Goiânia não quer ficar de fora

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Em novo encontro com o governador Marconi Perillo, um descontraído prefeito Iris Rezende anunciou que Goiânia também quer participar do programa estadual
O prefeito Iris Rezende anunciou na quinta-feira, 20, após encontro com o governador Marconi Perillo no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, que a Prefeitura de Goiânia quer convênios de parceria administrativa dentro do programa Goiás na Frente. O governador respondeu na mesma hora que o Estado está pronto para fechar o convênio com a capital. Sorridente, o prefeito brincou que “Goiânia estava ficando com ciúmes” das outras cidades que já estão conveniadas. A parte municipalista do Goiás na Frente tem destinados 500 milhões de reais de repasses diretos para as prefeituras. Dos 246 municípios do Estado, os prefeitos de apenas 3 cidades ainda não aderiram ao programa.
Projetos
Iris Rezende adiantou que pretende estruturar trabalho conjunto entre a Prefeitura de Goiânia e o Estado na revitalização da Praça do Trabalhador, e no prosseguimento da avenida Leste-Oeste — que utiliza o trecho onde estavam os trilhos da antiga ferrovia — fazendo a ligação em direção a Senador Canedo. “A Prefeitura não quer fazer nada sozinha”, explicou Iris. Marconi concordou e ficou acertada a indicação de técnicos de ambas as administrações para elaboração do projeto. Pelo Estado, o chefe da equipe é o secretário de Planejamento, Joaquim Mesquita.
O prefeito também quer apoio para implantação de linhas internas de transporte coletivo ligando diretamente ao centro da cidade, evitando assim a concentração de passageiros nos terminais — que estão com capacidade esgotada. Na avaliação do governador, o projeto é viável porque a intervenção não compromete o eixo alimentador, considerado coluna principal de todo o sistema de transporte coletivo de Goiânia.
Outro assunto na pauta, a Saneago, sempre foi um espinho administrativo entre a prefeitura, que é a detentora da concessão de exploração do serviço, e o governo estadual. Marconi explicou ao prefeito – que conhece muito bem a situação já que foi governador duas vezes — que se Goiânia sair do sistema a empresa será imediatamente inviabilizada. O governador ofereceu ao prefeito a possibilidade de Goiânia, como maior cliente da Saneago, participe diretamente dos Conselhos de Administração e Fiscal, e possa obter lucro também com a abertura do capital da empresa. O governador explicou que a Saneago não será privatizada, como temia Iris. Os integrantes desses conselhos vão ser escolhidos pelo prefeito.
Brasília
Com livre trânsito nos gabinetes do governo federal, o governador assegurou junto ao Ministério das Cidades a viabilização de convênios com as prefeituras de Goiás com repasse direto de verbas, assim como ocorre com o programa Goiás na Frente. De acordo com o governador, o ministro Bruno Araújo gostou da ideia, e esse aporte direto de recursos nas cidades goianas deve ser implementado na liberação do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Até agora, a maioria dos recursos federais nos municípios se dava com investimento direto do governo federal. Segundo o governador, essa mudança, com a aprovação de projetos das prefeituras e repasse direto da verba para as cidades, modelo basilar do Goiás na Frente, será uma complementação importantíssima porque vai se somar aos 550 milhões de reais previstos nessas parcerias municipais pelo Goiás na Frente.
Essa forma de relacionamento entre os governos federal e estadual com as prefeituras racionaliza os investimentos para as áreas mais necessárias. No modelo vigente, o planejamento global em Brasília estabelece, por exemplo, a construção de 10 mil creches, e sai distribuindo pelo país todo. Porém, algumas cidades que já possuem uma boa cobertura de educação infantil, acabam recebendo o benefício via deputados ou senadores, quando uma ponte seria muito mais necessária do que a creche. Com as prefeituras definindo quais obras são mais importantes dentro de cada cidade, a máquina racionaliza o investimento, maximizando o resultado administrativo.