80% dos brasileiros avaliam que país vive uma das piores crises econômicas da história

12 dezembro 2021 às 08h43

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Sete em cada 10 brasileiros consideram que a situação econômica do país é ruim ou péssima. Para 59% deles o cenário vai piorar ou ficar inalterado. Apenas 34% acreditam em melhora, revela CNI

Oito em cada 10 brasileiros consideram que o país vive uma das piores crises econômicas da história. O cenário foi delineado por pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), segundo a qual 70% dos entrevistados avaliam que a situação econômica do país é ruim ou péssima e 56% enxergam que a economia piorou nos últimos seis meses, contra somente 22% que acreditam que, nesse mesmo período, a economia melhorou.
O estudo revela ainda que 59% dos cidadãos estão pessimistas quanto ao futuro. Desse grupo, 27% acredita que a crise ficará inalterada e 32% acha que ela vai se gravar ainda mais. Entre esses menos esperançosos, 17% entende que a economia ainda vai piorar muito e outros 15% que vai deteriorar mais um pouco. Apenas 34% dos cidadãos se mostraram otimistas quanto ao futuro do Brasil. “A solução para reverter a situação em que o Brasil se encontra passa necessariamente pelo investimento em inovação e pela aprovação de reformas estruturantes que melhorem o ambiente de negócios no país. Esse é o caminho para gerar emprego e renda”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
O levantamento mostra também que para 64% dos participantes a economia do país nem começou a se recuperar do impacto socioeconômico da pandemia do Coronavírus (Covid-19). Para agravar a situação, 52% entendem que o restabelecimento do Brasil vai levar mais de um ano para ocorrer ou não vai acontecer. Nesse recorte, 16% afirmam que esse processo vai demorar entre um ou dois anos, 36% que vai demandar mais de dois anos e 4% não acreditam que o país se recuperará. “Um olhar atento e qualificado para o cenário internacional mostra que os países que conseguiram melhor enfrentar a crise econômica gerada pela pandemia foram aqueles que contam com uma indústria forte”, avalia Braga de Andrade. Para ele, reformas estruturantes podem solidificar o caminho para a recuperação do Brasil.

Inflação afeta três em cada quatro brasileiros
Efeito direto do pessimismo instalado no país, o levantamento indica ainda que o medo de perder o emprego voltou a crescer e atingiu a casa dos 61%. Até julho, esse índice era de 52% e havia tendência de queda. Dos que se sentem inseguros, 24% afirmam que esse temor é grande e 16% que ele é muito grande. O percentual dos que não têm qualquer tipo receio registra retração de 32% para 21% da população empregada.
O cenário é mais desafiador também em relação a inflação. O estudo da CNI indica que a alta nos preços afeta três em cada quatro brasileiros. Para 73% da população a inflação aumentou muito (51%) ou um pouco (22%) nos últimos seis meses e, repetindo o ambiente negativista, nesse recorte os entrevistados também têm expectativa de piora no ambiente econômico. A maioria dos entrevistados, 54%, acredita que a situação ainda deve piorar nos próximos seis meses. Em meio à crise, 74% dos cidadãos tiveram de reduzir gastos.

A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria ouviu 2.016 brasileiros com idade a partir de 16 anos, nas 27 unidades da federação entre os dias 18 e 23 de novembro. A margem de erro no total da amostra é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.