Laurez Moreira: “É fundamental essa ligação entre o governo do Estado e o governo federal”
20 novembro 2022 às 00h00

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O vice-governador eleito, Laurez Moreira (PDT), acredita que o PDT terá papel importante na aproximação do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Laurez, que comanda a legenda no Estado, pretende usar suas boas relações em Brasília para contribuir com essa aproximação. “No que depender da gente, vamos atuar neste sentido. É fundamental para o Tocantins essa ligação entre o governo do Estado e o federal, trabalhando em sintonia”, ressalta.
Sobre a organização do novo governo, Laurez defende que é preciso se preocupar com todos as áreas, pois todas são importantes para promover o desenvolvimento do Estado. Entre as prioridades, acredita que o turismo merece atenção especial. “O turismo é uma das atividades que mais crescem no mundo. Temos de aproveitar isso. Hoje, as pessoas estão ansiosas para andar, para conhecer, e o Tocantins tem um potencial muito grande nessa área. Precisamos explorá-la, criando condições para organização da cadeia produtiva do turismo como um todo”, ressalta.
O vice-governador reconhece a enorme responsabilidade que ele e o governador Wanderlei Barbosa assumiram com o Estado, após o resultado das urnas que aponta uma eleição consagradora. Segundo ele, o sentimento de tocantinidade foi o que mais pesou no sucesso eleitoral. “Eu tenho dito para o governador Wanderlei que nós não temos o direito de errar. Nós somos tocantinenses, as pessoas confiaram muito e evidentemente que, se nós acertamos, são os tocantinenses, pessoas que gostam de política, que estão acertando. Então nós temos o dever de fazer um governo realizador e procurar corresponder à expectativa do povo tocantinense”, ressalta.
Laurez reitera que seu espaço no governo vai ser em todas as áreas, sobretudo onde solicitarem a sua participação. “O Laurez vai estar onde alguém precisar de mim. Isso, em todas as áreas. Onde tiver um secretário de Estado que queira discutir comigo o que é melhor para o Tocantins, que queira minha participação, ajuda para montagem do quadro, eu vou estar junto”, garante. Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Opção, o vice-governador eleito fala também sobre o futuro de seu partido, o PDT.
O cidadão tocantinense percebeu que a chapa Wanderlei e Laurez era uma síntese do nosso povo
Ao deixar a cabine de votação, o sr. afirmou que esta foi a eleição mais tranquila que disputou. A que o sr. atribui a boa aceitação do projeto governista?
O tocantinense percebeu que a chapa Wanderlei e Laurez era uma síntese do povo tocantinense, representava aquele sentimento de pertencimento a um lugar, a prata da casa. Percebemos que as pessoas queriam isso. Onde a gente chegava, via que a aceitação era muito boa, com uma participação popular muito grande. Foi uma eleição que, em princípio, reuniu os candidatos mais fortes que a oposição poderia ter lançado. Mesmo assim, tivemos uma vitória muito tranquila. No dia em que sentei com o Wanderlei e decidimos a composição da chapa, naquele dia eu já tinha certeza da vitória. Eu faço política há muito tempo e aprendi a ouvir as pessoas, ver seu sentimento. Não tenho dúvida nenhuma de que éramos o que a população queria, tanto os meus eleitores da região como do resto do Estado. A gente via que era uma chapa que agradava muito. Wanderlei, Laurez e Dorinha formaram uma chapa leve, sem desgaste, sem rejeição. Isso facilitou muito o nosso trabalho.
Esta é a primeira vez em que um tocantinense é eleito governador do Estado. Essa identificação com o povo significa também maior responsabilidade?
Eu tenho dito para o governador Wanderlei que nós não temos o direito de errar. Nós somos tocantinenses, as pessoas confiaram muito e evidentemente que, se nós acertamos, são os tocantinenses, pessoas que gostam de política, que estão acertando. Então nós temos o dever de fazer um governo realizador e procurar corresponder à expectativa do povo tocantinense. Não tenho dúvida de que o governador Wanderlei vai fazer uma grande gestão. Eu, na condição de vice, vou fazer de tudo para contribuir para que seja um trio harmonioso e que sempre esteja trabalhando ao lado do nosso governador.
Somos um grande produtor de energia no Brasil, mas temos condições de produzir muito mais
Por sua experiência de gestor, qual vai ser o grande desafio dessa gestão?
Eu sempre digo que o governo precisa ter preocupação com todas as áreas. Isso vai desde a infraestrutura, que é superimportante, à questão da educação, pois é fundamental melhorar os índices que apontam a qualidade da educação do nosso Estado; melhorar o atendimento na área da saúde; é importante um governo que tenha essa preocupação com ciência e tecnologia, então eu entendo que o governo precisa ter essa abrangência o maior possível; preocupar-se com a cultura, valorizar os artistas da nossa terra, fazer com que o Estado respire cultura; que seja um governo que tenha a preocupação de valorizar o potencial turístico que temos.
O turismo é uma das atividades que mais crescem no mundo. Temos de aproveitar isso. Hoje, as pessoas estão ansiosas para andar, para conhecer, e o Tocantins tem um potencial muito grande nesta área, que precisa explorar criando condições para organização da cadeia produtiva do turismo como um todo. É preciso um olhar com atenção para a população mais carente do Estado, através da ação social. Eu entendo que o governo precisa se preocupar com todas as áreas. Criar condições para atrair investidores, vejo que está na hora da gente começar a ter uma política forte na área da industrialização. Precisamos industrializar o Estado, principalmente na área da agroindústria. É a nossa vocação. O Estado tem demonstrado um potencial muito grande também na área da mineração, isso tem de ser incentivado. Então tudo aquilo que possa fortalecer a nossa economia, eu entendo que o Estado precisa dar o suporte necessário. Somos um Estado com uma capacidade de produção de energia muito grande. Já somos um grande produtor de energia no Brasil, mas temos condições de produzir muito mais do que produzimos hoje. Entendo que é outra área a que o governo precisa dar a devida atenção.
A montagem da estrutura de governo deve contemplar esse universo de áreas prioritárias, criando a necessidade de reforma administrativa?
Eu entendo que é fundamental esse olhar mais amplo. O governo tem de manter os olhos voltados para as necessidades do Estado, principalmente visando o seu potencial. Observando onde cada centavo investido possa trazer o maior retorno para a sociedade. O governo tem de ter essa preocupação.

O mais importante não é criar órgão, mas garantir a efetividade das políticas adotadas pelo governo
Os deputados defendem a criação de novas pastas, como a secretaria da Mulher e de Ciência e Tecnologia. Essa atuação mais ampla do governo vai exigir a criação de novos órgãos?
O mais importante não é a criação de novos órgãos, mas a efetivação de políticas adotadas pelo governo. Tem muita gente que se preocupa com a denominação, secretaria tal, com determinada denominação. O que sempre me preocupa é a efetividade das políticas adotadas pelo governo do Estado para os diversos setores que devem compor as áreas de atuação do governo. Isso é o que é importante.
O sr. chega ao governo com experiência para contribuir a partir do conceito de choque de gestão, tendo a Prefeitura de Gurupi como melhor exemplo. Esta é a área que o sr. acha que deve ajudar mais no avanço do governo?
Precisamos entender que quem determina a política, quem aponta o rumo, é o governador. Sou vice, estou pronto para ajudar naquilo que for necessário. Quando convocado, estarei pronto. Sinto que tenho obrigação de estar junto com o governador, solidário, falando aquilo que eu penso, e isso nós vamos fazer. Eu tenho muita confiança no governador Wanderlei. Tenho certeza de que ele vai fazer de tudo para acertar. Ele tem compromissos muito fortes com o nosso Estado. Vamos trabalhar neste sentido.
Vamos organizar os diretórios municipais do PDT para disputar as eleições em diversos municípios
O PDT volta a contar com pelo menos um deputado estadual e também a vice-governadoria. Como o sr. avalia o futuro do partido no Tocantins, a partir do resultado destas eleições?
O PDT é um partido forte. Nós vamos trabalhar para fortalecê-lo no Tocantins cada vez mais. É evidente que eu gosto de dar um prazo. É importante um prazo aí de seis meses após as eleições para a gente voltar a articular o partido nos 139 municípios do Estado. Nós vamos organizar os diretórios municipais para disputar as eleições em diversos municípios.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, já articula uma composição com o o presidente Lula. O partido pode ser uma ponte para a aproximação do governador Wanderlei com o governo federal?
Com certeza. O que depender da gente nós vamos atuar neste sentido. É fundamental para o Tocantins essa ligação entre o governo do Estado e o governo federal, trabalhando em sintonia. Eu, graças a Deus, tenho um bom relacionamento em Brasília e vamos usar esse relacionamento no sentido de favorecer esse entrosamento com o governo do nosso Estado.
São pessoas [na transição de governo] que conhecem o Estado e têm condições de ajudar o governo federal, então para nós é muito bom
Como o sr. viu a indicação de alguns líderes tocantinenses – senadora Kátia Abreu, professor Danilo Melo e assistente social Eutália Barbosa – para o comitê de transição do governo Lula?
São pessoas que conhecem bem a realidade do Tocantins e podem contribuir com a formulação de políticas que venham a nos beneficiar. Quanto mais tocantinenses nós tivermos fazendo parte do governo federal, melhor. São pessoas que conhecem o Estado e têm condições de ajudar o governo federal, então para nós é muito bom.
Que espaço o sr. pretende ocupar no governo do Estado, em que área pretende atuar?
Vou estar onde alguém precisar de mim. Em todas as áreas. Onde tiver um secretário de Estado que queira discutir comigo o que é melhor para o Estado, que queira minha participação, alguma ajuda para montagem do quadro, eu vou estar junto.