Estudo mostra que melatonina melhora a memória a longo prazo
23 agosto 2023 às 09h03
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Ômega 3, vitamina E, ginseng e muitos outros suplementos que prometem ajudar na perda de memória são facilmente encontrados em qualquer farmácia. Junta-se a esses agora mais um, que antes era visto apenas como auxiliador do sono, a melatonina. De acordo com o jornal O Globo, novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Sophia, em Tóquio, no Japão, mostra que a substância e seus derivados melhoram a memória de reconhecimento de objetos a longo prazo.
O hormônio melatonina é produzido e distribuído pela glândula pineal e participa na regulação dos ciclos biológicos do organismo. Dentre suas funções, a principal é a de “sinalizador” do sono.
Foram estudados os compostos N1-acetil-5-metoxiquinuramina (AMK), metabólito biológico da melatonina e a ramelteon, uma droga que liga e ativa o receptor de melatonina. Os cientistas buscaram entender a influência de cinco proteínas diferentes no processo de “fosforilação”, ou a adição bioquímica de grupos de fosfato às estruturas proteicas, que está ligado à formação de memórias. Para isso, foi aplicada uma dose de 1 mg/kg em roedores machos treinados. A segunda fase consistiu em testes observando o comportamento e as imagens do hipocampo dos animais.
Os experimentos de memórias consistiram em substituir um dos dois objetos familiares por um objeto novo ou desconhecido. A quantidade de tempo gasto pelos camundongos explorando cada objeto – uma boa medida da memória – foi registrada por um observador treinado. Então, os pesquisadores perceberam que o tanto o hormônio principal quanto os outros dois compostos tiveram relação direta com uma melhora na memorização dos ratos a longo prazo.
Como funciona a melatonina
À medida que os níveis de melatonina aumentam, liberada pela glândula pineal à noite, os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, caem. Em vez de um gatilho para apagar as luzes, a melatonina funciona como um regulador, desligando as funções diurnas e ligando as funções noturnas.
O suplemento faz com que o corpo inteiro se prepare para finalizar o dia. Ele não é responsável pelo sono em si, mas sim em enviar sinais ao cérebro de que é hora de dormir.
O uso no Brasil
Essa descoberta dos japoneses foi testada com uma quantidade maior do que a aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro de 2021, para comprimidos tomados como suplemento diário, com cerca de 0,21 mg.
A administração acima dos 0,5 mg de melatonina a adultos jovens pode causar um aumento das concentrações do hormônio no sangue. Por isso, o indicado sempre é um acompanhamento médico responsável pela recomendação do uso e pela dosagem.
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