Vereadores governistas esvaziam sessão e prejudica votações na Câmara
22 abril 2016 às 10h35
COMPARTILHAR
Apenas Felicio Costa (PTB), Marilon Barbosa (PSB) e Adão Ìndio (PSL) compareceram à sessão de terça-feira, 19, contudo, os dois últimos abandonaram a sessão em andamento, deixando Felício em situação constrangedora. Calado e sem reação, o petebista ouviu as reclamações dos sete parlamentares da oposição cujas presenças garantiram, ao menos, a abertura da sessão e discussões parlamentares, todavia, a sessão foi encerrada mais uma vez, sem votação de matérias.
O presidente da Câmara, Rogério Freitas (PMDB), e os vereadores Lúcio Campelo (PR), Júnior Geo (Pros), Milton Neris (PP) e Pastor João Campos (PSC) denunciaram o que denominam de “manobra do prefeito” para colocar a sociedade contra a Câmara. A ausência dos vereadores da base, conforme Freitas, é resultado de “um boicote feito pelo executivo municipal para dar a impressão de que os vereadores da Câmara estão querendo inviabilizar o governo”. De acordo com o presidente, a estratégia do Executivo consiste em esvaziar as sessões de forma proposital, a fim de impedir o quorum mínimo para votação das matérias. “A pauta está trancada há mais de três semanas”, explicou Freitas. “Quando não é de interesse do governo não tem quórum.”
O presidente do parlamento municipal esclareceu ainda que uma medida provisória enviada pelo prefeito, que trata da concessão de benefício pecuniário para a compra de equipamentos por parte dos servidores da Saúde, está trancando a pauta. A matéria está sob a relatoria do líder do prefeito Folha Filho (PTN) que, assim como os demais governistas, não compareceu à sessão. Rogério Fretias disse que o prefeito faz acordo com servidores, com os sindicatos, mas estes não vão receber o benefício porque os vereadores da base não comparecem à sessão para votar e resumiu: “O prefeito trata, mas não cumpre”.
Segundo apurou o Jornal Opção, os vereadores da base estariam recebendo instruções do prefeito para esvaziarem as sessões pelo aplicativo Whatsapp, tendo em vista que prefeito e uma comitiva de secretários municipais estão em Punta Cana, na República Dominicana, onde participam de um casamento. O chefe do executivo municipal não tem interesse que as matérias sejam votadas durante a sua ausência.
O vereador Milton Neris ressaltou que nas escolas da rede municipal falta dinheiro para a compra de merenda escolar adequada. Há mais de dois meses as crianças estariam recebendo apenas bolacha e leite no lanche. “E o prefeito está em Punta Cana fazendo graça. E quem é que está pagando essa gracinha? É o cidadão palmense, porque o prefeito e os secretários que estão lá, estão ganhando para não trabalhar.”
Indignado, Lucio Campelo subiu à tribuna e, se referindo ao posicionamento dos vereadores da base, declarou: “O parlamento está sem autonomia, senhor presidente, e isso me incomoda”. Outro insatisfeito foi Júnior Geo, que questionou se realmente os demais colegas foram eleitos para representar a sociedade ou o interesse do executivo. Já o Pastor João Campos considerou a atitude dos faltosos uma postura extremamente prejudicial para a Casa Legislativa.