Tocantins completa 15 anos sem que um chefe do Executivo termine o mandato
24 outubro 2021 às 00h00

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Sete políticos já ocuparam a função de chefe do Poder Executivo estadual ao longo da história
Na última semana os tocantinenses foram surpreendidos pelo afastamento de Mauro Carlesse (PSL) do governo do estado. A medida foi decida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), motivada por denúncias apresentadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
O afastamento é resultado de duas operações da PF que se complementam. As investigações sobre pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais teve início há cerca de dois anos. Estima-se que cerca de R$ 44 milhões tenham sido pagos a título de vantagens indevidas. Também são investigadas obstrução. A PF acredita que o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção. Por fim, há suspeita de incorporação de recursos públicos desviados. Dados do Coaf mostram movimentações financeiras de grandes quantias, em espécie, sem comprovação de capacidade econômica, realizadas por pessoas ligadas ao governo.
O afastamento do governador Carlesse reforça o cenário de instabilidade política no estado desde a sua fundação, em 1988. Desde 2006, os governadores escolhidos em eleições gerais não terminam o mandato. Sete políticos já ocuparam a função de chefe do Poder Executivo estadual ao longo da história. Apenas quatro deles chegaram ao cargo através do voto popular.
Com o afastamento de Carlesse, quem assume o Poder Executivo durante este período é o vice-governador, Wanderlei Barbosa (sem partido).