Cientistas definem o horário ideal para dormir

Esgotamento extremo, diminuição da produtividade e complicações de saúde são algumas das ramificações resultantes da privação de sono. O ato de dormir, porém, é frequentemente subestimado e muitos na população acabam renunciando a ele devido a obrigações laborais, compromissos sociais e responsabilidades familiares. Diante disso, os cientistas de Harvard decidiram perguntar: existe um momento ideal para deitar visando promover um sono reparador e uma saúde sólida?

Uma pesquisa veiculada no periódico científico European Heart Journal-Digital Health, em parceria com a Universidade de Harvard, mostra que indivíduos que se recolhem entre as 22 e 23 horas experimentam um sono de superior qualidade e podem enfrentar menor probabilidade de desenvolver enfermidades cardíacas em comparação àqueles que adotam horários mais precoces ou tardios.

Este estudo englobou mais de 88 mil pessoas, com idades entre 45 e 79 anos, cujos padrões de sono foram monitorados ao longo de uma semana mediante dispositivos afixados aos pulsos. Além disso, os participantes responderam a inquisições acerca de seu estilo de vida e hábitos.

Os pesquisadores, então, acompanharam o desenrolar de potenciais complicações cardiovasculares e incidentes de ataque cardíaco nesse mesmo grupo voluntário ao longo de cinco anos e meio.

Os resultados evidenciaram que, ao contrário daqueles que adormeciam entre 22 e 23 horas, os indivíduos que se deitavam à meia-noite poderiam apresentar um incremento de até 25% nas chances de desenvolver doenças cardiovasculares. Ademais, os que iniciavam seu repouso antes do horário convencional exibiam um acréscimo de 24% nesse risco. Os autores da pesquisa demonstraram que o ato de deitar-se em horários não tradicionais perturba o ritmo circadiano, um elemento essencial para a regulação das funções vitais do organismo.