Agência internacional aponta que Brasil tem uma das energias renováveis mais baratas do mundo; o problema são os encargos

22 julho 2025 às 16h43

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A Agência Internacional para Energias Renováveis (IRENA) divulgou, nesta terça-feira (22), que o Brasil é um dos países com o menor custo de geração de energia renovável do mundo. O estudo revela que o país manteve sua posição de líder global em competitividade, com o custo médio de U$ 30 por megawatt-hora (MWh) de energia eólica onshore, aproximadamente 32% abaixo da média mundial. Ainda, no caso do Brasil, a visibilidade não se limita somente no preço, mas, também, manteve um ritmo acelerado de crescimento.
A publicação também mostra que, no ano passado, o Brasil foi 4º país que mais adicionou capacidade renovável, ficando atrás da China, EUA e União Europeia. O levantamento aponta que foram cerca de 19 gigawatts de nova capacidade solar instalada.
O relatório constata que 91% dos novos projetos de energia limpa no mundo foram mais baratos que qualquer combustível fóssil. Por exemplo, a energia solar teve um custo de US$ 0,043 por quilowatt-hora (kWh). Já a energia eólica terrestre, teve um custo global de US$ 0,034 por quilowatt-hora (kWh).
De acordo com a divulgação, os valores corroboram a tendência observada em anos anteriores de que as energias renováveis seguem mais competitivas do que os combustíveis fósseis.
O estudo leva em consideração que mesmo com um cenário global marcado por instabilidades geopolíticas, desafios logísticos e inflação, as energias renováveis conseguem ser superiores em competividade — quando comparadas com os combustíveis fósseis.
Segundo a Agência Internacional, o país já conta com 88% de sua matriz elétrica composta por fontes renováveis. As energias eólica e solar juntas representam quase um quarto da geração total de eletricidade.
Encargos
Apesar do Brasil ter energia de geração barata, a conta de luz é alta — em média R$ 864 por MWh, cinco vezes mais que a Argentina. Isso acontece principalmente por encargos, subsídios e impostos, que representam quase metade da fatura. Além disso, há dificuldades em transmitir a energia renovável do Nordeste, causando cortes de produção por falta de infraestrutura adequada.
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