Vereador de Palmas pelo PSC faz balanço de seu primeiro mandato legislativo e diz que há possibilidade de ele ser o candidato do partido à Prefeitura da capital em 2016

Vereador Pastor João Campos:  “Quero incentivar o uso da energia solar"
Vereador Pastor João Campos: “Quero incentivar o uso da energia solar”

Dock Junior

Pastor João Campos é tocantinense de Peixe e filiado ao PSC desde 2000. Foi eleito vereador em Palmas no pleito de 2012, com 1.627 votos. É graduado em Administração de Empresas e Direito, pela Faculdade Anhanguera de Goiânia (GO) e também Teologia, pós-graduado em Administração Pública. É servidor concursado do Governo do Estado do Tocantins, onde atuou até sua eleição como auditor fiscal da Secretaria da Fazenda.

João Campos, definitivamente, não é adepto de polêmicas. Questionado pelo Jornal Opção acerca de temas controversos, o vereador não deixou de responder, todavia, o fez com declarada parcimônia. Político reservado, avalia que está cumprindo bem a missão que seus eleitores lhe outorgaram e deixa claro que se houver um consenso do partido, poderá até mesmo disputar a Prefeitura de Palmas.

Qual sua avaliação dos seus 35 meses de mandato? O que o sr. viu como próspero ou satisfatório nesta legislatura?

Na convenção de 2004, por questões circunstanciais de grupo, coloquei meu nome à disposição para a disputa do cargo de vereador em Palmas. Naquela ocasião não fui eleito, mas nas eleições de 2012 obtive êxito. Esta legislatura tem sido muito interessante. Tenho procurado fazer um acompanhamento em relação às demandas da cidade e o que a população deseja e espera de seus governantes. Nesse tempo, procurei ser o elo entre as demandas do povo e as cobranças junto ao Poder Executivo. Eu refuto como um período muito positivo, mesmo sendo o primeiro mandato. Tenho apresentado os mais diversos tipos de requerimentos procurando atender a população. No que se refere a projetos de lei, apresentei vários, porém, posso citar um projeto que, em que pese ser de autoria do Poder Executivo, desde quando assumi o mandato eletivo havia elaborado requerimento nesse sentido. Por varias vezes, inclusive, compareci ao gabinete do prefeito solicitando que um projeto abrangente acerca do tema fosse encaminhado à Câmara de Vereadores. Esse projeto consiste na possibilidade da utilização da energia solar no nosso município, onde é tão abundante essa riqueza, essa fonte de energia. Ele foi denominado “Palmas Solar”. Requeri também que o projeto oferecesse incentivo a quem aderisse a utilização da energia solar. Como auditor da Secretaria da Fazenda estadual, procurei em âmbito estadual conseguir incentivos para a redução do ICMS para o contribuinte que também aderisse. Isso foi contemplado e hoje já existe isenção ou redução de ICMS para aquisição de alguns produtos utilizados na energia solar. Foi publicado recentemente no Diário Oficial o termo de adesão do Estado do Tocantins ao convênio nacional. O governador Marcelo Miranda (PMDB) foi propositivo e compreendeu a magnitude dessa demanda.

O sr. surpreendeu há algumas semanas os seus pares e também os populares presentes no plenário, afirmando que não fará parte do palanque de Carlos Amastha no próximo pleito. Por quê?

Gostaria muito mais de estar falando sobre o meu mandato, entretanto, o questionamento é oportuno. Fomos eleitos pela oposição, uma vez que estávamos compondo a chapa encabeçada por Marcelo Lellis. Logo após as eleições, eu conversei com o sr. Carlos Amastha sobre a possibilidade de participar do governo no aspecto de governabilidade e não por questões políticas. Nesse interregno de tempo, participei da bancada do governo e ajudei aprovar vários projetos do Executivo, por entender que eram interessantes para a cidade de Palmas. Alguns deles votei contra e digo o porquê. Uma lei bastante polêmica, que chegou à Câmara no início do mandato, tratava de revisão da planta de valores imobiliários de Palmas, ainda em 2013. Em que pese haver uma série de explicações técnicas, discutimos, debatemos, avaliamos e, ao final, votei contra a revisão mesmo fazendo parte da base de apoio do prefeito. Recentemente, tive uma conversa com Amastha e ele me questionou se eu iria fazer parte do palanque dele no próximo pleito. Respondi que não era o momento adequado para se falar de política, visto que a eleição será apenas em 2016. Expliquei a ele que estamos passando por um ano difícil, a crise instalada no País, a queda de repasses, o contingenciamento de gastos, etc., e que havia outros assuntos mais importantes para serem discutidos neste momento. Ele insistiu no tema e eu repliquei que, já que ele queria a resposta naquele momento, a tendência era não estar no mesmo palanque, mesmo porque a forma de ele fazer política não me motiva muito. Foi isso. Evidente que a política é muito dinâmica, todavia, preliminarmente, eu não farei parte daquela composição política. Estou conversando com meu partido e também com outras siglas e até mesmo uma candidatura minha a prefeito não está descartada. É longo processo de discussão com a comunidade de Palmas.

Onde está a sua base política? Onde o sr. teve mais votos?

Eu moro na região central da cidade. Porém, eu obtive votos em todas as regiões da capital: norte, sul e centro. Avalio que grande parte dos votos veio do público evangélico e dos servidores públicos, mesmo por que eu sou um deles há mais de 26 anos. Há mais de 40 anos faço parte da Assembleia de Deus e sou secretário executivo. Todos os estatutos dessas congregações no Tocantins foram elaborados por mim. Trabalho nisso desde 1990.
Reconheço que, de uma certa forma, acabei por direcionar um pouco meu trabalho a este público, evangélicos e servidores públicos. Eu tenho procurado, dentro de todas as matérias apreciadas, verificar sempre a possibilidade de atender e beneficiar essa base. Eu tenho esse compromisso com eles. Mas, é claro, sou vereador de todos os palmenses.
Exemplificativamente, apresentei um projeto de lei – ainda em tramitação – que prevê que na indicação do terceiro escalão do município se deveria privilegiar apenas os servidores públicos concursados. Também quero ressaltar que faço um trabalho social voltado para os deficientes junto a Apae (Associação de Pais e Alunos Excepcionais) e outras organizações. Para se ter uma ideia, recentemente adquirimos um material para a biblioteca da Câmara em braile. Além disso, tenho feito um acompanhamento bem próximo do Centro de Recuperação Leão de Judá, do amigo Manoel, que auxilia as pessoas com dependência química. Me considero um parceiro daquele projeto de grande importância nos dias atuais, por que vejo a droga como o grande câncer de nossa juventude. A saída é a educação e a prevenção.

Como ícone da comunidade evangélica, como o sr. viu a decoração natalina em Palmas, que trouxe uma espécie de Mamãe Noel estereotipada, com pernas e seios desnudos? Teria havido exagero ou ridicularização dos símbolos natalinos?

Particularmente, não tenho elementos suficientes para tecer críticas acerca desse tema. Porém, entendo que o poder público deveria ter sido mais previdente com a relação a uma questão tão polêmica. Sem dúvidas houve uma espécie de vulgarização e creio que a população deveria ter sido consultada previamente.

No que concerne a aprovação pela Assembleia Legislativa do polêmico projeto do deputado estadual Wanderlei Barbosa, acerca da obrigação concorrente nos planos diretores das grandes cidades, como o sr. se posiciona?

Preliminarmente, sou contra a matéria. Me posicionei dessa forma por entender que ela fere os princípios constitucionais e a autonomia dos municípios, prefeituras e câmaras municipais. Eu estou estudando o Estatuto das Metrópoles para firmar, de vez, minhas convicções. O deputado alegou que seu projeto tem como base esse estatuto e estou averiguando os dispositivos legais ali contidos, todavia, ainda não estou convencido.
Além da passagem por uma convenção partidária que poderá indicá-lo até mesmo a disputa do Executivo, naturalmente o sr. é candidato à reeleição. Nesse contexto, quais são os seus projetos para 2016?

Sem dúvida! Candidato a reeleição, porém, discutiremos em Brasília com o líder nacional do meu partido, Pastor Everaldo, além de outras lideranças, acerca do projeto do PSC para Palmas em 2016, ou seja, lançar chapa majoritária – encabeçada por mim – ou compor uma coligação. Quero dizer a todos os palmenses que em que pese este ano de dificuldade, contudo, tenham certeza que nós haveremos de transpor todas essas barreiras. É o momento de renovar nossas esperanças e confiar na nossa capacidade de superar todos os desafios e obstáculos. Gostaria de deixar essa mensagem à população da nossa capital e desejar um feliz Natal, boas festas e que Deus abençoe o nosso amado Brasil, nosso Tocantins e nossa querida Palmas.

"O poder público deveria ter sido mais previdente com a relação a uma questão tão polêmica como a iluminação natalina”
“O poder público deveria ter sido mais previdente com a relação a uma questão tão polêmica como a iluminação natalina”