“A montanha pariu um rato”, diz novo presidente da Adial sobre relatório da CPI dos incentivos
10 março 2020 às 19h28

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Tchequinho assume Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (ADIAL) e diz que vai trabalhar em conjunto com governo para ampliar parque industrial

“Depois de 12 meses de exposição negativa das empresas e de Goiás para investidores de todo Brasil, de até submeter empresários empresas a situações constrangedoras desnecessariamente, o que se conseguiu ao final foi a montanha parir um rato”. Essa é a avaliação do novo presidente executivo da Adial sobre o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos incentivos fiscais. Para Edwal Portilho, popularmente conhecido como Tchequinho, depois de um ano de investigações se esperava mais.
“A verdade é que esse relatório aponta os problemas do estado em fiscalizar e fazer vistorias para concessões de benefícios”, disse Tchequinho em entrevista ao Jornal Opção.
Para ele, o documento final da CPI traz números confusos e conclusões equivocadas sobre a importância dos programas de incentivos fiscais para o desenvolvimento econômico e geração de empregos em Goiás. Segundo levantamento da entidade, o custo médio do emprego gerado pelos incentivos fiscais no Estado é de R$ 1.285,00 por mês. “A soma dos incentivos do
Produzir, Fomentar e créditos outorgados concedidos pelo Estado é de R$ 5,7 bilhões
por ano. Se dividirmos isso pelos 350 mil empregos diretos gerados atualmente pelas
indústrias incentivadas, temos como resultado um valor médio de R$ 1,2 mil por mês. É
uma falácia, é uma mentira afirmar que tem emprego que custa até R$ 10 milhões por
ano em Goiás”, argumenta.
Outro número questionado pelo presidente-executivo da Adial Goiás, apresentado no relatório do deputado estadual, é que apenas 2% dos incentivos fiscais concedidos no Estado exigem contrapartida das empresas. “Os dois programas de incentivo fiscal, Produzir e Fomentar, exigem diversas contrapartidas das empresas, como geração de empregos, repasses para a OVG, dentre outros. Já os créditos outorgados exigem como contrapartida das empresas recolher 15% do benefício concedido para o Protege. Só de Protege, nos últimos 12 meses, foram arrecadados mais de R$ 700 milhões pelo Estado. Então, como o deputado chegou à conclusão que, desde 2014, apenas R$ 320 milhões viraram contrapartida pelas empresas incentivadas? Não faz nenhum sentido a conta apresentada se apenas no ano passado foi arrecadado mais que o dobro desse montante”, afirma Tchequinho.
Novo presidente da Adial
Assembleia realizada na última segunda-feira, 09, elegeu Tchequinho para presidente executivo da Adial. Ele assume o posto no lugar de Otávio Lage de Siqueira Filho. O novo líder da entidade chega ao cargo com a missão de expandir o parque industrial do Estado.
“Vamos consolidar o parque industrial goiano. Esse será nosso desafio e vamos trabalhar para isso”, diz Tchequinho. Hoje Goiás ocupa o sétimo lugar entre os estados com maiores parques industriais. “Queremos ultrapassar o Rio de Janeiro que está em sexto’, completa.
Outro foco de Tchequinho é gerir a Adial em sinergia com o governo do estado. “Queremos em parceria ampliar a força do empresário goiano e fortalecer nossa economia”, afirmou.
Tchequinho é rio-verdense, Zootecnista, empreendedor do setor rural. Foi executivo de grandes indústrias e atua como consultor para empresas multinacionais.