Conheça a blefaroplastia, a cirurgia estética mais realizada em 2024, que pode ir além da beleza

26 agosto 2025 às 08h40

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A blefaroplastia, conhecida como cirurgia das pálpebras, foi o procedimento estético mais realizado no mundo em 2024, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Foram mais de 2,1 milhões de intervenções, representando um crescimento de 13,4% em relação ao ano anterior. Mas o que muitos não sabem é que essa cirurgia vai muito além da estética, ela pode melhorar significativamente a saúde ocular.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, o médico oftalmologista, Dr. Luciano Pereira, da equipe do Instituto Panamericano da Visão, explica que a blefaroplastia não apenas rejuvenesce o olhar, mas também corrige disfunções funcionais das pálpebras que afetam diretamente a visão. Somente no Instituto Panamericano, de janeiro a julho, foram realizadas 450 cirurgias, mais de duas por dia.
“As pálpebras têm um papel fundamental na proteção dos olhos e na distribuição da lágrima sobre a superfície ocular. Para que funcionem bem, precisam de um tônus adequado, que se perde com o tempo. O excesso de pele e gordura, somado à flacidez dos tecidos, compromete essa função”, explica Dr. Luciano.
Segundo o especialista, a cirurgia trata essa flacidez, devolvendo à pálpebra sua capacidade funcional. “Além de melhorar a estética, ela melhora o funcionamento da pálpebra, desde que realizada por um profissional competente. O contrário também pode ocorrer, se houver retirada excessiva de tecido.”
Embora seja mais comum após os 40 anos, a blefaroplastia também é indicada em pacientes mais jovens, quando há excesso de pele ou bolsas que causam desconforto. “Temos pacientes operando antes dos 40. A indicação depende da anatomia e da demanda individual”, afirma.
Há dois perfis principais de pacientes: os que buscam o rejuvenescimento facial e os que têm prejuízo funcional. “Quando o excesso de pele invade o campo visual, além da melhora estética, a cirurgia recupera a função visual perdida. Além disso, a correção da flacidez palpebral pode melhorar a distribuição da lágrima, o que impacta diretamente no conforto e na qualidade da visão”, destaca o médico.
Complicações
Dr. Luciano reconhece que, como qualquer cirurgia, a blefaroplastia envolve riscos. “Esses riscos são controláveis quando o procedimento é feito por um cirurgião com formação adequada, em ambiente hospitalar seguro, e com um paciente comprometido com o pós-operatório”, aponta.
Entre as complicações mais comuns estão irregularidades no contorno da pálpebra e o ectrópio, que é quando a pálpebra inferior se projeta para fora. “Mas são situações evitáveis com planejamento e técnica”, reforça.
Tecnologia
Um dos avanços que têm contribuído para resultados mais precisos é o uso do laser de CO₂. “Ele pode ser usado como instrumento de corte, o que gera menos inchaço e hematomas, acelerando a recuperação. Também pode ser aplicado para resurfacing da pele, melhorando textura e somando ao rejuvenescimento”, explica Dr. Luciano.
Após a cicatrização, o tratamento pode ser complementado com toxina botulínica, oferecendo um resultado estético mais completo. “Tudo é planejado com base nas características e nas expectativas de cada paciente. A blefaroplastia, portanto, não é apenas uma cirurgia para melhorar o olhar, é uma intervenção que pode devolver visão, conforto e autoestima”, conclui.
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