O Google lançou, na quinta-feira, 13, o próprio programa de inteligência artificial, o Bard, para o Brasil. Além do português brasileiro, o aplicativo foi adaptado para atender outros 40 idiomas. A chegada da ferramenta digital é uma resposta de mercado ao crescimento do ChatGPT, que inaugurou a área de chatbots.

Até então, a gigante da tecnologia mundial adotava uma postura mais cautelosa acerca do desenvolvimento de IA. No entanto, nos últimos meses a abordagem sobre o assunto mudou. Tudo porque as concorrentes avançaram bastante nesse campo. Para se ter ideia, a  Microsoft, por exemplo, investiu US$ 13 bilhões na OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT. E, em apenas dois meses, atraiu 100 milhões de usuários.

Recentemente, houve controvérsias do Google com sua IA. Antes do lançamento, a empresa já enfrenta polêmicas de como treinar seus sistemas de inteligência artificial, incluindo o Bard. Uma ação coletiva na Califórnia pediu compensações por supostamente usar obras protegidas por direitos autorais sem compensação financeira para capacitar sistemas que serão explorados comercialmente.

Documentação interna do Google, divulgada pela imprensa dos Estados Unidos, revela que os humanos que treinam sistemas de IA recebem salários baixos, enfrentam carga de trabalho excessiva e estresse ao completar tarefas complexas em até três minutos.

Apesar das críticas, o Google defendeu seus princípios de IA e enfatizou que trabalha para construir seus produtos de forma responsável, com testes rigorosos para enfatizar a veracidade e reduzir vieses nas respostas. Além disso, afirmou que seguirá a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) brasileira no caso do Bard.

Chatbots

Como Bard e ChatGPT, os chatbots possuem  a capacidade de responder a diversas perguntas e realizar tarefas, desde escrever um pedido de desculpas até montar códigos de programação. Esses modelos têm impressionado pela habilidade de interagir com usuários de uma forma considerada “mais humana” do que as tecnologias anteriores.

Entretanto, especialistas levantam preocupações sobre as consequências do amplo e irrestrito uso de programas de IA. Um manifesto assinado por mais de mil figuras de destaque no campo pediu uma pausa no desenvolvimento de alguns sistemas. O pesquisador e escritor Yuval Harari é um dos críticos mais ferrenhos. Em seus anúncios, o Google enfatiza que o Bard é um projeto em estágio experimental e, eventualmente, pode fornecer informações incorretas ou falsas.

Bard no Brasil

O lançamento do Bard no Brasil é estrategicamente importante para a empresa pela relevância do mercado para a empresa. No país, mais de 90% das buscas por usuários brasileiros são via Google. A gigante prevê que os chatbots se tornem, no futuro, o principal meio de obter informações na internet, substituindo os buscadores, isto é, um dos principais produtos da companhia: o próprio Google.

Recursos do Bard:

  • Resposta em áudio, além de escritas, para auxiliar na correta pronúncia de palavras.
  • Uso de imagens nos pedidos de tarefas com a ajuda da ferramenta Google Lens.
  • Ajuste do tom e estilo das respostas em cinco opções: “simples”, “longo”, “curto”, “profissional” ou “casual” (esse recurso será disponibilizado em breve em idiomas além do inglês).
  • Conversas com o Bard poderão ser fixadas em uma barra lateral para facilitar o acesso.
  • Compartilhamento das conversas com o programa nas redes dos usuários.
  • Exportação de códigos de programação para mais locais.

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