Crise das maternidades: SMS diz que situação está resolvida já que repassou dinheiro à fundação

10 outubro 2023 às 11h12


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A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que repassou todo o dinheiro faltante à Fundação de Apoio ao Hospital das Clinicas (Fundahc) e que a crise das maternidades em Goiânia chegou ao fim. Segundo pasta, não há mais nenhuma dívida sobre pagamento de fornecedor e nem sobre a folha de pagamento dos funcionários. De acordo com a Saúde, os valores restantes dos débitos são de fundo rescisório e não interfere no funcionamento das maternidades.
“Esse fundo só é usado em caso de demissão dos funcionários, não interferindo no funcionamento das unidades de saúde”, explicam. O novo secretário de saúde de Goiânia, Wilson Pollara, assumiu a pasta no dia 1° de outubro e informou que repassou R$ 13 milhões para a Fundahc. Como o valor total dos débitos era de R$ 43.347.902,315, os cerca de 30 milhões restantes seriam desse fundo rescisório, mas interlocutores afirmam que a SMS fará auditoria desses valores. O Jornal Opção procurou a Fundahc, mas a fundação disse que somente a Secretaria poderia responder sobre o assunto.
As três maternidades de Goiânia sob gestão da Fundahc paralisaram seus atendimentos no dia 18 de setembro por falta de repasses da Secretaria de Saúde. Estavam funcionando apenas serviços de urgência e emergência e os funcionários relatavam falta de insumos básicos, ambulância para transferência dos pacientes e pagamento para médicos, que estavam sem receber desde o mês de maio.
Ainda de acordo com a SMS, o restante dos valores, alegados em atraso pela fundação, se refere ao passivo trabalhista, caixa para custeio de despesas como demissões e férias, não tem relação com a manutenção das maternidades. Em 2023, foram repassados à fundação um total de R$ 138.062.205,00.
“Desde o final da pandemia, os governos federal e estadual não enviam recursos para o custeio das maternidades, portanto, todas as três maternidades vêm sendo mantidas com dinheiro do Tesouro Municipal. As três maternidades funcionam em sistema de porta aberta, não há necessidade de regulação, com isso, atendem pacientes de vários outros municípios goianos. No HMDI, por exemplo, 30% das pacientes são da grande Goiânia e todos os custos são bancados pela capital”, explicou a SMS em nota.
Paralisação nos atendimentos
As três maternidades de Goiânia sob gestão da Fundahc paralisaram seus atendimentos em setembro. Estavam funcionando apenas serviços de urgência e emergência e os funcionários relatavam falta de insumos básicos, ambulância para transferência dos pacientes e pagamento para médicos, que estavam sem receber desde o mês de maio.
Uma enfermeira do HMMCC, que optou por não ser identificada, disse que no hospital faltava até ambulância para transferência dos pacientes, isso porque alguns prestadores já não estavam fornecendo alguns serviços por falta de pagamento.
A diretora da Fundahc, Lucilene Maria de Sousa, disse ao Jornal Opção que nas maternidades faltavam até analgésico para as pacientes grávidas, que estavam dando à luz sem a medicação adequada. Os atendimentos foram retomamos e normalizados no dia 24 de setembro, segunda-feira.