“O objetivo maior do PCB é estruturar o partido no Estado”
12 julho 2014 às 09h57
COMPARTILHAR
Candidato a governador revela que os comunistas não estão preocupados com eleição, mas em aproveitar o pleito para divulgar a legenda, que busca a organização da sociedade para a construção do poder popular
Ruy Bucar
Ele tem consciência de que tem pouquíssimas chances de vencer as eleições. Por isso mesmo faz questão de destacar que a principal missão do Partido Comunista Brasileiro (PCB), nesta disputa, não é a eleição propriamente, mas a oportunidade de avançar na organização da sociedade para a construção do poder popular. “Para o Tocantins ter uma opção diferente nós entendemos que esse era o momento de o PCB oferecer a sua contribuição”, declara o candidato ao governo explicando que sua candidatura nasceu com este propósito.
Carlos Potengi avalia que a contribuição do partido mais antigo do Brasil no Estado mais jovem da federação é marcar posição ideológica clara, para mostrar à população qual a verdadeira função de um partido na sociedade. “A gente vem com uma discussão que é de militância, de posição ideológica porque temos partidos que são definidos ideologicamente, tanto que optamos por sair com uma candidatura própria exatamente com o objetivo de ter a clareza que os nossos trabalhos serão de firmezas ideológicas”, declara o candidato, seguro de que os comunistas que lutam pelo socialismo têm um papel a desempenhar no Tocantins.
Carlos Potengi, 59 anos, piauiense de Floriano, morou a maior parte da vida no Rio de Janeiro, é bancário, formado em Comunicação Social com especialização em História do Brasil. Militante do Partidão desde a década de 70. Disputa pela primeira vez um cargo eletivo. Está no Tocantins desde 2008.
Por que o sr. decidiu ser candidato a governador do Estado pelo PCB?
Sou militante do PCB há muitos anos, há mais de 30 anos. A opção é uma tarefa que o PCB está me dando para ser candidato ao governo do Estado do Tocantins. A diferença está aí, não é uma opção pelo partido, é uma opção que o partido está colocando para a sociedade, o meu nome como candidato ao governo.
PCB tem uma história nova no Tocantins?
Nós estamos construindo, essa é a ideia. Por isso a importância da construção do partido no Tocantins. A história do PCB no Estado realmente é de construção do partido, que não existia e nós estamos há quase dois anos nesse processo de organização, estruturação, discussão de processo e me coube a tarefa de ser o candidato ao governo do Tocantins.
A sua ligação com o PCB é de militância histórica?
É de militância histórica no partido. Não me lembro ao certo, mas estou como militante do partido desde 1977 ou 1978.
E a decisão de ser candidato?
Entendemos que para ter uma construção diferente no Tocantins, para dar uma opção, esse é o momento desse processo de organização de estrutura do partido no Estado. Seria importante um nome como o da gente, mesmo porque os militantes que estão chegando são recentes no partido. Quer dizer, eu na verdade, sendo militante mais antigo no Tocantins, coube a mim a tarefa de representar o partido na disputa ao governo.
Quais as chances do PCB e qual a meta que o partido tem para essas eleições?
A avaliação é que vamos estar numa discussão e numa disputa. A nossa preocupação maior não é nem a eleição em si, mas a organização e estruturar o partido no Estado. Esse é o grande desafio que temos. Sabemos que o desafio é enorme em fazer essa construção do partido, é difícil, porque acaba-se encontrando uma série de dificuldades normais. Nem temos material, isso faz parte da nossa tarefa, do nosso trabalho diário e estamos dispostos a encarar esse desafio que é enorme. Sabemos das dificuldades de todo o processo histórico e como foi formado o Tocantins. Sabemos como é essa história toda e vamos dispostos a entrar para um debate franco, direto, objetivo, sem rodeios. Esse é o objetivo.
Qual a contribuição do PCB nesse processo?
Somos o partido mais antigo da federação brasileira, e estamos no Estado mais jovem da federação. Contribuímos com a nossa história, nossas discussões, com os propósitos que temos de fazer com que o cidadão seja realmente um sujeito transformador da sua história, do seu governo. Essa é a ideia, educar a sociedade para que ela seja o sujeito da transformação da sua realidade. Esse é o grande desafio nosso.
Qual a posição do PCB, é oposição, situação ou é uma candidatura ideológica para marcar presença?
Essa discussão fica no plano ideológico. Todo mundo sabe quais são as forças do processos conservadores no Tocantins. A gente vem com uma discussão de militância, de posição ideológica, porque temos partidos que são definidos ideologicamente e a gente não tem, tanto que optamos por sair com uma candidatura própria exatamente com o objetivo de termos a clareza que os nossos trabalhos serão de firmezas ideológicas. Não que a gente não tenha que discutir as nuances dos processos, mas temos claro qual é o nosso objetivo, que é de construção da sociedade. Vamos ter claro agora se for de transformar a gente modifica e vai ser oposição, vai ser de renovação, essa é a ideia, ser uma opção no Tocantins, diferente do que está aparecendo. O PCB no Tocantins realmente tem que fazer história.
Em relação ao palanque no plano federal como está o PCB?
No plano federal nós vamos trabalhar no Tocantins com o propósito de criar um palanque, ou pelo menos uma opção para o nosso candidato, que é o professor Mauro Iasi, à Presidência da República. Para que ele tenha um palco, um palanque para trazer as propostas do PCB para o país. Essa também é a nossa tarefa, o desafio de construir um palanque ou plataforma onde o nosso candidato à Presidência possa vir discutir os projetos em nível federal no Tocantins.