O caso de transplante de coração apresentador Fausto Silva, o “Faustão”, trouxe de volta inúmeros debates sobre a insuficiência cardíaca. O astro da televisão brasileira recebeu um novo órgão no final do agosto, após dez dias na fila de espera. Entretanto, a doença pode levar a consequências piores, como a morte, caso não seja tratada.

Segundo o Registro Brasileiro de Insuficiência Cardíaca, conhecido como “Breathe”, um estudo apontou que a doença mata cerca de 10% pacientes brasileiros. O problema é o “último estágio” das doenças que envolvem o coração e ocorre quando o órgão não consegue mais bombear sangue suficiente para o corpo.

Segundo o médico cardiologista Humberto Graner, em entrevista para o Jornal Opção, conta que diversos problemas podem desencadear a situação, incluindo a hipertensão e a doença de Chagas. Entretanto, o cerne da questão seria a falta de tratamento adequado dos fatores que levam à insuficiência cardíaca. Inclusive a falência do órgão, como na situação de Faustão.

“Condições cardíacas, quando não bem tratadas, levam à insuficiência cardíaca”, alerta Graner. “O quadro do Faustão, muito noticiado pela mídia, representa o estágio final de deterioração da função do coração, no qual a transplante surge como opção derradeira”, acrescenta.

Entretanto, a perspectiva de tratamento está melhorando nos últimos anos, principalmente por conta do surgimento de novos medicamentos. “Anos atrás, tínhamos medicamentos do final dos anos 1990 e início dos anos 2000. A partir de 2017, novas medicações surgiram em estudos sérios, capazes de reduzir as hospitalizações e mortes”, conta.

Entre os exemplos, o médico destacou os inibidores de SGLT2, que reduzem o risco de internações e morte por insuficiência cardíaca. Outro exemplo é o medicamento sacubitril-valsartana, que ajuda na recuperação da função do coração, além do vericiguate, uma nova droga que ajuda a melhorar a contratilidade do músculo cardíaco, melhorando a capacidade de bombear sangue.

Apesar do otimismo para os casos mais graves, Graner ressalta que é crucial atacar a “raiz dos problemas”, ou seja, as doenças que podem evoluir para a insuficiência cárdica. Ele pontua que hábitos saudáveis, como dieta e exercícios são importantes. Além de um sistema de saúde eficiente voltado para evitar o surgimento de problemas no coração.

Por fim, o especialista alerta que a insuficiência cardíaca é um problema que a população acaba se descuidando por falta de informações e recursos. Destacando que doenças simples, como a hipertensão podem evoluir para quadros que levam a falência dos órgãos. Por isso, ele defende mais campanhas de conscientização.

“Por exemplo, novembro nós teremos o Novembro Azul, mês de conscientização para a prevenção do câncer de próstata. Só que a insuficiência cardíaca é uma doença que causa muito mais mortes e não há um mês para ela. Prevenir é sempre o melhor remédio e por isso nós precisamos de conscientizar a respeito desse problema”, afirma o médico.

XXXII Congresso Goiano de Cardiologia vai até sábado

O XXXII Congresso Goiano de Cardiologia reúne especialistas do coração de todo Brasil. O Congresso é um ponto de encontro para profissionais de Cardiologia que buscam se manter atualizados com as diretrizes médicas mais recentes, assim como avanços tecnológicos para melhor atender os pacientes em um cenário mundial em constante evolução.