O ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) considera um equívoco dizer que Palmas é uma cidade planejada. Para ele, Palmas foi uma cidade bem desenhada, mas não bem planejada, como se costuma dizer. “Muita gente pensa que Palmas foi muito bem planejada, mas isso é absolutamente falso. Palmas foi muito bem desenhada, planejada não foi, porque ninguém em sã consciência faz um Jardim Taquari e faz uma Arno [Área Residencial Norte], quando se tem 30 ou 40 mil habitantes”, defende, o ex-prefeito, enfatizando que, se a ocupação tivesse seguido um processo ordenado, aí se poderia falar de uma cidade planejada. 

Carlos Amastha confirma que é pré-candidato a prefeito pela terceira vez, não pelo simples interesse de voltar ao poder, mas para reorganizar a gestão da capital, que, diz ele, está deixando a desejar. “Se a atual gestão tivesse dado continuidade a todos esses projetos, acho que eu não precisaria estar neste papel de pré-candidato. Mas para mim é muito frustrante. O que eu queria era que tivesse mantido tudo aquilo que a gente projetou para a cidade. Infelizmente, foi tudo descontinuado”, explica o ex-prefeito, que prevê que a disputa vai ser pelo projeto que melhor garanta qualidade de vida para o palmense.

Amastha é uma figura emblemática na política da capital. Surgiu em 2012 como um fenômeno eleitoral difícil de explicar. Colombiano com cidadania brasileira, Amastha decidiu ser candidato sem antes organizar uma estrutura partidária para viabilizar sua pretensão. O empresário tinha um outro obstáculo, intransponível na avaliação dos seus adversários: a língua. Sua primeira fala como candidato viralizou e acabou revelando que o portunhol não era obstáculo para se fazer entender. “Eles dizem que a população não me entende. Já eu não compreendo o que eles fazem”, disse o candidato ao ironizar os adversários.

Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Opção e que abre a série em comemoração aos 34 anos de Palmas, o ex-prefeito faz um balanço da gestão da prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), considera um grande erro a municipalização do serviço de transporte coletivo, reclama que as obras estão paralisadas e garante que Palmas tem um orçamento privilegiado que permite realizar uma gestão planejada e eficiente, algo que não combina com as reclamações, com buracos e com o transporte coletivo em crise.

Definitivamente Palmas é diferente, é uma capital. Ninguém compra uma eleição em Palmas

Ainda em 2022 durante a campanha o sr. anunciou a disposição de disputar as eleições de Palmas. O que o motiva a comandar pela terceira vez a prefeitura da capital?

Na disputa ao Senado, a gente sabia que a chance era remota. Uma vaga e ainda com a máquina do Estado trabalhando contra. Definitivamente, Palmas é diferente. Palmas é uma capital. Ninguém compra uma eleição em Palmas. Influencia dinheiro na campanha? Sem dúvida, compra 15%, 20%, 25% dos votos, mas não compra a eleição. Voto de opinião em Palmas é muito forte. A iniciativa privada é forte. O funcionalismo é muito consciente. Sem a menor dúvida, a campanha de Palmas não passa por quem tem mais dinheiro; passa por quem tem mais projeto, que pode demonstrar para o palmense que pode oferecer uma vida melhor para o cidadão.

O que eu queria era que tivesse dado continuidade a tudo que a gente projetou e que infelizmente foi descontinuado 

Qual a sua motivação nesta nova empreitada?

Não deveria haver, não é? O meu sonho era uma sequência de gestões. Eu não preciso ser candidato toda vez, eu não preciso me eternizar como prefeito, mas eu preciso eternizar os projetos que a gente fez e que deram tanto trabalho, que custaram tanto dinheiro. Não temos por exemplo o Palmas Sustentável, que é um diagnóstico completo da cidade. Temos toda a cidade mapeada, algo que custou milhões de dólares e que a gente conseguiu integralmente a fundo perdido da Microsoft, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird), da Caixa Econômica Federal (CEF), para fazer um diagnóstico completo da cidade, pelo qual temos indicadores sobre o que está ruim, o que está regular e o que está bom. Com esse diagnóstico, vêm todos os projetos necessários para fazer de Palmas a melhor cidade do mundo, inclusive indicação de fonte de financiamento. Se a atual gestão tivesse dado continuidade a todos esses projetos, acho que eu não precisaria estar neste papel de pré-candidato. Mas, para mim, é muito frustrante. Tem gente que fala em traição, isso é irrelevante, porque eu nunca esperei nada do lado pessoal. O que eu queria era que tivesse mantido aquilo que a gente projetou para a cidade. Infelizmente, tudo foi descontinuado.

Para uma cidade com o orçamento que Palmas tem, discutir buraco é um negócio que não passa pela minha cabeça

Aí você me pergunta, o que dá para fazer pela cidade? Bom, falar de educação, de saúde, de turismo, de buraco, de esporte e iluminação pública, acho que é redundante. Redundante porque a gente elevou a capital a outro patamar. Com tudo isso. Mas isso é o básico de uma cidade. Uma cidade com o orçamento que Palmas tem hoje, discutir buraco? Isso é um negócio que não passa pela minha cabeça. Isso a gente faz sem muito esforço. A gente tem a fórmula perfeita para educação, para saúde, para o esporte, o turismo. O cidadão reconhece a grande mudança que a cidade teve porque em vez de a gente enfocar apenas num tema específico, a gente focou em tudo. O que estou falando é outra coisa. É a Palmas do futuro. A Palmas do palmense feliz. Realizado, com emprego de qualidade, com excelentes opções de lazer, uma cidade viva, alegre, segura e que abrace cada um dos seus moradores.

Essa história de reinvenção eu faço de maneira constante, sou um vulcão em eterna erupção

O sr. surge como um fenômeno eleitoral e deixa uma boa impressão como gestor. O que pretende fazer para superar sua própria marca?

Primeiramente, quero lembrar uma coisa. A primeira eleição foi fantástica, mas a reeleição foi maravilhosa. Sou contra reeleição, acho que os mandatos deveriam ser de seis anos e terminou, em seis anos dá para fazer uma boa gestão. Mas eu precisava ir para a reeleição, porque em 2012 foi um voto de protesto. Eu não votaria em mim em 2012. Em 2016, não; 2016 foi plebiscito, “Amastha vai ou fica”. E foi a maior vitória eleitoral da história de Palmas, a vantagem que a gente colocou em relação ao 2º colocado sem eu sair do gabinete. Eu falei “gente, eu preciso trabalhar, a cidade precisa do meu trabalho, o povo é quem vai dizer se fico ou se vou embora”. Eu nunca tive apego porque eu sempre me enxerguei, sempre me considerei um funcionário público, bem pago, para gerenciar a cidade, eu tinha obrigação de prestar contas da cidadania. Essa história de reinvenção, eu faço de maneira constante. Eu sou um vulcão em eterna erupção. Que Deus me dê a graça de morrer desse jeito, jovem de mente e de coração, porque acompanho todos os movimentos que acontecem no mundo, no Brasil, no Tocantins, fico muito antenado e não me apego aos meus erros. Eu digo que errar é humano, o que não é humano é insistir na estupidez do erro. De vez em quando, alguém me diz “poxa, Amastha, você é um cara de sucesso!”. Respondo que não, sou um cara de muitos fracassos. Porque o sucesso não é mais nada do que uma continuidade de fracassos. Agora, eu não permaneço no fracasso e nem me enterro no erro. Imediatamente tento me reinventar. Acho que essa é a minha principal característica.

No começo se cometeu um crime terrível contra o povo dessa cidade. O isolamento de toda a região sul do restante do Plano Diretor                                                                                                                

Quais são os maiores desafios de Palmas e qual o papel do poder público na preparação da cidade para o futuro?

O pior já passou. Ao contrário do que muita gente pensa, que diz que Palmas foi muito bem planejada, isso é absolutamente falso. Palmas foi muito bem desenhada, planejada não foi, porque ninguém em sã consciência faz um Jardim Taquari e faz uma Arno [Área Residencial Norte] quando se tem 30 ou 40 mil habitantes. Isso é uma insanidade total, é “anti” qualquer tipo de planejamento. Se houvesse um desenho da cidade e uma orientação da ocupação de uma maneira correta, nós poderíamos falar de uma cidade planejada. Não foi bem planejada, foi bem desenhada. No começo se cometeu um crime terrível contra o povo dessa cidade. O isolamento de toda a região sul do restante do Plano Diretor. Isso é uma aberração. Eu sempre digo, repito e, se Deus quiser, se tiver oportunidade, vou acabar com isso. Você está em Taquaralto e alguém vai te falar “eu estou indo para Palmas”. Por que a pessoa diz “estou indo para Palmas”? Ora, porque é obrigada a vir de um setor da cidade para o centro por uma rodovia. Você só anda numa rodovia quando está indo de uma cidade a outra, não para andar dentro de sua cidade. O isolamento que foi feito e hoje a maioria da população mora nos bairros da região sul, nos Aurenys, em Taquaralto, no [Jardim]Taquari, isso precisa ser corrigido imediatamente. E isso sempre foi um dos maiores sonhos. Pegar essa avenida NS-10, que está com as obras paradas, mesmo a gente tendo deixado milhões de reais para sua realização, para ligar do Santo Amaro [extremo norte] cortando toda a cidade, passando pela nova ponte que sairia no Berta Ville, abrindo dois braços, um indo para Taquaralto e outro para o Jardim Taquari [extremo sul]. AÍ a gente poderia falar de uma cidade unida, com um sentimento só.

O maior problema da cidade são os vazios urbanos. Eu tive de comprar a guerra contra esses vazios

O que o sr. quer dizer com “o pior já passou”?

O pior já passou e foi o Amastha quem teve de enfrentar. O maior problema da cidade, mas que não coloca mais em risco sua viabilidade, são os vazios urbanos e eu tive de comprar a guerra contra esses vazios urbanos. E isso me ocasionou o maior desgaste da gestão. As pessoas dizem “o Amastha aumentou o IPTU”. Como, aumentou IPTU? Nós realizamos o maior programa de gratuidade de IPTU para pessoas que mais precisavam. Para os especuladores imobiliários, essas pessoas que tinham 5 milhões, 10 milhões de metros quadrados no centro da cidade, pagando IPTU muito baixo, a gente foi muito pra cima. Passaram-se 11 anos, hoje gostaria que alguém viesse falar que não deu certo, porque deu certíssimo.

Todos os loteamentos que se veem hoje, de baixo, médio e alto padrão, aconteceram graças a isso. Vamos falar de um de alto padrão. O Alphaville, a Enza [construtora] não queria, porque não queria incorporar essas áreas. Mas foi tamanho o IPTU que a gente colocou que eles foram obrigados a incorporar. Veja o que acontece com Palmas. Quando Amastha começa a governar, em 2013, era uma cidade com algo em torno de R$ 500 milhões de orçamento. O orçamento de Palmas de 2023 é um pouco mais de R$ 2,3 bilhões de reais. Quase cinco vezes mais. Aí, eu pergunto: será que a cidade aumentou cinco vezes de tamanho? Não. Aumentou o adensamento da cidade. Porque a gente segurou a expansão urbana da cidade e obrigou a ocupação dos espaços vazios. Ainda tem muito, mas olha a diferença de realidade que a gente tem de 2012 a 2023. Então, por isso eu digo, o pior já passou. Hoje, nós temos uma cidade com um orçamento fantástico, acho que entre as capitais brasileiras, per capita, deve estar entre as três melhores.

Esse discurso de quebra de monopólio é mentira, é fake news, não existe

A crise atual do transporte coletivo de Palmas tem alguma correlação com o projeto de ônibus rápido, o BRT, que sua gestão foi impedida pelo Ministério Público de realizar, sob o argumento de que a cidade não o comportava?

Vamos dividir a resposta em duas. A primeira: no dia em que a gestão decidiu municipalizar o serviço de transporte público – você pode ir lá no meu Twitter e conferir –, naquele mesmo dia eu coloquei “chance zero de dar certo, sendo gerido pela municipalidade”. É para isso que existe os concessionários dos serviços. Imagina se a Prefeitura for ser dona dos serviços de água, de esgoto, de energia, de transporte público…a Prefeitura regula, estabelece os limites, coloca os objetivos a serem cumpridos por essas empresas, controla os preços. Vi algumas pessoas dizendo a gestão teve a coragem de acabar com o monopólio. Queria rir para não chorar. Qual monopólio? O transporte público é uma concessão. Seja a empresa A, empresa B ou empresa C, nenhuma delas oferecendo preço. Então “agora acabou o monopólio e agora vai ficar mais barato”. Não gente, nunca foi assim. Quem faz a tarifa é a Prefeitura. Você se lembra, eu desfilando com 40 ônibus novos com ar-condicionado? Sim, porque foram 40 e não 150 no primeiro ano. Simples, porque isso não cabe na tarifa, certo? Se eu tenho uma planilha de preço, quanto vale um ônibus novo, quanto é a depreciação, quanto são as peças, quanto é de combustível etc., o papel da Prefeitura é controlar, como a gente fez. Nós não tivemos greve de transporte, nosso transporte público só foi melhorando. Eu deixei 80% da frota com ar-condicionado. Cem por cento com acessibilidade, já estávamos fazendo os novos pontos de ônibus com cobertura, com agradabilidade climática, com wi-fi, com tomadas, tudo isso já estava acontecendo.

Agora, quando o município assume isso a chance de dar certo é zero. Por quê? Você passa a ter 200 motoristas que são contratados pela Prefeitura, que não responde como empresa privada. Desses 200 motoristas, vão ter 100 indicados por vereadores, que, quando você tiver de tomar uma atitude, o vereador diz que não pode mexer na conta do vereador. Outra coisa, se quebra uma pecinha de um ônibus, a Prefeitura pode ir na loja e comprar? Tem de fazer licitação. Poxa, queimou um ônibus, deve ter sido um atentado. Que atentado, cara pálida? Patinete veio a pegar fogo, sem manutenção. Esses ônibus estão caindo aos pedaços. Eu saí da Prefeitura no dia 3 de abril de 2018, procura na internet quantos novos ônibus entraram na frota nesses cinco anos? Nenhum. Então, eu peguei a frota mais velha, entreguei a mais nova das capitais e agora voltamos a ter uma das mais velhas.

Eu só digo o seguinte: quem eram as empresas concessionárias na época do ex-prefeito Raul [Filho], quem era a empresa durante Amastha e quem é empresa na atual gestão? A mesma. Qualquer palmense pode dizer que não houve diferença entre Raul, Amastha e Cinthia. Sabe qual foi a diferença? Gestão, unicamente. Então, esse discurso de quebra de monopólio é mentira, isso é fake news, não existe.

Referente à municipalização, isso é uma aberração. Esses serviços têm de ser concessionados e cabe à Prefeitura controlar, induzir o desenvolvimento e controle de preço e de tarifa. Esse é o papel, não operar esse tipo de serviço.   

Se queremos uma cidade realmente com qualidade de vida, precisamos resolver o problema da mobilidade urbana

A segunda parte da questão: o BRT. Nós tínhamos R$ 170 milhões prontos em caixa e que a atual gestão perdeu – a gente havia conseguido com a bancada federal que esse recurso se mantivesse. Mas a atual gestão decidiu abandonar o projeto. Palmas não merecia um serviço desses. Em 2014, quando a gente levou os professores para ver os melhores modelos de educação do mundo, eu me lembro muito bem de Copenhague, capital da Dinamarca, algo em torno de 400 mil habitantes, coisa que Palmas vai ter daqui a cinco anos. E Copenhague tem transporte fluvial, metrô, transvia, BRT, multimodal com cinco sistemas de transporte. Então, alguém dizer que Palmas não merecia um simples BRT é um negócio tão triste.

Quando fui eleito em 2012, fui ao Bird [Bando Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento], já conhecia o presidente [do banco] como empresário e falei para ele. Presidente, preciso da sua ajuda, pois não tenho nenhuma experiência de gestão pública e vou administrar uma capital e preciso inserir Palmas neste projeto de cidade sustentável. Ele me disse “Amastha, são mais de 5 mil municípios do Brasil que querem entrar no programa e Palmas ainda não tem esses desafios”. Pronto. E falei: “Você acabou de falar o que eu queria lhe convencer. Vocês gastam bilhões e bilhões de dólares todos os anos para corrigir problemas de 500 anos de ocupação equivocada. Eu estou vindo lhe falar, presidente, que eu estou lhe dando a oportunidade de participar de uma cidade que ainda não tem nada que não possa ser corrigido. Então, preciso do seu apoio.” O homem disse, então, “você me convenceu”. E colocou Palmas dentro do projeto e nós fomos compartilhar esse projeto entre Palmas, Vitória, Goiânia, Florianópolis e João Pessoa, esses foram os parceiros. Palmas com 230 mil habitantes já participava de um projeto dessa grandiosidade, justamente porque eu queria antecipar o futuro. Nós temos que esperar um desastre desses para fazer um BRT? Se queremos uma cidade realmente com qualidade de vida, precisamos resolver o problema da mobilidade urbana. Não é possível ver o que hoje acontece em Palmas. Você não precisa de carro congestionando a cidade quando você tem um transporte coletivo de qualidade.

Que pena que a prefeita fez uma ruptura com a gestão, porque ficou parecendo que queria apagar nossa história

Qual a avaliação que o sr. faz do governo da sua sucessora, Cinthia Ribeiro? A atual prefeita não é minha adversária. Ela não disputa mais, acabou. Acho que tem alguns pontos positivos que a gente pode ressaltar. Minha avaliação não tem nada a ver com política. Minha frustração é de gestão. Porque ficou [o projeto] Palmas Sustentável na mão, ficaram centenas de milhões de reais em caixa para fazer todas as grandes obras da cidade – que eu saiba acho que estão paralisadas todas as obras. A NS-10, Taquari, foram muito mal executadas as obras da 408, coisa que demorou tanto anos para fazer os projetos, conseguir os recursos e que não foram executados. Os projetos foram todos abandonados. Se falar em juventude, acabou tudo, as estações da juventude, o Palmas Acolhe, tudo acabado; a saúde, que era a melhor todas as capitais brasileiras; nossa educação, a melhor de todas as capitais, indo pra trás, isso não tem nada a ver com os profissionais da educação que temos, os melhores do Brasil. Não vejo na prefeita uma adversária, não tenho absolutamente nada contra, como eu disse, que pena que a prefeita fez uma ruptura com a gestão, porque ficou parecendo que queria apagar nossa história, quando na realidade tinha de construir uma história mais bonita em cima da que eu construí. E hoje, ela e eu deveríamos estar lançando o nosso sucessor para que desse continuidade, porque esse [projeto] Palmas Sustentável é coisa para 50 anos. A cidade merecia esse planejamento, merecia essa continuidade de gestões.