O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) anunciou a ampliação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral de Palmas (HGP). O anúncio foi feito no sábado, 20, durante visita ao hospital para verificar a situação da unidade de saúde. O governador explica que durante a visita constatou que o Hospital, que é de alta complexidade, estava atendendo pacientes com baixa e média complexidade, além de outras questões que envolvem a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).

Wanderlei Barbosa observa que muitas pessoas que estão internadas no HGP, poderiam estar sendo tratadas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital Palmas, município responsável por 70% das transferências encaminhadas ao HGP. “Nós viemos verificar os atendimentos no HGP. Nós não queremos divergência, nós queremos encontrar caminhos. Nós vimos pessoas com pequenas lesões ou com pequena fratura no pé, situações de baixa e média complexidade”, observou o gestor.

O governador Wanderlei Barbosa lembrou, ainda, de iniciativas como o Consórcio Vale do Araguaia em que o Estado, em união com os municípios, possibilitou a realização de quase mil cirurgias eletivas até o final do ano passado. “Nós temos hospital em Sítio Novo, Peixe, Cristalândia e somos parceiros para fazer cirurgias lá. Infelizmente, a nossa Capital, que é o município mais importante do Estado, ainda não tem um hospital para ajudar. A saúde é um sistema unificado, onde Estado e Município recebem recursos. Não quero jogar o problema para ninguém. Eu tenho a minha responsabilidade e vou arcar com ela, mas eu preciso dessa parceria”, enfatizou.

Em reforço a esta necessidade de se criar um Hospital Municipal em Palmas que beira os 350 mil habitantes, o promotor de justiça Thiago Ribeiro lembrou que, desde agosto de 2021, ocorrem audiências públicas e reuniões voltadas para essa premissa. “A primeira audiência pública ocorreu em agosto do ano passado, no MPTO [Ministério Público Estadual] e teve a presença dos secretários de saúde do município e do Estado. Na ocasião, todos concordaram desta necessidade. Depois houveram mais quatro audiências administrativas, porém na última, o secretário municipal de saúde, Thiago de Paulo Marconi, não esteve presente”, constatou o promotor ao revelar que, devido à esta ausência, o MP propôs uma Ação Civil Pública (ACP) para obrigar o município a começar a construção da unidade hospitalar em Palmas.

Conter crise

A visita do governador ao HGP com o anúncio duas medidas de impacto, aumento dos leitos de UTI e construção do Hospital de Palmas, tem clara motivação de conter a crise na saúde que gerou mal-estar nas relações com a prefeitura de Palmas Cinthia Ribeiro (PSDB), depois que uma paciente morreu no último dia 8, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul, aguardando remoção para o HGP, negado três vezes por falta de vaga. Os problemas de falta de vaga teriam iniciado com regulação implantado no hospital que é referência para Palmas.

O governador agiu rápido, mas a crise da saúde já está instalada e não é de hoje. O governador que alardeou durante a campanha que acabaria em poucos meses com a fila de espera por cirurgias eletivas, ainda não conseguiu acabar. O Hospital de Palmas é uma novela antiga. É sempre uma prioridade em época de crise para depois cair no esquecimento. O entendimento entre Wanderlei e Cinthia pode enfim tirar o projeto do papel. Basta ter vontade política.

CRM busca solução

O Conselho Regional de Medicina (CRM) se reuniu nesta segunda-feira, 22, com representantes da Prefeitura e do Estado na busca soluções negociadas para agilizar a remoção das UPAs da Capital para o HGP. A reunião contou com a participação do presidente do CRM, Jorge Guardiola, o conselheiro federal Estevam Rivello, e representantes das secretarias de Saúde do Estado (Sesau) e do município (Semu).