Sebrae promove Fórum para discutir efeitos da 4ª Revolução Industrial
01 setembro 2018 às 23h50

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Empresas do futuro se reúnem no Teatro Sesi para apresentar novidades da gestão tecnológica

Com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) promoverá, no dia 12, um encontro com as “empresas do futuro”. O Fórum Indústria 4.0 ocorrerá no Teatro Sesi, localizado na Avenida João Leite, no Setor Santa Genoveva, e terá início às 9h30.
Três períodos impactaram a história da humanidade. A máquina a vapor, a eletricidade e a computação foram responsáveis por cravar grandes marcos na trajetória linear e ascendente do homem na Terra. Depois de muita transformação e um período de intensa evolução tecnológica, as discussões hoje giram em torno de um novo momento: a 4ª Revolução Industrial. Ela tem sido responsável pelas principais mudanças ocorridas no chamado “chão de fábrica” e também pela transformação da economia e comércio.
De acordo com a empresa de automação Citisystems, esse é um conceito de indústria proposto recentemente e que engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura.
A Citisystems destaca que os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis. “Isso significa um novo período no contexto das grandes revoluções industriais. Com as fábricas inteligentes, diversas mudanças ocorrerão na forma em que os produtos serão manufaturados, causando impactos em vários setores do mercado.”
Ainda que timidamente, o Brasil já começa a sentir os reflexos dessa transformação, bem como a necessidade de mudança. Pensando nisso, as entidades que trabalham na busca do desenvolvimento das empresas, como o Sebrae e o Sistema Fieg (Sesi, Senai, IEL), irão promover o Fórum Indústria 4.0 para levar informações sobre os conceitos dessa revolução aos empresários goianos.
Com a intenção de explorar os desafios e oportunidades desencadeados no mercado graças à proporção tomada pela 4ª Revolução nos últimos anos, o fórum discutirá a eficácia na integração entre processos industriais e as atividades humanas no mundo digital.
O tempo trouxe às indústrias a necessidade de inovação, redução de desperdícios, velocidade na produção e melhor vantagem competitiva no mercado. Para falar de todos esses assuntos, o evento contará com a presença de profissionais renomados do mercado brasileiro.
Em relação aos impactos da nova Revolução Industrial na criação de novos modelos de negócios, o encontro promoverá rodas de conversa, palestras e exposições para dar ao empresário e ao público a oportunidade de conhecer as diferentes vertentes que norteiam esse novo conceito.
O Fórum Indústria 4.0 contará com palestras e debates que irão repercutir os principais desafios para as empresas brasileiras e de que forma elas podem se adaptar às novas exigências do mercado. Na ocasião, será apresentado o Projeto Indústria 2027, que expõe a maneira como oito grupos de tecnologia irão impactar os setores produtivos de economia em cinco e dez anos.
Técnicos esclarecem importância do evento para indústrias goianas
De acordo com a gerente do Instituto Senai de Tecnologia em Automação Industrial, Fernanda Godoy, a importância de colocar esse tema em discussão está relacionada a fomentar uma conscientização na sociedade sobre o verdadeiro significado da 4ª Revolução Industrial.
Para Fernanda, a maioria das pessoas, ao pensar em Indústria 4.0, já associa o termo às novas tecnologias, realidade aumentada, realidade virtual, inteligência artificial e robôs colaborativos. “Não temos empresas no patamar necessário para se acessar essas tecnologias. Então, o que precisamos é primeiramente preparar as indústrias para que se coloquem aptas a receber esses mecanismos.”
A gerente explica que a Indústria 4.0 nada mais é do que uma grande integração. Em sua visão, o mundo está se tornando cada vez mais colaborativo e há a necessidade integrar as pessoas para melhorar a gestão e competitividade das indústrias. “O papel do Senai em todo esse cenário é ser um direcionador para que a empresa se prepare. Para isso, temos vários programas de auxílio ao pequeno e grande empresário. ” É por meio deles que as indústrias terão a oportunidade de enxugar os desperdícios, otimizar seus processos e torná-los mais eficientes.
Entre as apresentações programadas para o evento está mostrar o site Senai 4.0. Nele, a empresa pode realizar uma avaliação de sua própria maturidade, participar de cursos de educação profissional, além de ter acesso a informações relacionadas à inovação e tecnologia.
Para fazer uma avaliação de maturidade, as empresas devem preencher um formulário para diagnosticar a atual situação em que se encontram. “Uma vez munidos com essas informações, elaboramos um “road map”, que é um plano de ação responsável por mostrar como será o preparo dessa empresa até que ela possa receber as tecnologias da Industria 4.0”, declara Fernanda.

O nível de maturidade vai de 0 a 5. A partir do momento em que se atinge o nível mínimo, o Senai trabalha para aplicar as metodologias, que variam conforme a necessidade de cada empresa. “Apesar de muito se falar sobre as inúmeras tecnologias do mercado, as empresas estão muito longe desse ideal. Porém, não adianta enxergar essa realidade como algo distante que não requer preocupação. Pelo contrário, os primeiros passos devem ser dados para que a empresa se torne cada dia mais competitiva.”
Fernanda ressalta que o termo “combate ao desperdício” não está necessariamente associado à perda de matéria prima ou materiais de descarte. “O desperdício também acontece em outros âmbitos, podendo variar desde o excesso de processamento até a falta de aproveitamento intelectual dos funcionários.” Para a gerente, é fundamental que esse tipo de desperdício seja enxuto e deixe de emperrar a produtividade das indústrias.
“É importante compreender que precisamos também de humanização. Não adianta inserir tecnologia se as pessoas não estiverem preparadas para recebê-la”, afirma. Como fonte de capacitação profissional, Fernanda destaca que o Senai oferece uma base educacional onde os funcionários recebem cursos preparatórios.
“Costumo dizer que o Senai está sempre à frente de seu tempo e ao lado das indústrias.” Por isso, a gerente enxerga a realização do evento como mais um passo rumo ao dever cumprido. “A indústria está sedenta por informações e todos estão muito curiosos em relação às metodologias que serão apresentadas. No encontro, poderemos desmistificar e esclarecer muitas dúvidas tanto das micro quanto das grandes empresas.”
Ao tratar especificamente de Goiás, Fernanda avalia que ainda há um grande desafio pela frente na necessidade de preparação do segmento. “Todo um plano deve ser traçado com essas empresas, pois ainda estão imaturas e precisam primeiramente de um acompanhamento profissional para que possam fomentar a competitividade e falar de implantação tecnológica com propriedade.”
Para a gerente, diferentemente de quando se fala em 3ª Revolução Industrial, voltada para automação e introdução de maquinários dentro das empresas, agora é necessário pensar em integrar pessoas. “Precisamos que as pessoas entendam sua participação no ecossistema e colaborem com a evolução da empresa. Não podemos nos limitar a discutir apenas tecnologia. É necessário que a empresa prepare uma série de fatores que antecedem a inserção dessas tecnologias e que, de fato, possam render bons frutos no futuro.”
De acordo com Fernanda, a substituição do trabalho humano por máquinas serve de alerta para que as pessoas se capacitem. “Com certeza certas profissões serão substituídas por equipamentos tecnológicos, mas é importante ressaltar que não podemos envolver uma tecnologia sem o amparo de alguém que entenda sobre ela. O Senai está cheio de cursos exatamente nesse sentido, de tornar as pessoas preparadas para lidar com o trabalho do futuro.”
Integração, inovação e produtividade
Por sua vez, o diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Igor Montenegro, acredita que o futuro da produção depende da integração, da inovação e da produtividade industrial, “o que traz boas oportunidades para startups e pequenos negócios”. Em sua visão, a indústria 4.0, também chamada de manufatura avançada, indústria avançada ou internet industrial das coisas, já é uma realidade.
A quarta revolução ou indústria 4.0 está em curso neste novo cenário de confluência, integração e digitalização de tecnologias já conhecidas e outras inovadoras. Por isso, “tecnologias serão consolidadas pelas empresas globais por meio da incorporação de máquinas, sistemas de armazenagem e instalações de produção, proporcionando troca autônoma de informações entre seus componentes e variáveis externas. Em outras palavras, ações e controle do sistema de produção de forma independente”.

“Neste contexto, surgem e surgirão cada vez mais novas formas de criação de valor e novos modelos de negócios, incluindo a possibilidade e a oportunidade de startups e pequenas empresas desenvolverem e fornecerem serviços.” Igor ressaltou que, nesse sentido, os temas mais identificados pelos especialistas são a gestão da informação e o conhecimento tecnológico.
A partir dessas observações, os grandes empreendimentos, empresas de tecnologia, instituições de ensino superior e institutos de pesquisa devem trabalhar para vencer os desafios técnicos, como segurança, na troca de informações e criação de padrões e referências para a operação entre máquinas e dispositivos. “Para que esse processo de trabalho colaborativo possa evoluir, no Brasil, desde 2016, contamos com os trabalhos da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII) com o objetivo de divulgar e fortalecer a internet industrial e criar um fórum permanente de discussões sobre o tema.”
O diretor avaliou como uma “oportunidade ímpar” a promoção do Fórum Indústria 4.0 em Goiás, tendo em vista que “o tema será amplamente debatido com os empresários, estudiosos, pesquisadores, cientistas, potenciais empreendedores goianos de forma a amplificar o conhecimento e também conhecer boas práticas de mercado”. Considerou ainda que analistas e estudiosos apontam que a indústria 4.0 representará um mercado potencial de US$ 15 trilhões em 15 anos. “Por essas e outras razões, estamos comprometidos com o fomento e fortalecimento dos setores produtivos e das microempresas e empresas de pequeno porte em Goiás.”
Os profissionais do Sebrae atuam no atendimento e capacitação dos microempreendedores, empresários, empreendedores do campo e da cidade, bem como os demais segmentos de negócios. “Goiás já conta com cerca de 400 mil microempresas e empresas de pequeno porte formalizadas. O Sebrae trabalha, diuturnamente, no fomento e no apoio dos pequenos negócios. Esta é a nossa missão”, pontuou.
Programação do evento
9h – Credenciamento
9h20 – Abertura
Discursos de abertura:
9h30 – Wanderson Portugal, diretor técnico do Sebrae Goiás
9h40 – Pedro Alves, presidente da Fieg
9h50 – Ivone Moreyra, diretora de educação e tecnologia do Sesi-Senai – Lançamento do Programa Senai Desvendar 4.0
1° Painel – 4° Revolução Industrial: desafios e oportunidades para o Brasil
10h – José Rizzo Hahn, fundador e CEO da Pollux, empresa líder em manufatura avançada, robótica e internet industrial. Tema: A Indústria 4.0
10h40 – Maria Zaira Turch, presidente da Fapeg e Confap. Tema: “Ambientes de Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação nas Universidades”
11h – Gustavo Leal, diretor de operações do Senai – departamento nacional, entidade que compõe o Sistema Indústria
11h30 – Roda de conversa – Moderadora: diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio
12h – Brunch no hall do teatro e visita aos estandes
13h20 – Luciano Coutinho, Ph.D em Economia pela Universidade de Cornell. Tema: Apresentação do Resultado da Pesquisa Indústria 2027, como os 8 grupos de tecnologias vão impactar os setores produtivos da Economia em 5 e 10 anos”
2° Painel – 4° Revolução Industrial: O que fazer para sobreviver a ela?
14h – André Spíndola, business developer do Núcleo de Novos Negócios Digitais do Sebrae Nacional. Tema: “A indústria 4.0 para os pequenos negócios”
14h30 – Rolando Vargas Vallejos, gerente de tecnologia do Senai. Tema: “Como a indústria afeta e afetará as nossas vidas?”
14h50 – Celso Flávio, proprietário da Vitalife Indústria e Cosméticos LTDA. Tema: “Inovação na indústria, desafios e oportunidades”
15h05 – Roda de Conversa – Moderador: pesquisador de novas tecnologias e tendências digitais, Tony Ventura
15h35 – Tony Ventura, publicitário com mestrado em negócios nos Estados Unidos, consultor, palestrante e pesquisador. Tema: “As novas tecnologias aplicadas na Indústria 4.0”
Como chegar a partir dos terminais rodoviários
Terminal Dergo:
Terminal Isidória:
Terminal Padre Pelágio:
Terminal Praça A:
Terminal Praça da Bíblia