Ainda engatinhando, debate sobre saúde mental ganha espaço entre políticos
25 agosto 2022 às 14h21
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a definição de saúde mental seria um estado de bem-estar no qual é possível usar as próprias habilidades, se recuperar do estresse do dia-a-dia, além de ser produtivo e contribuir com a comunidade. Entretanto, mesmo sendo tão importante quanto a saúde física, o tema ainda pode ser considerado um tabu na sociedade. Inclusive entre aqueles que governam e legislam o Brasil, os políticos.
Apesar das dificuldades, a vereadora Sabrina Garcez (PSD) contou para o Jornal Opção que busca conversar com os colegas da Câmara Municipal de Goiânia a respeito. “Acredito que a saúde mental deveria ser um tema presente em todos os lugares. Mas há muito preconceito na sociedade e esse é um assunto que deve ser tratado com mais clareza”, alertou a parlamentar.
Garcez também destacou que uma discussão a respeito de saúde mental dos políticos só traria benefícios para a sociedade em geral. “Todos se beneficiam quando esses assuntos são tratados com clareza, transparência, sem preconceito e com o apoio de especialistas”, disse. Sabrina também considera cuidar da mente e das emoções como uma das suas principais bandeiras do seu mandato, principalmente quando se trata de crianças e adolescentes.
Entre as suas propostas a respeito da temática, Garcez destacou o Projeto de Lei para instituir uma Política de Prevenção da Automutilação de Jovens em Goiânia.
“A saúde mental de crianças e adolescentes é um tabu e um desafio, principalmente na hora de criar e implementar políticas públicas eficazes. Mas, os dados são alarmantes e demonstram que os índices de depressão e ansiedade estão altos, o que reulta em automutilação e até suicídio entre os jovens. Uma pesquisa em São Paulo demonstrou que 69% dos jovens sofrem desse tipo de aflição e a OMS estima que o suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos. Não dá para evitar de falar sobre isso”, explicou a vereadora.
No mesmo sentido, a candidata a deputada federal pelo União Brasil, Silvye Alves, em entrevista para o Jornal Opção, não escondeu destacar questões de saúde mental como sua plataforma, e falou abertamente sobre sua condição. “Eu tenho síndrome do pânico e tomo medicamento por conta da agressão que sofri. Até iria parar de tomar os remédios, mas o meu médico me recomendou continuar durante a campanha por conta do estresse”, contou a ex-apresentadora do Cidade Alerta.
No ano passado, Silvye foi agredida pelo ex-namorado na frente do filho e dentro do próprio apartamento. Além de gastar cerca de 20 mil reais em tratamentos para os danos causados ao rosto, incluindo o rompimento de um nervo que controla a salivação da parte superior da boca, a candidata também passou por tratamento psicológico.
“Estou muito focada nisso, hoje a saúde mental é um dos piores problemas que tem no Brasil”, disse Alves, que usa o próprio exemplo como motivação e levanta o problema como um dos principais pontos do seu projeto como parlamentar. “Se houver uma conscientização, por meio da mídia, e fornecimento de medicamentos para essas pessoas, depois de rastreio e triagem realizados por psicólogos e psiquiatra, é possível ter uma noção do que é fornecer os medicamentos de graça e o quanto pode melhorar a sociedade”, completou.
Entre as ideias apresentadas na entrevista, a apresentadora destacou os cuidados com a saúde mental dos trabalhadores da área da segurança, incluindo policiais militares e civis. “Não adianta nada aumentar o salário ou dar uma promoção, se não cuidar da base do profissional”, afirmou a aposta do União Brasil para as eleições de 2022.