Os policiais são do concurso realizado no primeiro semestre de 2013. O estágio é supervisionado por um policial experiente e tem a duração de três meses

A partir da próxima quinta-feira (8/5) as ruas de Goiânia terão 1.100 novos policiais, segundo o porta-voz da Polícia Militar, coronel Alves, na solenidade de apresentação dos “quase formandos” e entrega de equipamentos para a Polícia Militar na Praça Cívica, no Setor Central, nesta manhã de quarta-feira (7/5). Esses policiais, que fizeram o concurso no primeiro semestre de 2013, ficarão por três meses em estágio operacional nas ruas, sob a supervisão de um policial experiente, e só ao final do período se formarão na academia da PM.

O governador Marconi Perillo (PSDB), que discursou durante o evento, afirmou que nos últimos quatro meses foram incluídos 3.300 policiais nas ruas, entre eles 1.300 do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (Simve), 1.100 policiais militares concursados e 900 policiais civis. O tucano ainda afirmou que ao final do mês de maio o governo irá incorporar mais 500 homens do Simve.

De acordo com Marconi Perillo, o que dificulta a diminuição da criminalidade é a Legislação Penal. “Nossa meta é reduzir os índices de homicídio e criminalidade, mas temos dificuldades porque a Legislação Penal é ruim.” O governador de Goiás sustenta que 70% dos autores de crimes cometidos nos quatro primeiros meses do ano foram pessoas que já cometeram crimes. “Alguns já foram detidos 10 vezes. A polícia prende, mas é obrigada a soltar logo em seguida.”

Além de 1.100 policias militares, foram entregues 3.000 coletes reflexivos (coletes verdes), 3.000 cintos de guarnição, 1.000 capacetes, além do anúncio de compra de 1.100 pistolas. O processo de licitação ainda deverá ser aberto. O governador sustenta os efeitos do aumento de policias nas ruas já estão sendo sentidos pela população. “A criminalidade já esta diminuindo visivelmente.”

Em entrevista coletiva, questionado se acreditava que a solução da melhoria na Segurança Pública é o aumento da quantidade de policiais, o governador afirmou: “É o aumento de policiais e mais investimentos.” Marconi ainda criticou o governo federal, dizendo: “A solução definitiva só vai chegar quando o governo federal passar a ajudar os governadores. Fazemos um esforço para garantir segurança, mas precisamos de ajuda da federação; precisamos de mais dinheiro e de mudança na Legislação Penal, para que os bandidos permaneçam nas cadeias.”

O tucano ainda defendeu que todos os presídios sejam federalizados. “O governo federal gasta muito pouco ou quase nada com Segurança Pública. Precisamos do apoio de todos.” Mais tarde, em uma solenidade no Palácio Pedro Ludovico sobre um acordo de cooperação técnica entre o Ministério de Integração Nacional e o governo do Estado, referente a um programa do governo federal chamado “Água para todos”, o governador mudou o discurso que criticava o governo federal. Marconi afirmou que a relação dele com a presidente Dilma Rousseff (PT) é republicana, e que mesmo não estando no mesmo partido da presidente, tem uma relação boa com a petista, de cooperação mútua.

O programa “Água para todos” em Goiás pretende levar a 10 municípios do noroeste goiano 50 cisternas (a cada cidade) para captação de águas de chuvas destinadas ao consumo humano, num total de 500. Um comitê coordenado pela Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectec) escolheu os municípios contemplados, que serão: Buritinópolis, Campos Belos, Cavalcante, Divinópolis de Goiás, Flores de Goiás, Guarani de Goiás, Iaciara, Nova Roma, São Domingos e Sítio d’Abadia. O programa investirá no Estado R$ 35 milhões este ano e R$ 15 milhões em 2015.

“Isso é coisa de quem não tem o que fazer”

Sobre recentes críticas do ex-prefeito de Anápolis e pré-candidato ao governo do Estado, Antônio Gomide, ao governador Marconi Perillo, o tucano respondeu que esses ataques são típicos de “pessoas que não tem o que fazer”. “Eu estou cuidando da administração.” De acordo com o governador, o presidente da Agecom [Orion Andrade] já respondeu o ex-prefeito, e o chamou para um debate público. “Eu não sou candidato, sou governador e estou cuidando do nosso Estado.”