Ciência diz 5 hábitos que ajudam a prevenir o Alzheimer

O Alzheimer é a forma mais prevalente de demência. Esse transtorno neurodegenerativo gradativamente afeta a memória e o comportamento dos indivíduos. Os primeiros indícios costumam surgir após os 50 anos de idade.

A causa precisa ainda não está completamente compreendida. Contudo, as investigações sobre demência, especialmente o Alzheimer, estão progredindo na busca por um entendimento mais aprofundado. Este distúrbio está associado ao acúmulo de proteínas beta-amiloide e tau nos neurônios e nos espaços intercelulares, ocasionando inflamação, desordem e degeneração das células cerebrais.

Embora não exista uma terapia que possa evitar o surgimento da doença, os médicos consideram o estilo de vida como um fator crucial para sua prevenção. Abaixo estão cinco hábitos respaldados pela ciência que podem auxiliar na prevenção do Alzheimer:

1. Cultivar Amizades

A solidão é um desafio frequente entre os idosos, que muitas vezes enfrentam o isolamento social à medida que envelhecem. Além de desencadear problemas emocionais como ansiedade e depressão, essa situação pode contribuir para o encolhimento do cérebro, aumentando o risco de demência.

Dessa maneira, é de suma importância manter uma rede de amigos próximos. Dicas para manter o contato incluem visitar familiares, participar de grupos comunitários ou praticar atividades esportivas.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e publicada em 2021, demonstrou que além do aspecto prazeroso, ter amigos com quem conversar beneficia a saúde cerebral. Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores analisaram dados de cerca de 2 mil adultos, com idade média de 63 anos, que foram acompanhados desde 1997 e submetidos a exames de ressonância magnética cerebral durante avaliações neuropsicológicas.

Os indivíduos que careciam de interações regulares apresentaram um envelhecimento cognitivo até 4,25 anos mais acelerado em comparação com aqueles que mantinham amigos com quem pudessem compartilhar pensamentos.

Outro estudo conduzido na Universidade de Kyushu, em Fukuoka, Japão, neste ano, evidenciou que o isolamento pode impactar o volume cerebral e as capacidades cognitivas dos idosos. A atrofia cerebral resultante pode interferir no funcionamento cerebral, predispondo à demência.

Embora os sintomas sejam mais comuns em indivíduos com mais de 70 anos, a manifestação da doença em jovens por volta dos 30 anos não é incomum. Quando isso acontece de forma “precoce”, é denominada Alzheimer precoce.

Nas fases iniciais, uma pessoa com Alzheimer frequentemente apresenta modificações na memória, esquecendo-se de detalhes simples, como onde deixou as chaves, o que comeu no café da manhã, nomes de pessoas ou mesmo a estação do ano.

Desorientação, dificuldades em recordar o endereço de casa ou o caminho para lá, bem como problemas para tomar decisões básicas como planejar refeições, são igualmente indícios do surgimento da doença.

2. Praticar Atividade Física

A atividade física é consistentemente associada ao aprimoramento da saúde global. Pesquisadores da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, revelaram que ela pode também retardar a deterioração cognitiva.

Análises de dados de saúde de 649.605 indivíduos, com idade média de 61 anos, acompanhados por quase uma década, revelaram que aqueles com melhor condicionamento físico tinham até 33% menos probabilidade de desenvolver Alzheimer em comparação aos sedentários.

3. Manter-se ativo nas tarefas domésticas

As atividades domésticas suscitam opiniões diversas. Para aqueles que apreciam essas tarefas, pesquisadores da Sichuan University em Chengdu, China, compartilharam boas notícias por meio de um estudo publicado em 2022 no periódico da Academia Americana de Neurologia. Cozinhar, lavar louça e participar de atividades de jardinagem podem reduzir o risco de Alzheimer em cerca de 20%.

As tarefas domésticas constituem a segunda forma mais eficaz de prevenção contra a deterioração cerebral, ficando atrás apenas de atividades como caminhar ou andar de bicicleta de forma regular, segundo os pesquisadores.

4. Praticar Autocuidado

A introspecção sobre a própria vida e a definição de um propósito para ela também são considerados hábitos benéficos para a saúde cerebral.

Idosos que reservam pelo menos dez minutos diários para auto reflexão, buscando compreender seus sentimentos, podem reduzir o risco de Alzheimer no futuro. Um estudo conduzido por pesquisadores da University College London, no Reino Unido, com 259 indivíduos em torno dos 70 anos, indicou que eles apresentaram melhor memória, concentração ampliada e habilidades superiores para resolver problemas.

Outra pesquisa realizada por cientistas da mesma instituição universitária revelou que possuir um senso de propósito pode diminuir o risco de demência na terceira idade.

5. Nutrição Adequada

O chá verde, frutas vermelhas e a dieta cetogênica estão entre as abordagens científicas para uma dieta que possa efetivamente prevenir o Alzheimer.

As catequinas presentes no chá verde foram identificadas por reduzir substancialmente a formação de placas de proteínas nos neurônios. O resveratrol, encontrado em uvas, mirtilos e vinho tinto, possui efeitos semelhantes.

Ambas substâncias exibem propriedades anti-inflamatórias, conforme apontado por cientistas da Universidade de Tufts, nos EUA, em um artigo publicado na revista Free Radical Biology and Medicine.