Vacina bivalente: infectologista tira dúvidas sobre imunização

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de Goiânia inicia na próxima segunda-feira, 27, a aplicação de doses de vacina Pfizer Bivalente contra a Covid-19. Neste momento, o Ministério da Saúde repassou 22.200 para a capital goiana. As doses serão aplicadas seguindo as diretrizes do Plano Nacional de Vacinação (PNI).

Como explicam especialistas, esse tipo de vacina têm melhor performance porque na sua composição são incluídos também antígenos que protegem tanto das cepas originais da COVID (aquelas que vieram da China em 2020), quanto da cepa ômicron e suas subvariantes, que estão circulando atualmente. O Jornal Opção tirou dúvidas com o infectologista Marcelo Daher sobre a nova vacina.

Segundo o especialista, a expectativa é de que as vacinas bivalentes devam ser os imunizantes que serão utilizados a partir de agora. “Quando a produção e o estoque da monovalente acabar, passa-se a produzir somente a bivalente e vacinas atualizadas. Provavelmente teremos atualizações periódicas, esse deve ser o cenário até o controle da doença”, explicou o especialista.

Daher ainda destacou que a expectativa seja de aplicação de doses de reforço semestrais ou anuais, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. “Normalmente no início do inverno, antes dele começar já é feita a aplicação da bivalente para que a proteção se estenda para os períodos mais críticos, por volta de junho ou julho quando deve começar a nova onda”, contou. Ele também alertou para a possibilidade de uma onda antecipada em maio, igual ao final do último ano, no qual era esperado para dezembro mas veio em novembro. 

O infectologista também destacou que as novas vacinas bivalentes possuem uma proteção um pouco maior do que as convencionais. Por isso, serão utilizados primeiramente em grupos específicos que correm maiores riscos com a doença. Todavia, ele também destacou que as novas vacinas possuem as mesmas possibilidades de reações dos primeiros imunizantes.

Programa de vacinação

Conforme o plano, a população alvo da primeira fase de vacinação será de 108.086 pessoas. Estão dentro desse grupo idosos a partir dos 70 anos; pessoas que estão há 12 anos em instituições de longa permanência e seus trabalhadores; imunocomprometidos acima de 12 anos; além de indígenas; ribeirinhos e quilombolas, a partir de 12 anos. A meta é vacinar 90% dos que estão aptos a receber a nova dose de reforço bivalente. 

O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) ressaltou a importância da vacina para combater a Covid-10 e disse que Goiânia disponibilizará diversos locais para realizar a aplicação dos imunizantes. “A vacinação é extremamente importante para a proteção contra a forma mais grave da doença, por isso, mantemos uma grande estrutura, com 72 salas de vacinação para atender os moradores de nossa cidade”, afirmou.

Já o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, comentou que a cidade seguirá o cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde e citou as exigências para receber a nova dose. “Poderão receber a vacina quem estiver com o esquema primário completo, com pelo menos duas doses da vacina monovalente. Também é necessário ter um intervalo de quatro meses da última dose”, explicou. Ele também contou que estará acompanhando o início da campanha na segunda-feira, no Centro Municipal de Vacinação (CMV), às 08h.

Confira o cronograma vacinal completo:

Primeira fase

27/02/2023 – pessoas a partir 70 anos; pessoas que vivem em instituições de longa permanência a partir de 12 anos e trabalhadores desses locais; além de pacientes imunocomprometidos acima de 12 anos; indígenas; ribeirinhos e quilombolas, todos também acima de 12 anos.

Segunda fase

06/03/2023 – pessoas de 60 a 69 anos

Terceira fase

20/03/2023 – gestantes e puérperas

Quarta fase

17/04/2023 – trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência permanente a partir de 12 anos, população privada de liberdade a partir de 18 anos, adolescentes cumprindo medidas socioeducativas menores de 18 anos e funcionários do sistema prisional.