Aumento de casos de pneumonia silenciosa em Goiás coloca Estado em atenção; especialista alerta para os perigos

A pneumonia silenciosa, que também é chamada de pneumonia assintomática ou subclínica, pode ser especialmente perigosa já que não manifesta os sintomas habituais da pneumonia, como febre alta, tosse forte e dor no peito. Uma simples indisposição, coriza, obstrução nasal ou tosse não frequente pode ser mais perigosa do que parece e requer mais atenção por parte da população.

Normalmente, a forma mais comum de pneumonia é provocada pela bactéria pneumococo. Contudo, em várias regiões do Brasil, tem-se notado um crescimento na incidência de pneumonias causadas por bactérias atípicas, como a Mycoplasma pneumoniae. Esses causadores atípicos acabam possibilitando o desenvolvimento silencioso da doença. Vale lembrar que outros causadores são possíveis, como vírus e fungos. 

Dois casos recentes de pneumonia chamaram a atenção dos goianos, o que acabou reforçando os cuidados da Saúde. O fotógrafo da Prefeitura de Goiânia, Jackson Rodrigues, morreu aos 38 anos, no dia 30 de julho, vítima de pneumonia silenciosa. Chrystian, da dupla com Ralf, faleceu aos 67 anos, em 19 de junho, devido a uma infecção generalizada decorrente de uma pneumonia agravada por comorbidades.

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Secretaria Estadual de Saúde atualiza oferta de vacinas

Em entrevista ao Jornal Opção, a médica infectologista do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), Camila Freire Araújo reforça a importância de um diagnóstico mais cedo possível. “Quanto mais tardio o diagnóstico, mais tardia a entrada da terapêutica específica, e a gente acaba piorando o quadro clínico e o prognóstico do paciente”, afirma.

A recomendação é “não ficar esperando em casa, porque muitas vezes esse tempo do início do sintoma, pode ser um tempo essencial para o prognóstico”. A qualquer sinal de indisposição e de recusa alimentar (independente de quadro respiratório evidente), deve-se procurar um profissional de saúde. 

Segundo a médica especialista, os sintomas da pneumonia mais clássica surgem de três a cinco dias após infecção, já o quadro clínico da pneumonia silenciosa pode durar até duas semanas. “O ideal é que ele [o paciente] chegue [no hospital] de 48 até 72 horas do início do quadro”, resumiu.

Vacinas

Como a pneumonia é um “quadro inflamatório infeccioso do trato respiratório inferior”, que pode ter diversos causadores, existem diferentes formas de tratamento e de profilaxia. Pensando na prevenção, vacinas contra a influenza, contra a covid-19 e as vacinas pneumocócicas podem prevenir as doenças que levariam à pneumonia. 

Sobre a doença de causa bacteriana atípica, a médica afirma que “atualmente, a gente não tem nenhuma vacina disponível para esse agente etiológico específico”, o que reforça a periculosidade desse tipo de pneumonia. 

Números

Informações da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) mostram que só neste ano, de janeiro a julho, foram registradas 9.526 internações por pneumonia nas unidades da rede estadual. Veja abaixo a lista completa de novos registros por mês:

• 731 internações em janeiro,
• 996 em fevereiro,
• 1.433 em março,
• 1.784 em abril,
• 1.802 em maio,
• 1.474 em junho
• e 1.306 em julho.