Nova superbactérias atingem hospitais do Brasil; antibióticos não são eficazes, diz estudo

Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que novas superbactérias podem estar surgindo nos hospitais brasileiros. Os investigadores analisaram amostras dos últimos sete anos coletadas em laboratórios do país e identificaram mudanças no tipo de bactérias multirresistentes observado. A pesquisa foi publicada na revista científica Clinical Infectious Diseases em 1° de julho.

A pesquisa traçou perfil das bactérias que eram mais encontradas nos exames feitos no Brasil, analisando cerca de 80 mil testes. Os investigadores identificaram as bactérias a partir das enzimas que elas produzem.

Eles descobriram que uma enzima em especial, a NDM, está cada vez mais frequente, o que mostra a maior presença das novas superbactérias. Isso torna as bactérias resistentes a vários tipos de antibióticos.

Em entrevista à Folha de São Paulo, um dos responsáveis pelo estudo, o infectologista Carlos Kiffer explica que a NDM não era considerada importante, porém sua taxa de crescimento é “assustadora”. De acordo com ele, se seguir essa tendência, nos próximos três ou quatro anos, as bactérias que produzem a enzima podem tomar conta dos ambientes hospitalares.

Uma das principais preocupações é que há nenhum antibiótico no Brasil que seja comprovadamente eficaz contra as superbactérias. “O que gente faz é usar antibióticos antigos, alguns podem ou não ter efeito para essa resistência, mas a gente não pode garantir que funcione”, afirma.