Quase 37 milhões de pessoas na China podem ter sido infectadas com Covid-19 em um único dia nesta semana, o que torna o surto no país o maior do mundo. O dado foi divulgado pelo site norte-americano Bloomberg News, nesta sexta-feira, 23, citando estimativas da principal agência de saúde do governo chinês, a Comissão Nacional de Saúde de China.

Até 248 milhões de pessoas, ou quase 18% da população chinesa, provavelmente contraíram o vírus nos primeiros 20 dias de dezembro, de acordo com a ata de uma reunião interna da Comissão Nacional de Saúde (NHC, na sigla em inglês) da China realizada na quarta-feira, confirmada pela Bloomberg com pessoas envolvidas no tema. Se o número for confirmado, a taxa de infecção superaria o recorde diário mundial de cerca de 4 milhões, estabelecido em janeiro de 2022.

O rápido desmantelamento da política de Covid zero, após quase três anos de confinamentos, quarentenas e testes em larga escala, levou à disseminação sem precedentes de subvariantes da Ômicron, altamente contagiosas, em uma população com baixos níveis de imunidade natural. Mais da metade dos moradores da província de Sichuan, no Sudoeste da China, e da capital Pequim foram infectados, segundo estimativas da agência.

Os chineses vêm usando testes rápidos de antígeno para detectar infecções e não são obrigados a relatar os resultados positivos. O governo, por sua vez, parou de publicar o número diário de casos assintomáticos.

Oficialmente, a China registrou 2.966 novos casos na quarta-feira, com menos de dez mortes por Covid-19 desde o início de dezembro. O número, no entanto, contrasta com crescentes relatos de que os hospitais estão sobrecarregados e os crematórios vêm funcionando muito além de sua capacidade.