Um estudo do Centro de Inteligência Epidemiológica (CIE), da Secretaria de Estado da Saúde (SES), revela que, em 2025, a maioria das internações por Influenza em Goiás ocorreu entre pessoas não vacinadas.

De janeiro a outubro, até a semana epidemiológica 40, o Estado contabilizou 9.560 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 700 óbitos confirmados. Desses casos, 1.868 foram provocados por Influenza, sendo 1.454, ou mais de 77%, em pessoas sem registro vacinal.

Entre os 172 óbitos por Influenza, 137 eram de pacientes não vacinados, 27 de vacinados e oito de pessoas com status vacinal indefinido. Segundo o estudo, 84% das mortes atingiram indivíduos que não receberam a imunização.

A superintendente de Vigilância em Saúde de Goiânia, Flúvia Amorim, afirma que os resultados confirmam a eficácia da vacinação. “Os resultados só reforçam o que a gente já vem falando há muito tempo: que a vacina é segura, que a vacina é eficaz”, disse.

Segundo ela, a análise reúne dados de casos hospitalizados por SRAG em todas as faixas etárias, em hospitais públicos, privados e filantrópicos, de janeiro até agora. Flúvia destaca que a maior parte dos óbitos ocorreu entre pessoas não vacinadas.

“Nos dados que nós levantamos, verificamos que, dos óbitos por Influenza, cerca de 84% eram de pessoas não vacinadas. A vacina tem como uma das principais funções reforçar a proteção, evitar que as pessoas que tenham síndrome gripal tenham que ser hospitalizadas e, principalmente, impedir que elas venham a óbito”, afirmou.

A superintendente reforça que a vacinação mostrou impacto direto na prevenção de casos graves.
“Se nós vacinarmos as nossas crianças, se vacinarmos os grupos mais vulneráveis, podemos reduzir drasticamente o número de internações por SRAG e, mais ainda, o número de mortes por essas doenças”, declarou. Flúvia também ressaltou que a análise evidencia a necessidade de ampliar a imunização no Estado.

“Vacina é proteção, vacina é vida. Aqui em Goiás nós temos muito o que avançar, mas os dados de multivacinação deste ano mostram que estamos melhorando: tivemos mais de 50% de incremento no número de doses aplicadas. Precisamos avançar ainda mais para que possamos dizer que aqui a poliomielite não tem vez, que não teremos mortes por sarampo, meningite ou qualquer outra doença protegida por vacina”, concluiu.

Impacto por faixa etária

O estudo indica que a vacinação reduziu a gravidade da SRAG em 2025, especialmente entre crianças de 1 a 4 anos e pacientes com doenças renais crônicas. Entre os imunizados, observou-se menor necessidade de intubação e de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Entre as crianças, o risco de desfechos graves caiu cerca de 66%. Em pacientes com doença renal crônica, a redução foi de 62%. Apesar disso, a cobertura vacinal contra Influenza permanece baixa.

No Brasil, está em 51,23% entre os grupos prioritários; em Goiás, 48,04%. O Estado registra 10.942 casos de SRAG, com maior concentração em menores de 2 anos (3.695 casos), pessoas acima de 60 anos (2.686) e adultos entre 50 e 59 anos (564).

Entre os 783 óbitos, 529 ocorreram em idosos acima de 60 anos; 81, em adultos de 50 a 59; e 56, em crianças menores de 2 anos. Em outubro, o Governo de Goiás lançou a campanha “Vacinar para o Perigo não Voltar”, com intensificação da atualização das cadernetas de vacinação.

A SES registrou aumento de 59,63% no total de doses aplicadas em 2025: foram 5.096.987 aplicações entre janeiro e outubro, frente a 3.193.063 no mesmo período do ano anterior. Entre as vacinas com maior incremento estão:

  • BCG: 62.765 doses aplicadas em 2025 (58.379 em 2024);
  • DTP: 128.187 (108.220 no ano anterior);
  • Hepatite A: 74.113 (65.688 em 2024);
  • Rotavírus: 130.982 (123.628 no ano passado).

Leia também: