Na última semana, a cantora Maiara, dupla de Maraisa, usou as redes sociais para revelar que, assim como a irmã, também está em tratamento para a alopecia. Para saber mais sobre o assunto, a dermatologista Lorena Dourado explicou as condições da doença para o Jornal Opção. A calvície feminina é mais comum do que parece. Dados da Academia Americana de Dermatologia (AAD) apontam que o problema pode atingir mais de 2 bilhões de pessoas no mundo, sendo mais de 100 milhões de mulheres afetadas.

Alopecia é o nome dado a um grupo de doenças que provoca a queda de cabelo. Existem várias formas de alopecia, cada uma com suas próprias características e causas, e a perda dos fios pode ocorrer em áreas específicas do couro cabeludo ou em todo o corpo. A mais comum é a alopecia androgenética, também conhecida como calvície de padrão masculino ou feminino. Outras formas incluem a alopecia areata (queda de cabelo em áreas arredondadas) e a alopecia universal (perda completa de cabelo no corpo). Há também o eflúvio telógeno (uma queda difusa de cabelos sem formação de placas de falha ou afinamento dos fios).

As causas da alopecia e do eflúvio telógeno são variadas e incluem o estresse, traumas, o uso de medicamentos, reação hormonal pós-parto, doenças no couro cabeludo, hipotireoidismo e hipertireoidismo, o uso de produtos químicos inadequados e outras situações. Recentemente, muitos pacientes têm relatado a queda acentuada de cabelos pós-covid.

Sintomas

Os sintomas variam dependendo do tipo e da gravidade da condição e podem ter um impacto significativo na autoestima e na qualidade de vida de homens e mulheres. Lorena Dourado explica que, muitas vezes, a alopecia começa com uma queda gradual do cabelo ou a formação de manchas calvas. “Em casos mais avançados da alopecia areata, por exemplo, pode ocorrer uma perda completa de cabelo no couro cabeludo e/ou em outras partes do corpo. O impacto psicológico da alopecia não deve ser subestimado, já que pode levar a constrangimento, baixa autoestima e ansiedade social”, alerta a médica especialista em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e com formação em Tricologia (ciência que estuda o cabelo) pela Faculdade de Medicina do ABC e pela USP.

Diagnóstico

Para o diagnóstico da alopecia, os dermatologistas contam com recursos, como o exame físico; exames como o tricograma, que avalia as raízes dos cabelos e determina a porcentagem de fios em processo de queda e de fios afinados; e a dermatoscopia manual e digital, essa última faz uma contagem computadorizada dos tipos de fios presentes em determinada área do couro cabeludo. Exames laboratoriais que excluem ou evidenciam deficiências vitamínicas, anemias e outras doenças que podem causar a queda de cabelo, e até biópsias também podem ser indicados.

“O mais importante é procurar o seu dermatologista ao perceber que seus cabelos estão caindo ou passando por alterações de volume ou afinamento, para que ele faça sua avaliação e inicie, se necessário, seu tratamento de maneira precoce. Dessa forma poderemos, na maioria dos casos, evitar a progressão da calvície, mantendo seus cabelos saudáveis por mais tempo”, orienta a médica.

Tratamento

Embora não haja uma cura definitiva para a alopecia, existem diversas opções de tratamento disponíveis para ajudar a minimizar a queda de cabelo e estimular o crescimento capilar. O médico dermatologista é o profissional indicado para identificar as condições clínicas do paciente e prescrever o melhor tratamento para cada caso.

Esses tratamentos podem incluir o uso de medicamentos, como o conhecido Minoxidil; terapias a laser; cirurgia de transplante capilar para casos mais avançados e quando a pessoa possui uma área doadora satisfatória (cabelos da região posterior da cabeça); tratamentos tópicos com produtos que podem promover o crescimento capilar ou retardar a queda, e outros. Muitos pacientes também podem precisar de acompanhamento psicológico para lidar com o impacto emocional da condição.