Greve paralisa 50% dos serviços da Comurg, diz sindicato
02 maio 2017 às 09h10
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Funcionários denunciam que companhia realizou cortes até em pequenas gratificações após escândalo dos quinquênios
Desde a meia noite desta terça-feira (2/5), ao menos metade dos serviços de roçagem, limpeza e coleta de lixo prestados pelos funcionários da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) estão paralisados. Servidores deflagraram greve depois que a diretoria do órgão decidiu realizar cortes nas gratificações dos empregados.
Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Asseio, Conservação, Limpeza Pública e Ambiental de Lixo e Similares de Goiás (Seacons), Rildo Ribeiro, a Prefeitura de Goiânia, por meio da diretoria da Comurg, cortou os chamados quinquênios (benefício concedido a cada cinco anos).
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“Já tivemos acesso aos contracheques deste mês e houve uma redução drástica. Estamos abertos ao diálogo e à negociação, mas queremos que a Comurg reponha o adicional deste abril, pois está fazendo falta para todo mundo”, defendeu.
Na manhã desta terça-feira (2/5), representantes dos funcionários e da prefeitura se reúnem em uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para tentar chegar a um acordo. Enquanto isso, na sede do órgão, servidores em greve se reúnem em protesto contra a medida.
Em março deste ano, o Tribunal de Contas dos Municípios apresentou relatório no qual recomenda o recálculo imediato dos quinquênios concedidos a funcionários efetivos e que a companhia se abstenha de pagar qualquer incorporação de valor aos salários até que a Corte tenha um pronunciamento definitivo sobre o assunto.
A auditoria do TCM na folha salarial da Comurg foi feita a partir de um requerimento da Câmara Municipal de Goiânia, após denúncias de suposta concessão de “supergratificações” a servidores por meio de quinquênios. Segundo dados do Portal da Transparência da Prefeitura de Goiânia apresentados pelo vereador Elias Vaz (PSB), apenas os 40 maiores acréscimos concedidos a servidores no mês de fevereiro de 2017 somaram uma quantia de R$ 420 mil.
Para o presidente do sindicato, questão dos supersalários é grave, mas deve ser resolvida de outra forma: “É um problema que a Comurg deve resolver internamente. O trabalhador que realmente tem direito ao benefício não pode ser punido em função de irregularidades.”
A reportagem tentou contato com a companhia para confirmar quais serviços estão paralisados e ainda para uma resposta sobre o suposto corte nos salários, mas não obteve resposta até a publicação.