24,4 milhões de pessoas saíram da situação de fome no Brasil em 2023

25 abril 2024 às 11h00

COMPARTILHAR
Em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, mais de 33,1 milhões de pessoas no Brasil enfrentavam a insegurança alimentar e nutricional grave. Considerando todos os graus dessa insegurança (leve, moderado ou grave), mais da metade (58,7%) da população brasileira vivia à sombra da insegurança alimentar. Em 2023, com o início do governo de Lula, 24,4 milhões de pessoas saíram da situação de fome, caindo para 8,7 milhões de pessoas em insegurança alimentar grave.
Os números revelam que a insegurança alimentar da população brasileira passou de 15,5% para 4,1%, uma queda de 11,4 pontos percentuais. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgada nesta quinta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, os dados apresentados são resultado do esforço do Governo Federal em retomar e reestruturar as políticas públicas de redução da fome e da pobreza. “O salto alcançado em 2023 mostra que o Brasil retomou o rumo certo no enfrentamento à fome”, pontuou.
“O amplo conjunto de políticas e programas sociais reunidos no Plano Brasil Sem Fome, a retomada do crescimento da economia, com geração de emprego e renda, e a valorização do salário mínimo são alguns fatores que recolocam o país em lugar de destaque”, exemplificou Wellington Dias. Segundo o ministro, tirar o Brasil novamente do Mapa da Fome é uma prioridade do presidente Lula.
Durante coletiva de imprensa, a secretária nacional de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, também comemorou os números e destacou os desafios que o governo ainda enfrenta. “Depois do período da fila do osso, em que o Brasil viveu muita miséria e muita fome, uma das primeiras ações do MDS, nessa nova gestão, foi buscar o IBGE para retomar a parceria e medir a insegurança alimentar dos brasileiros”, recordou.
Em 2018, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, já apontava uma piora relativa dos indicadores de segurança alimentar, interrompendo a trajetória de superação da fome, reveladas pelo IBGE nas PNADs de 2004, 2009 e 2013. Entre o fim de 2021 e início de 2022, quando a Rede Penssan aplicou a EBIA, o Brasil ainda enfrentava a pandemia de Covid-19 e havia um cenário de desmonte de políticas públicas, agravado pela inflação dos alimentos, desemprego, endividamento e a ausência de estratégias de proteção social.

Conquistas e avanços
No cenário macroeconômico, registramos um crescimento do PIB de 2,9% e uma significativa queda no IPCA para o grupo de alimentos, de 11,6% em 2022 para 1,03% em 2023, marcando a menor taxa desde 2017. A melhora na inflação refletiu positivamente no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego reduzindo de 9,6% em 2022 para 7,8% no ano seguinte.
Além disso, a massa mensal de rendimento dos trabalhadores atingiu R$ 295,6 bilhões, o maior valor já registrado na série histórica da PNAD-C.Paralelamente aos avanços econômicos, foram implementadas diversas medidas sociais. Desde março de 2023, o novo Bolsa Família garante uma renda mínima de R$ 600 por domicílio, incluindo o Benefício Primeira Infância de R$ 150 por criança de zero a seis anos. Esta nova abordagem focada na primeira infância reduziu a pobreza nessa faixa etária em 91,7%.
O Bolsa Família também se destacou como uma estratégia eficaz para garantir a segurança alimentar das famílias de menor renda, conforme destacou o ministro Wellington Dias. Além disso, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ofereceu proteção social a aposentados, pensionistas e pessoas com deficiência.
Outras políticas sociais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que fornece refeições diárias a 40 milhões de estudantes da rede pública, e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que promove a produção e renda aos agricultores familiares, contribuíram para melhorar os indicadores de insegurança alimentar.
Essas iniciativas fazem parte do Plano Brasil Sem Fome, desenvolvido pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan) e lançado em agosto de 2023, com o objetivo de promover a alimentação saudável e combater diversas formas de má nutrição. Com a colaboração de 24 ministérios, o plano visa erradicar a fome no país.