O câncer de intestino, conhecido também como câncer colorretal, é uma das formas de câncer mais comuns entre as mulheres, ocupando o segundo lugar, e o terceiro entre os homens. Recentemente, uma pesquisa realizada pela rede Dasa revelou um aumento de 8% nos casos dessa doença em pessoas com menos de 50 anos, no período entre 2018 e 2022. Esse índice subiu de 1,7% para 2,8%.

É importante ressaltar que esse aumento não significa que pessoas acima dos 50 anos não estejam sujeitas a essa doença. No entanto, o que causa preocupação é o avanço significativo entre os mais jovens.

Quando o câncer de intestino é diagnosticado precocemente, as chances de cura podem ultrapassar 95%. Portanto, é fundamental estar atento aos sinais e sintomas e realizar exames de rastreamento adequados para identificar precocemente essa doença, especialmente em pessoas mais jovens.

“A gente não sabe muito bem o motivo desse aumento, tem sido muito falado, mas o real motivo não é bem conhecido. Biologicamente, a gente sabe que a má alimentação e fatores como estresse, falta de atividade física, consumo de bebidas alcóolicas e a obesidade estão muito relacionados ao aumento de casos”, explicou o oncologista e titular do Hospital Albert Einstein, Rodrigo Fogace.

Como resultado dessas informações que apontam para o aumento na incidência do câncer de intestino, a American Cancer Society, nos Estados Unidos, decidiu atualizar suas diretrizes e agora recomenda que a colonoscopia preventiva seja realizada a partir dos 45 anos de idade. Médicos no Brasil também passaram a seguir essa mesma orientação.

Oncologista e titular do Hospital Albert Einstein, Rodrigo Fogace | Foto: Arquivo pessoal

De acordo com Rodrigo Fogace, esses tumores começam com lesões benignas, os chamados pólipos. Além disso, é essencial que a doença seja diagnosticada nessa fase.

“Existem os que tendem a ser mais benignos e os que, desde o nascimento, já têm características que no futuro podem virar câncer. Nosso principal papel como médicos é orientar a população a conseguir diagnosticar o tumor justamente nesse momento, quando são pólipos, que podem ser ressecados com uma maior taxa de cura, evitando que vire um câncer no futuro”, revelou.

O oncologista ainda alerta para os principais sintomas que podem indicar um câncer de intestino. “Dor abdominal, geralmente com cólica, alteração do hábito intestinal, sangramento nas fezes, emagrecimento e, muitas vezes, uma anemia sem causa aparente, principalmente em idosos”, exemplificou.

Como já destacado pelo especialista, o ideal é que identifique a condição ainda em pólipos, já que pode ser o diferencial no momento do tratamento da doença.

“Se é muito inicial, a gente pode fazer uma ressecção apenas, sem necessidade de outros tratamentos. Já um tumor um pouco maior, muitas vezes a gente precisa operar o paciente e depois ele passar por uma quimioterapia para evitar o aparecimento da doença novamente. Já nos tumores que estão no estágio 4, que são considerados incuráveis tecnicamente, o tratamento geralmente passa por quimioterapia”, pontuou.

“Hoje em dia existem outras formas de tratarmos esses pacientes, que são metastáticos. Então, a gente está falando aqui de terapia Alvo-Molecular, ou seja, a gente pega o tumor, analisa o DNA e as moléculas presentes, e faz um tratamento específico”, completou.