Intervenções estéticas aumentam 6,6% na terceira idade e ajudam na autoestima dos idosos
14 março 2024 às 07h40
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Com a terceira idade, aumentam os sentimentos de tristeza, solidão e abandono. Além da saúde e bem-estar, manter a autoestima em dia também é um desafio diário para os idosos. Segundo último levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2018, o número de procedimentos entre idosos chegou à 6,6%, com tendência ao crescimento, frente a 5,4% em 2016. Anualmente, 80 mil cirurgias plásticas são realizadas em idosos.
Além dos cuidados com a saúde física, a cirurgia plástica aparece como fator de impacto positivo no emocional. A meta de grande parte da população que entra na terceira idade é envelhecer bem. Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, o desafio não se resume apenas a viver mais, mas sim a viver melhor. Diversos fatores estão envolvidos para alcançar essa meta desejada, incluindo uma alimentação saudável, qualidade do sono, prática regular de exercícios físicos, cuidados com a saúde mental e, agora, a novidade: investimento em estética.
Até 2050 o planeta deve chegar a 2 bilhões de habitantes com idade superior a 60 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil conta hoje com cerca de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que equivale a 14% da população total do País, segundo o Ministério da Saúde. A expectativa de vida do brasileiro subiu para 75,5 anos conforme último Censo Demográfico 2022 do IBGE.
De acordo com o médico cirurgião plástico Hugo Santos, entre a faixa etária há maior procura por cirurgias de rejuvenescimento facial, como a blefaroplastia e ritidoplastia ou lifting facial. Além disso, as abdominoplastias e mamoplastias redutoras fazem parte das escolhas nos centros estéticos.
“Os procedimentos têm como finalidade, por exemplo, a remoção do excesso de pele na região das pálpebras; elevação e reposicionamento da face além da melhora da papada e contorno do pescoço. Em outros casos, como a abdominoplastia e mamoplastia redutora, há intervenção mais a fundo no corpo, com remoção do excesso de pele e gordura no abdômen ou redução do tamanho e o volume das mamas, essa sendo mais comum entre mulheres”, enumera o especialista.
Hugo Santos avalia que os procedimentos, nessa faixa etária, fortalecem positivamente a relação que o paciente tem consigo mesmo. “É um investimento para restaurar a confiança e a satisfação pessoal”, complementa. Diferentemente do que pensam sobre os riscos dos procedimentos e a idade, o cirurgião pontua que, uma vez que o paciente esteja saudável, é extremamente etarista inibir a viabilidade, e vontade, pela procura por cirurgias estéticas. Segundo o médico, o tratamento quanto a esses pacientes é individualizado para garantir o sucesso e compatibilidade da intervenção com a resistência corporal.
O cirurgião explica que durante os exames pré-operatórios, além dos exames padrão, aos pacientes idosos, há uma lista mais minuciosa, garantindo a investigação mais criteriosa da saúde. “Os procedimentos são uma forma de se cuidar em todas as fases da vida, mas para isso é necessário que haja segurança e responsabilidade durante o processo”, afirma.
O envelhecimento populacional remodela a cada dia o mundo, o movimento traz impactos na saúde, bem-estar e relação com a sociedade. Segundo o cirurgião, com a comprovação que as cirurgias estéticas são recursos capazes de provocar melhora na qualidade de vida das pessoas, os pacientes devem-se apegar à vontade para sua realidade e dar o primeiro passo: a consulta médica. “É extremamente importante a consulta ao médico especializado e certificado, somente após a avaliação dos riscos e benefícios da intervenção que podemos delimitar se é possível ou não a sua realização”, finaliza Hugo Santos.
- Leia também: 20 anos do Estatuto da Pessoa Idosa: para especialistas goianos, falta conhecimento e cumprimento da legislação
Mudanças
Em 1940, a população brasileira vivia em média 45 anos e meio. De lá para cá, muita coisa mudou. Os avanços na medicina e as melhores condições de vida da população em geral fizeram a expectativa de vida avançar mais de 30 anos. A idade mediana é um indicador que divide uma população entre os 50% mais jovens e os 50% mais velhos. No Brasil, de 2010 para 2022, a idade mediana subiu de 29 anos para 35 anos, evidenciando o envelhecimento da população. No mesmo período, esse indicador aumentou nas cinco grandes regiões: Norte, de 24 para 29 anos; Nordeste, de 27 para 33 anos; Sudeste, de 31 para 37 anos; Sul, de 31 para 36 anos e Centro-Oeste, de 28 para 33 anos.
O índice de envelhecimento é calculado pela razão entre o grupo de idosos de 65 anos ou mais de idade em relação à população de 0 a 14 anos. Portanto, quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população. No Brasil, esse índice chegou a 55,2 em 2022, indicando que há 55,2 idosos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Em 2010, o índice de envelhecimento era menor, correspondendo a 30,7.
O Estatuto da Pessoa Idosa, no Brasil, foi sancionado apenas em 1º de outubro de 2003 após anos de discussões no Congresso Nacional. Este estatuto estabelece uma série de direitos e garantias para os idosos, incluindo questões relacionadas à saúde, assistência social, transporte, educação, cultura, entre outros aspectos importantes para a qualidade de vida dessa parcela da população.
No Brasil, quando o Estatuto foi lançado existiam aproximadamente 15 milhões de idosos. Duas décadas depois, são mais de 30 milhões de pessoas.