Programas sociais tiram aproximadamente 218 mil pessoas da linha da pobreza em Goiás
04 dezembro 2024 às 11h29
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Dados divulgados nesta quarta-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, sem os programas sociais, Goiás teria cerca de 316,6 mil pessoas vivendo na extrema pobreza. Além disso, outro fator relevante para o aumento da renda no estado é a redução da taxa de desocupação, que caiu aproximadamente 20% ao comparar os anos de 2022 e 2023.
O Banco Mundial adota três linhas de pobreza para comparações internacionais, que variam de acordo com a renda dos países. Uma dessas linhas, a de extrema pobreza, está fixada atualmente em US$ 2,15 por dia, ajustada pela Paridade de Poder de Compra (PPC) com base nos preços internacionais de 2017, refletindo as condições dos países mais pobres do mundo.
Em 2023, cerca de 1,3% da população de Goiás, o que representa 97,4 mil pessoas, vivia com uma renda domiciliar per capita inferior a esse valor, caracterizando-se como extremamente pobres. Se não fossem os benefícios proporcionados por programas sociais, esse número subiria para 4,3% da população, ou seja, 316,3 mil pessoas estariam abaixo da linha de extrema pobreza. Isto representa cerca de 218 mil pessoas a mais.
O Banco Mundial sugere que, para refletir de forma mais precisa as condições econômicas dos países, as linhas de pobreza devem ser ajustadas conforme o nível de renda média das nações. Para países de renda média-baixa, a linha é de US$ 3,65 por dia, e para países de renda média-alta, como o Brasil, essa linha sobe para US$ 6,85. Em 2023, Goiás registrou 18,4% de sua população (aproximadamente 1,36 milhão de pessoas) vivendo abaixo da linha da pobreza. Sem os benefícios dos programas sociais, esse índice aumentaria para 23,1%, atingindo cerca de 1,71 milhão de goianos.
Taxa de desocupados cai em Goiás
Em 2023, Goiás registrou 6 milhões de pessoas com 14 anos ou mais, consideradas em idade de trabalhar, segundo a Síntese de Indicadores Sociais. Destas, 4,1 milhões (68,7%) faziam parte da força de trabalho, um aumento de 4,9% em relação a 2022, quando o número era de 3,9 milhões. Por outro lado, o contingente de pessoas desocupadas caiu para 240 mil, representando uma redução de 20,9% em comparação com os 303 mil registrados no ano anterior.
Como resultado, a taxa de desocupação ficou em 5,8%, o terceiro menor índice da série histórica no estado. Já a taxa de informalidade diminuiu, passando de 42% em 2022 para 40,9% em 2023. Esse indicador considera cinco categorias: empregados no setor privado sem carteira assinada, empregados domésticos sem carteira assinada, empregadores e trabalhadores por conta própria que não contribuem para a previdência, além de trabalhadores familiares auxiliares.
Rendimento per capita
Em 2023, o IBGE analisou a distribuição percentual do rendimento domiciliar per capita por diferentes classes de renda. Os 10% da população com os menores rendimentos concentraram apenas 1,8% do total, enquanto os 10% mais ricos detiveram 38,2%. Já os 20% mais abastados acumularam 54,1% de todo o rendimento domiciliar per capita, evidenciando que essa parcela concentra mais da metade do rendimento total do estado.
A pesquisa também analisou o rendimento domiciliar per capita das pessoas que vivem em Goiás. Em 2023, o rendimento médio por pessoa foi de R$ 1.973. No entanto, ao se considerar a mediana, o valor é significativamente menor, chegando a R$ 1.313. Isso indica que metade da população do estado tem rendimento domiciliar per capita inferior a esse valor.
Quando a análise é feita por sexo, a mediana do rendimento dos homens é de R$ 1.322, enquanto das mulheres é de R$ 1.286. Em termos de cor ou raça, a disparidade é ainda mais acentuada: metade da população branca recebe até R$ 1.548, enquanto a metade da população preta tem rendimento inferior a R$ 1.170. Quando combinamos sexo e cor ou raça, o rendimento per capita mediano do homem branco é de R$ 1.607, enquanto o da mulher preta ou parda é de R$ 1.116.
Número de jovens estudando e trabalhando aumenta no estado
Ainda segundo a pesquisa, em Goiás, 288 mil jovens de 15 a 29 anos não estavam estudando nem trabalhando em 2023, representando 16,2% dessa faixa etária. Esse índice é menor do que o registrado em 2013, quando 19,7% dos jovens se encontravam na mesma situação. A redução está ligada ao crescimento do número de jovens que conciliam estudos e trabalho, totalizando 311 mil no estado.
O instituto informa que em 2023, 5,1% da população de Goiás com 25 anos ou mais era analfabeta, enquanto 26,8% não haviam concluído o ensino fundamental. Além disso, 7,5% tinham o fundamental completo, e 5,8% estavam com o ensino médio incompleto. Com isso, 45,2% da população nessa faixa etária não havia completado o ensino médio no estado. Por outro lado, 30,1% possuíam o ensino médio completo, 4,3% estavam com o ensino superior incompleto, e 20,5% já haviam concluído o ensino superior.
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