IPTU exorbitante de Palmas revolta a sociedade

10 fevereiro 2018 às 10h23

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Vereador Lúcio Campelo questiona conceito de justiça social que o prefeito Amastha exerce e cobra investimentos na capital

O prefeito de Palmas, Carlos Amastha, deu um presente muito amargo aos palmenses em 2018, com o aumento exorbitante do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). Desde que os contribuintes começaram a receber os carnês, a revolta se generalizou, com aumentos inexplicáveis, o que inclusive provocou intervenção do Ministério Público e, depois, do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O tema também pautou a primeira sessão do ano na Câmara de Vereadores, justamente no início dos trabalhos legislativos na capital. O vereador Lúcio Campelo (PR) subiu na tribuna para afirmar seu compromisso e cobrar resultados frente aos desafios que a cidade tem para este ano.
“Inicia-se mais um ano de lutas, não só aqui na Câmara Municipal, mas para todos os cidadãos, e também para a prefeita em exercício, que caso torne-se efetiva, terá de colocar em ordem a prefeitura de Palmas”, afirmou Campelo, ouvido pela própria prefeita em exercício, Cynthia Ribeiro (PSDB), presente na sessão – o titular tirou licença e, oficialmente, está comandando interinamente a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), mas de fato está percorrendo o interior do Estado em campanha ao governo.
O vereador destacou que Palmas melhorou em alguns aspectos, a sua maioria no visual, mas o fez avançando no bolso do contribuinte, e é essa a grande marca que se criou ao longo da gestão Amastha, uma gestão que busca os lucros e a imposição sem freios de impostos. Ele lembrou que a receita do orçamento municipal cresceu 83% desde o primeiro mandato do prefeito, e a situação é preocupante, pois os poucos investimentos feitos se limitaram a região central da cidade.
“Cerca de cinco avenidas apenas estão sendo cuidadas pela prefeitura, e são as mais movimentadas, criando a falsa ideia de que toda a cidade está sendo beneficiada, mas basta olhar para o setor Taquari, e ver que não é assim. O prefeito não fez uma obra sequer naquele bairro, a não ser plantar grama, e pagando um preço superfaturado, quatro vezes mais que o valor de mercado”, disse.
Outros gastos
Ele questiona outros gastos, como os R$ 28 milhões investidos em máquinas para recuperação de estradas vicinais. “Hoje é muito difícil você trafegar pela zona rural de Palmas. Como vereador, eu recebo reclamações de pequenos produtores que sofrem com a dificuldade no acesso. O prefeito está inviabilizando que essas pessoas consigam seu sustento. Onde foram aplicados os R$ 28 milhões? Foi para o bolso de quem?”, perguntou Campelo.
O vereador insiste que a prefeitura não prioriza os investimentos que Palmas mais precisa. Nesse sentido, alertou também para os R$ 30 milhões gastos em locação de veículos, que poderiam ser investidos em serviços de pavimentação nos bairros Taquari, Aureny III, ou mesmo nas quadras 408 e 508 Norte.
Sobre a oferta de empregos, o vereador chamou atenção para o número de cidadãos desempregados. Para o parlamentar, a gestão Amastha não priorizou a formação de postos de trabalho, “não dando sequer condições para o cidadão pagar seus impostos”, afirmou.
IPTU
Campelo questiona ainda o conceito de justiça social exercido pelo prefeito Amastha. Exemplifica com o Santo Amaro, que é uma Zona de Interesse Social, onde os moradores não deveriam pagar o IPTU, mas a prefeitura cobra 200 reais o metro quadrado. “Isso é justiça social? Isso é crime, é ser desonesto com o cidadão que veio para Palmas e que não conseguiu sobreviver com essas altas taxas de impostos”.
O reajuste do IPTU chega a níveis absurdos em muitos casos neste ano, a mais de 276%. Desde que Amastha fez alterações nos redutores, centenas de cidadãos manifestaram indignação. O vereador cobrou que seja feito um novo estudo sobre o valor venal dos imóveis. Segundo ele, os valores que a prefeitura está aplicando não condizem com o mercado, e o cidadão está pagando muito mais do que deveria.
“Enquanto Amastha está percorrendo o interior pedindo votos, fazendo campanha antecipada, a população se indigna com o IPTU mais alto que essa cidade já viu. Falta respeito com o cidadão, falta justiça social, algo que o prefeito fala, mas não cumpre”, afirmou Lúcio Campelo.