Há pelo menos oito possíveis pré-candidatos articulando as suas bases político-eleitorais para concorrer ao pleito eleitoral por uma vaga no Senado Federal

Com pouco mais de um ano para o início das convenções partidárias para as eleições de 2020, políticos já estão estabelecendo alianças visando a disputa para a vaga no senado federal. No próximo ano apenas uma vaga estará disponível, a do atual senador Luiz Carlos do Carmo (MDB). Mas há pelo menos oito possíveis pré-candidatos articulando as suas bases político-eleitorais para chegar com musculatura reforçada para concorrer ao pleito.

Luiz do Carmo (MDB)

O senador Luiz Carlos do Carmo é naturalmente pré-candidato a reeleição. Ele assumiu a vaga no senado como suplente do atual governador Ronaldo Caiado (DEM). “Todo mundo conhece o Caiado. É um homem positivo, bom de tribuna. Foi um senador admirável. E eu tinha que fazer a diferença, não podia ser simplesmente suplente do Caiado. Fiz o meu trabalho e hoje eu sou reconhecido com senador”.

Ligado a igreja Assembleia de Deus, Luiz do Carmo afirma que o trabalho realizado enquanto senador dá gabarito à sua candidatura. “Eu tenho feito bom um trabalho. E por isso, tenho condição de concorrer ao senado. Mas quem vai decidir isso é o povo. Eu sou pré-candidato a reeleição. É o único cargo que eu quero disputar.”

Ele é filiado ao MDB e quer disputar numa chapa de Daniel Vilela, atual presidente da sigla. Mas, se Daniel compor com Caiado, está fora da chapa, porque o MDB não terá como indicar dois nomes para a chapa majoritária. “Na política tudo é possível. Como mdbista acredito que é possível o MDB compor com o DEM. O Ronaldo Caiado está fazendo um excelente governo, principalmente diante dessa pandemia. E MDB tem condição de unir com o Caiado, como uniu no passado”.

Caso viabilize a conjuntura de uma chapa DEM-MDB, com a possibilidade de Daniel Vilela ser o candidato ao senado, Luiz do Carmo pontua que por “estar na cadeira” pode pleitear a vaga para 2022. “Não me interesso em ser candidato a deputado federal. Quero ser o primeiro suplente reeleito em Goiás. Não tem outra hipótese. É um direito do Daniel sair a candidato. É um homem do bem. Mas dentro do meu partido eu quero ser candidato ao senado. Não quero mudar de partido e não posso mudar de opinião”.

Daniel Vilela (MDB)

Daniel Vilela disputou o governo em 2018 foi o segundo mais bem votado. Nos bastidores, há quem defenda que projeto prioritário de Daniel Vilela é disputar o governo de Goiás em 2022. Prioritário não significa que é único. Ele tanto pode ser candidato a vice de Ronaldo Caiado quanto a senador. “São fuxicos da política. O partido só vai discutir essa questão em 2022, antes disso é puramente especulação”, ponderou o presidente do MDB.

O deputado federal Zacharias Calil, terceiro mais votado em 2018, diz que planeja disputar o mandato de senador. “Eu tenho essa intenção, mas vai depender da conversa. Ainda não tem nada definido. Meu nome está à disposição”.

Zacharias Calil (DEM)

O Zacharias pertence ao Democratas e o partido já tem o candidato a governador, e não indicará dois nomes para a chapa majoritária. “Eu tive uma conversa com o deputado José Nelto (Podemos). Era para ter acontecido uma reunião em Brasília com o senador Álvaro Dias, mas não fui. A palavra final vai ser a conversa com o mandante, que é o Ronaldo Caiado”.

Zacharias foi categórico ao afirmar que não tomará nenhuma posição antes do diálogo com governador. “Sem conversar com ele eu não tenho nenhuma posição definida. Eu tenho a pretensão de ser senador. Mas tem que viabilizar de alguma maneira. Meu nome é forte. Tem o respeito da sociedade e vale a pena tentar. Não tenho motivação para sair do meu partido e entendo que o governador tem também os seus compromissos políticos.”

Henrique Meirelles (PSD)

Recém-fialiado ao PSD, o secretário da Fazenda do governo de São Paulo, Henrique Meirelles pretende também disputar mandato de senador. Ele é goiano de Anápolis e já foi eleito deputado federal por Goiás, mas abdicou do mandato para ser presidente do Banco Central no governo do ex-presidente Lula da Silva (PT). Agora, à convite do senador Vanderlan Cardoso se filiou PSD e tem o apoio do deputado federal Francisco Júnior. Ele quer ser candidato na chapa do governador Ronaldo Caiado. Os dois se dão bem e se respeitam. 

“Ainda é um pouco cedo, mas me sinto honrado. Filiei ao PSD. Um partido que fui fundador em 2011 e acho que o movimento [em favor da minha candidatura] é positivo. Essa hipótese está em aberto. Mas vamos definir apenas em abril de 2022. No momento estou dedicado ao meu trabalho em São Paulo”, disse o ex-presidente do Banco Central.

Alexandre Baldy (PP)

Outro nome disponível ao senado que quer disputar na base do governador Ronaldo Caiado, é Alexandre Baldy, do Progressistas. Ele conta com o apoio do prefeito de Anápolis, Roberto Naves, do PP. Em recente declaração, o prefeito da terceira maior cidade de Goiás, em termos de eleitorado, declarou que banca Baldy para senador.

Baldy é presidente do Progressistas em Goiás e é forte nacionalmente, dada sua ligação com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira. Ele é secretário do governador de São Paulo, João Doria.

Delegado Waldir Soares (PSL)

O presidente do PSL em Goiás, deputado federal delegado Waldir Soares tem trabalhado deste o final das eleições municipais como pré-candidato ao senado. Já iniciou diálogo com Daniel Vilela e com o Jânio Darrot, do Patriota.  Jânio deve ser candidato a governador em 2022 e abriu as portas para o delegado Waldir ser o candidato a senador em sua chapa. “Estamos buscando apoio com deputados estaduais e federais  para construir o projeto para que o PSL seja protagonista em 2022”.

Sobre a possibilidade de Vilela compor chapa com Caiado, delegado Waldir diz não ver essa possibilidade tendo em vista, na opinião dele, que o governador “traiu o MDB, levando todos do partido para a base dele”.

O deputado federal João Campos há anos planeja disputar mandato de senador. Agora, com o Republicanos dirigindo a mais importante prefeitura de Goiás, a de Goiânia — cidade que conta com quase 1 milhão de eleitores —, ele quer disputar e o Republicanos apoia seu projeto.

João Campos (Republicanos)

“Nós temos um projeto definido que deve ser oficializado pela direção nacional do partido em data breve. O Republicanos sempre foi sub-representado no senado e estabelecemos agora como prioridade em 2022 eleger uma bancada de senadores”, Não está definido a chapa na qual pretende disputar. Mas hoje sua ligação mais forte é com o presidente do MDB, o ex-deputado federal Daniel Vilela.

O ex-senador Wilder Morais, filiado ao PSC, diz que o no momento está preocupado com a pandemia e em trazer vacina contra a Covid-19 para Goiás, mas tem o projeto de disputar mandato de senador. “A minha posição política como senador que fui por Goiás por seis anos e a minha contribuição junto ao Governo de Goiás me dão credibilidade para a disputa. Tenho história e serviço prestado no estado de Goiás.”

Wilder Morais (PSC)

Wilder Morais afirma que nunca trabalhou para ser candidato a deputado federal. “O meu projeto hoje é o senado. Eu consigo contribuir muito mais com o estado sendo senador da República.”