Silenciosa, mas controlável: especialistas reforçam importância da prevenção ao diabetes
12 novembro 2025 às 15h09

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*Com a colaboração de Cilas Gontijo
Silencioso, mas de grande impacto, a diabetes é uma das doenças crônicas mais comuns do mundo e exige atenção contínua aos hábitos de vida. Ao Jornal Opção, a médica endocrinologista e metabologista Dra. Renata Mieko Yamamoto, a diabetes, quando não controlado, pode causar complicações graves como infarto, AVC, perda de visão e insuficiência renal. “A diabetes é uma doença silenciosa, mas controlável, que muitas vezes se instala sem sintomas evidentes. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental”, alerta.
O tema ganha destaque na próxima sexta-feira, 14, data em que é celebrado o Dia Mundial da Diabetes, um momento de reforçar a importância da informação, da prevenção e do diagnóstico precoce para evitar complicações e garantir mais qualidade de vida. O acompanhamento médico regular e o acesso à informação são fatores decisivos para prevenir complicações e promover uma vida mais saudável e equilibrada.

A especialista reforça que pequenas mudanças de comportamento podem fazer uma grande diferença na prevenção e no controle da doença. “Manter hábitos saudáveis, controlar o peso, praticar atividade física e fazer exames regulares são atitudes simples, mas que fazem toda a diferença”, aponta.
Segundo Dra. Renata, o tratamento da diabetes vai muito além do uso de medicamentos. “Envolve consciência, disciplina e escolhas diárias que refletem diretamente na qualidade de vida. Ter uma alimentação equilibrada, evitar alimentos ultraprocessados, manter um peso saudável e praticar atividade física regularmente são atitudes fundamentais”, afirma.
A médica explica que os principais tipos de diabetes são o tipo 1, tipo 2 e gestacional, além de formas menos comuns como LADA, MODY e a diabetes secundário. O tipo 1 é autoimune e costuma surgir na infância ou adolescência. O tipo 2, o mais frequente, está ligado ao excesso de peso, sedentarismo e genética. Já o gestacional ocorre durante a gravidez e pode desaparecer após o parto, mas indica risco futuro.
“É totalmente possível viver bem com diabetes”, afirma Dra. Renata. A especialista aponta que com o tratamento adequado, alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e acompanhamento médico, a pessoa pode levar uma vida normal, com boa qualidade e expectativa de vida semelhante à da população geral.
A alimentação é um dos fatores mais determinantes no controle da diabetes. “O tipo e a quantidade de carboidratos ingeridos influenciam diretamente nos níveis de glicose no sangue. O ideal é priorizar carboidratos complexos, ricos em fibras, e evitar picos de glicemia após as refeições”, explica.
Entre os erros mais comuns estão pular refeições, exagerar na próxima, consumir produtos “diet” sem controle, abusar de frutas ou sucos naturais e ingerir pouca proteína e vegetais. “Um acompanhamento nutricional individualizado é fundamental para ajustar a dieta de forma segura e eficaz”, afirma.
A pré-diabetes é uma condição intermediária em que a glicose no sangue está acima do normal, mas ainda não atinge os níveis para o diagnóstico de diabetes. “Ele indica que o organismo já apresenta resistência à insulina, mas ainda há tempo para reverter o quadro”, explica Dra. Renata.
Estudos mostram que a perda de apenas 5% a 7% do peso corporal já reduz significativamente o risco de evolução para a diabetes tipo 2. Controlar a pressão arterial e o colesterol também é essencial nesse processo.
Avanços como sensores de glicose e bombas de insulina têm revolucionado o tratamento da diabetes, especialmente para quem tem o tipo 1. “Essas tecnologias permitem monitoramento em tempo real e liberação automática de insulina, simulando o funcionamento de um pâncreas saudável”, afirma a médica. “Isso proporciona mais liberdade, segurança e qualidade de vida”, aponta.
A glicose elevada danifica vasos sanguíneos e nervos, afetando diferentes órgãos do corpo. Entre as principais complicações estão a retinopatia, a nefropatia e a neuropatia periférica, além do aumento expressivo do risco de infarto e AVC. “Essas complicações podem ser graves, mas são em grande parte evitáveis com acompanhamento e tratamento adequados”, finaliza.
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