Governo de Goiás articula gestão compartilhada do transporte do Entorno

06 março 2023 às 18h22

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A Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República teria negociado a redução de 40% para 12% o reajuste da tarifa das passagens de ônibus interestaduais que fazem a rota das cidades do Entorno para Brasília. Além disso, o acerto envolveria ainda a criação de um consórcio interfederativo para a gestão do transporte na região. A contrapartida da União seria investir na infraestrutura do transporte do Entorno. Umas das ações previstas seria a construção do BRT até Luziânia. As informações são da jornalista Cileide Alves no Twitter.
O Governo de Goiás é contra o reajuste e tem buscado soluções para resolver o problema. O governador Ronaldo Caiado (UB) chegou a apresentar ao ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no último dia 23 de fevereiro, um novo modelo de gestão compartilhada do transporte coletivo, com passagens parcialmente subsidiadas pelo poder público. O projeto ainda está em discussão no próximo dia 23 deve acontecer em Brasília uma nova reunião para tratar do tema.
A inciativa funcionaria nos moldes do que já acontece Região Metropolitana de Goiânia, onde Estado e municípios dividem parte do custo da passagem, o que tem garantido a manutenção do valor desde 2019. Além disso, mesmo Goiás tendo a menor receita entre os envolvidos – DF e União -, o governador goiano já declarou que arcaria com 1/3 do subsídio. No entanto, segundo Cileide Alves, o governo federal já sinalizou que não vai ajudar no subsídio da tarifa.
Atualmente a Agência Nacional de Transportes Terrestres é a responsável pela gestão do transporte rodoviário semiurbano interestadual entre Goiás e o Distrito Federal e é o órgão que tem autonomia para autorizar o aumento. Desde 2022, o governo goiano tem buscado soluções para que a população goiana não fosse penalizada com a tarifa mais cara e para melhorar a qualidade do serviço oferecido.
A comissão de direito administrativo da OAB-DF enviou uma notificação ao diretor-geral da ANTT cobrando explicações sobre o aumento e disse que vai tomar as medidas necessárias para proteger os cidadãos. O presidente da comissão, Samuel Souza, criticou a decisão porque ela “não foi condicionada à melhoria da qualidade do transporte público”. Segundo ele, além disso, não está prevista nem a troca da frota nem a redução do intervalo entre as viagens para resolver o problema da superlotação dos veículos.
A Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros (Anatrip) repudiou o reajuste realizado pela ANTT e disse que contava com o reajuste de 40%. Segundo o assessor da entidade, Gabriel Oliveira, “é impossível manter a frota em funcionamento. Isso é uma irresponsabilidade do poder público. É um absurdo essa decisão”. Segundo ele,
O economista Matheus Rezende avalia que esse aumento das passagens de ônibus tem um impacto direto do orçamento das famílias, principalmente porque representa uma precificação acima da inflação acumulada. “O trabalhador vai ter que enxugar um pouco mais os seus gastos básicos para garantir a ida ao trabalho, sem dúvida”, pontuou.