Como fica a eleição em Palmas com Wanderlei Barbosa fora do páreo?

23 fevereiro 2020 às 00h00

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Decisão teria sido tomada após reunião com o governador Carlesse e Barbosa pode adiar os planos eleitorais para disputar o governo em 2022

A notícia de que o vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS) havia desistido da candidatura a prefeito de Palmas, nas eleições de outubro de 2020, foi como um rastilho de pólvora e mudou o cenário eleitoral da capital. A informação não foi desmentida por Barbosa, enquanto fontes palacianas afirmam, categoricamente, que ele teria recuado, colocando o projeto de administrar Palmas, na geladeira. Pelo menos, por enquanto.
Segundo informações, em uma reunião na quarta-feira, 19, no Palácio Araguaia, com o governador Mauro Carlesse (DEM), juntamente com o primeiro escalão, as cartas foram colocadas na mesa: não há recursos para serem alocados na campanha de nenhum candidato. Neste caso, o que o governo pode ofertar será apenas apoio formal e confirmar que o candidato A ou B é o candidato oficial. Sem recursos ou meios de angariá-los, quem paga a conta?
Não apenas por esse motivo, mas também pelos riscos que a disputa traria, Wanderlei Barbosa teria preferido não se candidatar ao cargo de prefeito em outubro. Avaliando o cenário, ele preferiu a possibilidade de se tornar governador em março/abril de 2022, após a provável renúncia de Carlesse, que não poderá mais ser reeleito. O governador, provavelmente, disputará uma vaga no Senado Federal. Neste caso, Barbosa assumiria o comando do Estado. Nas eleições de outubro de 2022, com a máquina administrativa na mão, tentaria a reeleição, possibilidade prevista pela norma eleitoral.
De fato, Wanderlei foi estratégico. Caso arriscasse disputar a prefeitura de Palmas, se obtivesse êxito, renunciaria ao cargo de vice-governador e, em efeito cascata, perderia a chance de se tornar governador por oito meses. Dependendo das circunstâncias, poderia continuar no cargo por mais quatro anos. Em direção diametralmente oposta, se disputar e perder a eleição municipal de 2020, pode até assumir o governo em abril de 2022, contudo, chegaria muito desgastado para a disputa da reeleição, em outubro do mesmo ano.
Pois bem. Confirmado o recuo de Wanderlei Barbosa, o Palácio Araguaia – mesmo sem apoio financeiro – precisa encontrar outro nome para a disputa. Muito são os pré-candidatos de olho na vaga, entre eles, a deputada estadual Vanda Monteiro (PSL) e o deputado estadual Léo Barbosa (SD), filho do desistente, visto que ambos são aliados de primeira hora do governador Carlesse. Mas além deles, pode surgir o deputado federal Carlos Gaguim (DEM), porque se o problema é o financiamento de campanha, para este parlamentar, esse fato não seria empecilho.
Por fim, a desistência de Wanderlei abre margem para que seu irmão, Marilon Barbosa (PSB) – atual presidente da Câmara de Vereadores de Palmas – procure outro grupo político, sem as amarras que a candidatura do vice-governador lhe impunha. Marilon agora está livre para encontrar um partido e um grupo político que lhe receba e proporcione condições de garantir sua reeleição.