Conheça os suplentes que podem se tornar deputados estaduais em 2020
26 janeiro 2020 às 00h00
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Com 14 pré-candidatos a prefeito, a Assembleia deve ver alguma rotação de representantes com parlamentares sendo eleitos e se licenciando para fazer campanha
Nas eleições deste ano, 14 deputados estaduais de um total de 41 são cotados para concorrer ao cargo de prefeito em suas respectivas cidades. Embora não seja obrigatório que o parlamentar se licencie para realizar a sua campanha – e, de fato, a grande maioria não o faz para não ceder poder à suplência, como mostra histórico – alguns dos nomes devem ser eleitos e sair da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para gerir seus municípios.
Os suplentes que podem suceder deputados estaduais na Alego são os mais votados em suas coligações partidárias, mas que não foram eleitos em 2018. Embora nem todos os 14 nomes estejam confirmados, sondagens do jornal opção revelam que os políticos têm intenção de colocar seus nomes nas urnas. Coligações como PTB e PSD podem arejar a Assembleia com a possível saída de dois nomes do PSD e entrada de dois nomes de outra sigla – Lineu Olímpio (PTB) e Júlio da Retífica (PTB).
José Nelto (Pode) é deputado federal e presidente estadual do Podemos, uma das siglas que crescerá em dois representantes na Alego caso o partido com que coligou em 2018, o PRP, consiga emplacar seus dois postulantes cotados para as eleições de 2020. Mais do que isso, o Podemos saíra de zero para dois representantes na assembleia caso os suplentes subam ao cargo. Sobre o assunto, José Nelto afirma:
“Ronaldo Caiado ganhará dois deputados defensores do Governo apoiando as reformas e ajudando a construir um novo Estado, moderno, eficiente e justo”. Entretanto, o parlamentar reconhece que será possível fazer muito pouco caso o tempo dos suplentes Lyvio Luciano (Pode) e Guto Araújo (Pode) na Alego seja restrito ao período de campanha dos deputados do PRP.
Fim das proporcionais
Em 2020, as coligações proporcionais terão fim, bem como o mecanismo pelo qual suplentes de diversos partidos podem tornar-se deputados estaduais. Então, a tendência é que partidos lancem chapas completas. Lineu Olímpio de Souza é presidente do PTB em Goiás e suplente, que possivelmente pode assumir o cargo de Wilde Cambão (PSD) caso este se eleja prefeito por Luziânia. Lineu Olímpio reflete sobre as mudanças que o fim das coligações trará já para 2020:
“O PTB terá de lançar uma chapa forte, com três a quatro candidatos a vereador em Goiânia. Temos nomes cotados para candidatura do prefeito goianiense, mas nada definido. A mudança na regra das coligações forçou uma reestruturação do PTB no Estado. Hoje, buscamos novas lideranças, líderes que tiveram divergências com outros partidos e que hoje estão soltos, queremos que eles componham nosso quadro”.
Caso Wilde Cambão se licencie para fazer sua campanha, Lineu Olímpio assume que terá pouco tempo para imprimir uma marca. “Eu acredito que, como já temos algumas coisas em mente, é possível apresentar projetos. Aprová-los é impossível, mas já assumiremos com planos feitos; dá para apresentar alguma coisa”.
Lineu Olímpio ressalta que não se incomoda com a característica transitória da suplência. “Minha lógica é de continuação do trabalho de Cambão. Tenho boa relação com ele. O que ele tiver iniciado, nós fortalecemos. Caso ele assuma a prefeitura em Luziânia, também vamos buscar identidade própria. Nossa região é diferente, mas temos alinhamento na forma de pensar”.
Renovação completa
O caso do PSDB é o mais radical, pois a coligação PSDB, PSB e Cidadania tem os deputados estaduais Gustavo Sebba (PSDB), Talles Barreto (PSDB) e Virmondes Cruvinel (Cidadania) como pré-candidatos a Catalão e Goiânia. Caso se licenciem, Francisco “Chiquinho” Oliveira (PSDB), Dra. Cristina (PSDB) e Eliane Pinheiro (PSDB) entrarão no mandato. Entretanto, a atual vereadora Dra. Cristina Lopes está em processo de mudança para o PL, sigla pela qual também concorrerá ao cargo, abrindo espaço para o quarto suplente Nedio Leite (PSDB).
Com tamanha rotatividade de nomes, a assembleia pode esperar mudanças, já que o PSDB não fecha questão sobre nenhuma pauta e dá autonomia para seus representantes atuarem, segundo o presidente do PSDB em Goiás, Jânio Darrot. “Deixamos os deputados votar de acordo com entendimento que têm, pois são pessoas muito qualificadas, experientes na política, a maioria tem mais de três mandatos”, afirma o líder partidário.
Mesmo em casos extremos, como o de Tião Caroço (PSDB), que atualmente vota com o governo enquanto sua sigla ocupa a oposição, Jânio Darrot afirma ter confiança nos representantes. “Sabemos que é opção pessoal deles; geralmente estar fora do Governo traz dificuldades para o mandato. Mas são grandes deputados, temos respeito e admiração por eles. Não vamos ter com suplentes nenhuma imposição de linha a ser adotada lá dentro”.
Quando questionado se o fim das coligações prejudicaria o relacionamento do partido com os demais, Jânio Darrot responde: “A princípio, não temos restrição a nenhuma aliança. Nem temos problema em ser vice a candidato de nenhum partido, ou termos como vice qualquer chapa. Isso depende da posição local. Elos que existem em determinados locais devem ser examinados caso a caso, em cada município. Vamos trabalhar preocupados com o PSDB, com o crescimento do partido”.
Quem são os suplentes que podem subir à Alego
Além do caso do PSDB, explicado anteriormente, outros partidos podem ter grande ascendência ou redução de suas bancadas na assembleia do estado. Lineu Olímpio (PTB) e Júlio da Retífica (PTB), respectivamente, serão os próximos a assumir caso Wilde Cambão (PSD) e Lucas Calil (PSD) peçam licença para se candidatar. Wilde Cambão é o líder do PSD na assembleia e tem chances de ser eleito em Luziânia
Lyvio Luciano (Pode) e Guto Araújo (Pode) talvez tornem-se representantes da sigla, caso Amauri Ribeiro (PRP) e Major Araújo (PRP) concretizem a intenção de concorrer à prefeitura de suas cidades.
Mesmo que o suplente Mauro Rubem (PT) assuma, o Partido dos Trabalhadores pode perder um representante no fim das contas e o PCdoB ganhar a representação de Tatiana Lemos (PCdoB). Para isso, teriam de sair Antônio Gomide (PT) e Adriana Accorsi (PT), que podem ser candidatos por Anápolis e Goiânia, respectivamente.
Felizberto Tavares (PR) teve expressiva votação em 2018, com 19.2 mil votos, mas não se elegeu e ficou em primeiro na fila da suplência da coligação PR e PV. Para assumir o cargo de deputado estadual, Eduardo Prado (PV), que teve 20.8 mil votos em 2018, terá de se licenciar para concorrer em Goiânia.
Na coligação MDB e PRB, existe o candidato que recebeu mais votos sem ser eleito em 2018. Trata-se de Max Menezes (MDB), que teve 30.3 mil votos e assumirá caso Alysson Lima (PRB), eleito com 30.8 mil votos, se retire.
Dois representantes do partido do governador cogitam as lideranças dos municípios de Itumbiara e Trindade: Álvaro Guimarães (DEM) e Dr. Antônio (Dem), respectivamente. Caso deixem a assembleia, assumirão Zé da Imperial (PSC), Tullio (Dem).