou Ramon Menezes, treinador da equipe Sub-20, de forma interina na seleção principal. Foram três jogos, sendo duas derrotas para Marrocos e Senegal, e uma goleada sobre Guiné.
Em meio a uma negociação com Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, a CBF firmou um acordo com o Fluminense para Fernando Diniz assumir a seleção. Já foram quatro partidas, com duas vitórias, um empate contra a Venezuela e uma derrota para o Uruguai, em uma péssima atuação da equipe brasileira.
Na primeira convocação de Diniz, sete, dos 23 selecionados, são agenciados pelo mesmo empresário do treinador, Giuliano Bertolucci. São eles: Vanderson (lateral-direito do Mônaco), Caio Henrique (lateral-esquerdo do Mônaco), Matheus Cunha (atacante do Wolverhampton), Ibañez (zagueiro do Al-Ahli), Bruno Guimarães (meio-campista do Newcastle), Gabriel Magalhães (zagueiro do Arsenal) e Marquinhos (zagueiro do PSG).
Como dito anteriormente, não se pode afirmar nada sem provas, mas o fato é, no mínimo, curioso. A CBF é conhecida por seus escândalos, desde a época de Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero, José Maria Marin, e o mais recente, Rogério Caboclo, acusado de assédio sexual, apesar de não ter sido comprovado. Os três primeiros foram condenados e estão banidos do futebol.
É muito difícil uma seleção como o Brasil sofrer com safra ruim de jogadores. Historicamente, sempre foi o país que mais revelou talentos para o mundo e fez as outras seleções, principalmente da Europa, a criarem estratégias para tentar parar nossos atletas. Para se ter uma ideia, a nacionalidade brasileira é a única presente em todas as finais de Champions League do século XXI, um campeonato em que jogam times europeus.
Ancelotti ou Diniz? Particularmente prefiro outras opções. O Tite, por exemplo, foi assumir a seleção somente depois de se consagrar no Brasil com o Corinthians e conquistar vários títulos, tanto nacionais, quanto internacionais. Não que eu prefira o retorno dele.
Certa vez, o ex-jogador Alex, de Cruzeiro, Palmeiras, Fenerbahçe, e outros, criticou as convocações da Seleção Brasileira ao afirmar que os escolhidos não são os melhores, e sim os preferidos do treinador. Apesar disso, não vejo problema nisso. É óbvio que o técnico prefere trabalhar com jogadores que já conhece do que aqueles que ainda precisa conhecer suas características.
O que não dá é uma seleção pentacampeã do mundo, a maior vencedora aliás, não ter uma definição de técnico ainda e ter que esperar uma resposta que pode ser sim ou não. A Seleção Brasileira precisa voltar a ser temida e respeitada.
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