Após sofrer uma derrota massacrante nas urnas – ficou em penúltimo lugar, à frente apenas do candidato Professor Pantaleão -, o prefeito Rogério Cruz parece ter se desligado por completo de questões eleitorais (e nem tanto por escolha própria). Considerado o “azarão” do pleito devido à alta rejeição ocasionada pelas crises em sequência em sua gestão, Rogério nem se deu ao trabalho de sinalizar apoio a algum dos dois candidatos que disputam o segundo turno em Goiânia: tanto Sandro Mabel quanto Fred Rodrigues indicaram desde o primeiro turno que não querem, em seu palanque, um gestor que amargou com “míseros” 21 mil votos em sua tentativa de reeleição.

Não que o prefeito esperasse emplacar uma sobrevida política ao se engajar no apoio a algum candidato. Até porque Rogério, agora, tem outras prioridades. A primeira é sua corrida para tentar entregar a Prefeitura não tão caótica como está hoje. Conforme adiantado pela coluna Bastidores e posteriormente confirmado no Diário Oficial do Município, o chefe do Executivo municipal baixou um decreto para contenção máxima de gastos, que vão desde renegociações de contratos e ajustes em licitações até suspensão de despesas com pessoal, como admissões e realização de horas extras.

Nos bastidores, circula a informação que as medidas são necessárias até mesmo para não atrapalhar o pagamento regular das folhas de novembro e dezembro.

Leia também: Conheça o prefeito “goiano” que matou a gestão e foi ao cinema

E a segunda prioridade, tão primaz quanto a primeira, é a tentativa do prefeito de diminuir o amargor na boca do goianiense em relação à sua gestão. Como dito, Rogério não se posicionou – e nem vai – sobre o segundo turno. Suas declarações, postagens em redes sociais e movimentações têm sido, no geral, na direção de apagar incêndios na Prefeitura e deixar a impressão que, sim, ele fez muita coisa pela população.

Em seu perfil no Instagram, por exemplo, as poucas publicações feitas desde o resultado da votação de 6 de outubro são ou agradecendo pelos (poucos) votos recebidos, ou destacando feitos da gestão, com participação de eventos. Até o final do ano, a tendência é que essa linha seja mantida. Aparentemente, a ideia é transmitir a mensagem: “Não foi um mar de rosas, mas também não foi um inferno como dizem”. Ou será que foi?