Passageiros do transporte coletivo na Grande Goiânia volta atingir número pré-pandêmico, diz CMTC

01 junho 2023 às 20h07

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O presidente da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) da região metropolitana de Goiânia, Tarcísio Abreu, revelou, em entrevista ao Jornal Opção nesta quarta-feira, 31, que o número de passageiros voltou a ter o número que tinha em 2019, ou seja, no período pré-pandêmico.
De acordo com ele, atualmente o transporte coletivo da região metropolitana tem registrado uma média de 510 mil passageiros por dia. Além disso, no mês de maio o serviço registrou uma movimentação acima de 485 mil, ainda conforme o presidente.
Tarcísio Abreu ainda falou sobre os modelos de pagamento, o City Bus 3.0 e a parte de infraestrutura, como pontos de ônibus e novas tecnologias em terminais e aplicativos para usuários. Confira a entrevista:
Como funciona a integração na Grande Goiânia?
O passageiro pode integrar em qualquer ponto fora de terminal. E por que isso é interessante? Exatamente porque ele pode fazer o planejamento dele. Quando ele está num determinado ponto, por exemplo, na Praça da Nova Suíça, e quer ir ao Centro. Como é que eu faço essa trajetória? Então, quando ele for colocar esse planejamento dessa viagem vai dar para ele quais são as linhas que fazem essa rota. Eu falo isso porque nós testamos. Nós mostramos alguns exemplos de algumas viagens muito procuradas. Então, o que a gente tem percebido é isso, o aplicativo é a forma que você tem de planejar a sua viagem. Nós estamos preparando uma nova versão, até melhor ainda, para poder ter condições de até fazer pagamentos dentro do próprio aplicativo. Só que isso ainda não está pronto. É um processo de evolução. A ideia nossa é que tenha um aplicativo da mobilidade, que você vai ter cartões, toda uma condição nova para que isso possa atender a nossa demanda. Daqui a pouco nós estamos buscando serviços complementares integrados ao transporte. Exemplo: bicicleta, que nós queremos integrar ao transporte. Isso faz parte do projeto de revitalização e renovação do transporte. Então, nós queremos colocar nos bairros e no centro aquelas bicicletas para que você possa, com o cartão ou com aplicativo, liberar e ir a um terminal, ou um ponto. Com o mesmo cartão, você vai lá e entra no ônibus, se você validou na bicicleta, ele automaticamente te dá a oportunidade de validar dentro do ônibus se for um bilhete único com o mesmo valor. Outro serviço complementar que a gente também está trabalhando para poder lançar para este ano é o City Bus 3.0. As vans estão aí, todas prontas, vai ser feito também aplicativo. Temos que integrar isso no transporte público. Não dá para ficar só o aplicativo dentro do City Bus. Eu posso iniciar minha viagem com o City Bulls. Por quê? É dentro do bairro, rua menor, facilita o acesso. Eu tenho mais agilidade nesse processo do transporte.
Existe alguma previsão para quando esses serviços complementares serão lançados?
Eu não dou data. Eu entrego o serviço, eu preciso dele pronto, ainda não está concluído. Então, é difícil dar a data. O que eu posso te falar é que existe um compromisso, com o Governo do Estado, com a Prefeitura de Goiânia, as demais prefeituras de Aparecida de Goiânia e Senador Canedo para fazer isso acontecer. Hoje, se eu for em qualquer sistema de transporte do Brasil, não vou nem citar do mundo, a bicicleta faz parte do modelo da mobilidade humana. Então, nós temos que buscar isso. É a expectativa nossa e estamos trabalhando para que isso tudo aconteça este ano.
Como funcionaria essa integração entre o City Bus e os ônibus? Seria em algumas plataformas ou terminais?
Na realidade, nós usamos os nossos cartões de pagamento e você vai usar um aplicativo. Então, você faz a solicitação pelo aplicativo, vai entrar com o seu cartão. Então, essa é a ideia, ou pelo aplicativo ou que você possa usar o seu cartão de transporte. O City Bus 2.0 não tinha validadores dentro do sistema, ele tinha apenas o aplicativo. O que a gente precisa fazer agora é preparar para que ele também tenha o validador do ônibus e que ele possa fazer uso do cartão também. Pode ser tipo um complemento. Porque mais do que isso, o custo e a operação são totalmente diferentes de um ônibus. Vamos lembrar, o sistema nosso de Goiânia desde maio de 2022 conta com subsídio público. Então, existe a participação hoje do Governo do Estado e da Prefeitura de Goiânia com 41,2% cada. E assumindo o compromisso Aparecida com 9,4% e Senador Canedo com 8,2%. Hoje a tarifa técnica é R$ 7,58 e o usuário paga R$ 4,30. Então, tem uma tarifa congelada há cinco anos. Então, a ideia é que a gente possa fazer isso de forma integrada com complemento.
Um outro detalhe é o número de passageiros. Está diminuindo? Como atrair o pessoal para usar o transporte público?
No mês de maio nós batemos o volume de passageiros realizados por dia de 2019. O mesmo volume de pré-pandemia. Nós estamos hoje com mais de 510 mil passageiros por dia. A média de passageiros no mês de maio ficou acima de 485 mil. Então, depois da pandemia, é o mesmo patamar que nós temos agora. Nós estamos realmente retomando os passageiros que um dia perdemos. Precisamos melhorar ainda mais? Precisamos. Colocar mais linhas nos horários de pico, mudar nossa frota, renovar. Precisamos fazer tudo isso, mas o que nós estamos percebendo é que os os bilhetes deram um efeito muito grande. Exemplo, vamos falar do Passe Livre do Trabalhador, para poder fugir um pouco dos convencionais. Nós estamos hoje com mais de 40 mil colaboradores cadastrados que fizeram os empresários fizeram suas adesões. O vale-transporte normal são duas viagens, no Passe Livre do Trabalhador tem oito por dia, incluindo sábado, domingo e feriado. Muitas vezes quem recebia o vale-transporte, recebia o crédito, mas na prática ele vendia. No passe do trabalhador não pode vender, porque é uma assinatura que dá direito a viagem, não o recurso. Então, ele tem que fazer uso do transporte. Vamos falar do bilhete único, 63% usam o bilhete único.
E o cartão família?
Nós temos mais de 5 mil cadastros. Lançamos em 2 de fevereiro esse cartão. Quatro meses. Final de semana o ônibus está lotado. Não era assim. Por quê? Porque o cartão família possibilitou exatamente isso, a família agora, um pagante e mais cinco, ou seja, seis pessoas andam pagando apenas uma tarifa. Então, isso não tem como não atrair o passageiro. Mas, tudo isso só é possível por dois fatores. Primeiro, o sistema tecnológico que está dentro do ônibus, a tecnologia embarcada. Segundo, é o subsídio. Sem esses dois fatores, a gente não conseguiria, por exemplo, fazer uma integração espacial. A tecnologia antiga não dava condições de fazer isso. Os produtos tarifados estão contribuindo para o crescimento de demanda. Nerópolis tinha 3 mil validações por dia. Hoje, são 38 mil. Por conta disso, R$ 2,15 não pesa no bolso. É economia que gera alimento. Nós fizemos uma conta. A economia dá uma cesta básica por mês. Então, eu acho que está voltando a demanda. Agora, nós temos uma missão, colocar mais viagens, reduzir o tempo de viagem, o intervalo entre elas e uma frota maior para poder atender essa demanda. Mais ônibus para atender pontos específicos, por exemplo, para o zoológico, mutirama, shopping, tudo isso aumentou, agora com o cartão família para o final de semana.
Existe alguma alguma projeção de valores do City Bus 3.0? Vai ser por deslocamento como o 2.0?
Quando se fala de valores, isso não pode ser uma decisão unilateral. Tem que ser uma decisão compartilhada. Então, a gente precisa compartilhar isso com os entes. O Governo do Estado, as prefeituras de Goiânia, Senador Canedo, Aparecida. A tendência é manter o que era do 2.0, em termos de valores, mas de serviço não. Preciso casar essas várias condições, porque às vezes a pessoa não quer fazer uma viagem integrada ao ônibus, quer fazer uma exclusiva. Para cada situação são várias simulações. Então, o que nós estamos buscando é fechar isso, entender os valores e apresentar para os entes. No serviço eu não tenho dúvida, é moderno. Agora, é verificar a viabilidade.