Reajuste dos planos de saúde pode causar migração de impacto para o SUS

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou nesta semana reajuste de até 9,63% para planos de saúde individuais e familiares em todo o Brasil. A medida deve ter impacto no orçamento de cerca de 16% dos usuários dos planos, o que significa aproximadamente 8 milhões de usuários.

Com as mudanças, o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, estima que grande parte das famílias afetadas deve abandonar os planos. “É o segundo ano consecutivo em que o reajuste dos planos é maior que os índices econômicos e qualquer correção salarial. Milhares de famílias terão que rever a viabilidade de manter convênio e recorrer ao já sobrecarregado SUS”, analisa.

Com isso, existe uma possabilidade de impacto negativo no Sistema Único de Saúde (SUS), que, na análise do especialista, não cresceu na proporção ideal para atender à demanda cada vez maior de pacientes. “Vítima de subfinanciamento e restrições orçamentárias, o SUS precisa ser valorizado. Nossas autoridades devem ampliar o olhar para esta situação, barrar reajustes excessivos, rever investimentos necessários e garantir acesso universal à saúde de qualidade”, reforça Raul Canal.