‘Vida desregrada’ deixa jovens vulneráveis e propensos a AVC, diz especialista

15 outubro 2023 às 10h53


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Na atualidade, um dos grandes desafios para a população é reaprender hábitos saudáveis para toda a família, evitando, assim, doenças agravadas pelo comportamento. A estrutura familiar moderna caminhou para consumo alimentar inadequado, com produtos ultraprocessados, alto teor de gorduras, açúcares, sódio e nutricionalmente desbalanceados. Para completar, a falta de atividade física e lazer, aliado ao consumo de álcool, faz crescer o número de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) entre jovens.
O AVC decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro e acontece quando vasos sanguíneos entopem ou se rompem, causando a paralisia da área cerebral que ficou sem a irrigação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de internações, incapacitação e mortes por todo o mundo.
São duas as formas de ocorrência do AVC: o isquêmico, que acontece pela formação de placas nos vasos sanguíneos maiores, a aterosclerose, provocando a formação de êmbolos causando a falta de circulação de sangue em alguma área do cérebro; e o hemorrágico, que tem como causa, principalmente, a pressão alta descontrolada, e provoca o rompimento de um vaso cerebral causando hemorragia dentro do tecido ou na superfície do cérebro. Esse último é responsável por 15% de todos os casos de AVC e pode causar maiores danos e mortes com mais frequência do que o isquêmico.


São graves as consequências da falta de controle das taxas do colesterol e açúcar no sangue, pois também desencadeiam doenças cardiovasculares, que também provocam AVC, como o infarto, que pode lesionar o coração. “O paciente, adulto ou mesmo jovem, pode ficar totalmente incapacitado, sem poder subir nem uma escada ou mesmo ter uma vida sexual, já que este quadro não permite ter nenhuma atividade física”, explica a geriatra e cardiologista Patrícia Adi.
“Para a prevenção do AVC é indicado: não fumar, nem consumir álcool ou fazer uso de drogas, manter uma alimentação saudável, praticar atividade física, controlar a pressão arterial e a glicose do sangue controlados e por fim, beber bastante água, pois as pessoas muitas vezes substituem água por refrigerantes”, esclarece a médica.
Lembrando ainda que, atualmente, com os maus hábitos instalados na sociedade, na qual crianças consomem alimentos processados, com baixa atividade física, há um desequilíbrio prematuro do funcionamento do corpo e é preciso introduzir medicamentos para o controle de várias doenças que podem desencadear graves enfermidades como o AVC.
“É importante também falar sobre o fator cultural em que as pessoas não aceitam o diagnóstico de doenças crônicas, no qual o paciente tem que tomar a medicação contínua para a vida e, sem justificativa, para com a medicação, rejeitando assim o tratamento e sofrendo consequências muito graves. É preciso seguir o tratamento”, alerta a especialista da Hapvida NotreDame Intermédica.
Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa. Desta forma, torna-se primordial ficar atento aos sinais e sintomas e procurar atendimento médico imediato.
Segundo o Ministério da Saúde, deve-se ficar alerta para quando o indivíduo apresentar confusão mental, fraqueza ou formigamento no rosto, braço e perna, especialmente em um lado do corpo, alteração na fala ou na compreensão, desequilíbrio, tontura e dor de cabeça intensa, súbita, sem causa aparente.